O Islão, e nós os ateus |
Por Khider Mesloub.
A nossa época está
rodeada de forças reaccionárias por todos os lados. Quer se exprima em termos
religiosos, nacionais, raciais ou étnico-linguísticos, a reacção tem o vento a
favor. Entre os movimentos reaccionários mais vocais, vingativos e activos que
surgiram na cena internacional nas últimas décadas, o islamismo encabeça a
lista das forças obscurantistas, agora ultrapassado pelo nacionalismo judaico
fanático e genocida, eufemisticamente designado por sionismo.Veja A vocação política da religião está inscrita na sua génese
(1) – Les 7 du Quebec
A arcaica ideologia islamista começou a agitar-se freneticamente, como uma fera ferida, assim que as sociedades semi-feudais e semi-coloniais dos países muçulmanos foram abaladas até aos alicerces. Quando a sua base social foi corroída pela introdução de novas estruturas económicas, sociais, políticas e ideológicas. Por outras palavras, em resultado da transformação da sua formação social, da introdução do capitalismo e da incipiente modernização destas regiões.
O islamismo é a expressão de uma sociedade
muçulmana em profunda mutação social. É o último suspiro de uma fera moribunda
que mal consegue defender-se com as suas garras religiosas, numa tentativa de
escapar à absorção pelo modelo capitalista dominante "ocidental",
conhecido pelo seu poder de dissolução de tradições arcaicas. Na verdade, como
venho dizendo há mais de trinta anos, a ascensão do islamismo anuncia o
princípio do fim das sociedades muçulmanas. Trata-se de uma acção de rectaguarda
levada a cabo pelos últimos "dinossauros" do Islão, os restos de uma
sociedade muçulmana em vias de dissolução. Tal como o sionismo, uma ideologia
racista de origem europeia, é o último vestígio colonial do mundo ocidental.
O islamismo é o último estertor de uma
sociedade arcaica que está a dar à luz, a fórceps, novas estruturas socio-económicas
e políticas modernas, demasiado desproporcionadas para o "colo do útero
social" fortemente ligado à tradição. Como em qualquer parto difícil e
traumático, isto causa danos colaterais, afectando as funções psicológicas que
podem levar à perturbação do funcionamento cognitivo, impedindo o
desenvolvimento normal da sociedade. Mas uma vez amortecido o trauma do
nascimento socio-económico, o processo de resiliência social é posto em marcha
para assegurar o desenvolvimento normativo e racional da sociedade.
No entanto, a emergência do islamismo (de
que o Hamas é um exemplo caricatural) nos países muçulmanos foi também
encorajada, alimentada, fomentada e explorada pelas potências imperialistas (e
pela entidade sionista, no caso do Hamas, criado, apoiado e financiado por Israel
através do Qatar), a multiplicação dos conflitos transplantados para esses
países por essas potências capitalistas que lutam pelo controlo dessas regiões
estratégicas e ricas em petróleo. Estas tensões imperialistas foram
particularmente exacerbadas e acentuadas após o desaparecimento da URSS. De
facto, após o desmoronamento do bloco soviético, a necessidade de redesenhar o
mapa do mundo tornou-se evidente e foi brutalmente colocada no tabuleiro de
xadrez internacional.
Do mesmo modo, nos países ocidentais
avançados em termos de forças produtivas e de meios de produção, confrontados
com uma recessão económica e uma crise de governação, assistimos à emergência
de um nacionalismo chauvinista, expresso sob a forma de populismo e de
belicismo, cujas primeiras ondas de choque se fazem sentir na Ucrânia,
epicentro da pandemia de guerra que se espalha por todo o continente europeu,
no campo ocidental. E a segunda onda de choque na Palestina ocupada, onde o
Estado judeu fascista de Israel reactiva actualmente a sua política genocida
cara aos seus mestres nazis.
Estas duas ideologias superficialmente rivais e virais (fundamentalismo
islâmico versus fundamentalismo populista-nacionalista judaico-ocidental)
estão, na realidade, a combater a mesma acção de rectaguarda num contexto de
crise económica estrutural do capitalismo. O fundamentalismo de extrema-direita
está a desenvolver-se em todos os países do mundo, nos Estados Unidos, na
Europa e, em particular, em Israel, onde, para além da subida ao poder de
partidos fascistas, assume actualmente a forma de espancamentos, pogroms,
expulsões, assassínio de militantes, bombardeamento de civis palestinianos
desarmados, em suma, uma política genocida.
É neste contexto de decadência do sistema capitalista mundial, vector de
extremismos religiosos, populistas e nacionalistas, que devemos situar a doença
crónica do mundo árabe afectado pela propagação pestilenta do islamismo. E,
como corolário, a profunda crise da luta do povo palestiniano, contaminado pelo
radicalismo islâmico e abandonado por todo o mundo, em particular pela Arábia
Saudita e pela maioria dos países árabes oficialmente alinhados com o sionismo.
De um modo geral, a retirada histérica para dentro da própria identidade e
a implantação do terrorismo religioso, nas suas versões islâmica e judaica,
caracterizam a nossa época, afectada por derelicções proteicas.
Por toda a parte, em muitos países, as duas formas de expressão reaccionária
- populista (identitária) e religiosa (islâmica e judaica) - estão a dominar as
populações sujeitas às suas influências ideológicas deletérias.
Para nos cingirmos à situação dramática da Palestina, sejamos realistas: a
Palestina não está prestes a recuperar a sua independência. Graças aos árabes
em particular e aos muçulmanos em geral, a causa palestiniana foi
desacreditada, desqualificada e desviada. A causa palestiniana, um problema
colonial na sua essência, foi metamorfoseada numa guerra religiosa entre judeus
e muçulmanos, uma luta intra-étnica (entre a mesma população semita dividida
apenas por dissensões religiosas). A causa palestiniana perdeu a sua matriz
política e colonial.
Sem dúvida, nos últimos trinta anos, com a expansão do islamismo, a questão
palestiniana foi totalmente engolida por entidades islamistas reaccionárias, em
particular o Hamas, a criação do Estado de Israel, o pilar do imperialismo
ocidental no Médio Oriente.
Há mais de três décadas que o nacionalismo religioso está a crescer na
maioria dos países muçulmanos. A politização da religião, com o reforço de
práticas religiosas arcaicas, começou no início dos anos 80 com a
"revolução islâmica" no Irão. Foi nessa altura que surgiu o fenómeno
da islamização política da causa palestiniana, materializado pela fundação do
Hamas. Esta organização islamista palestiniana define-se explicitamente como um
"movimento palestiniano específico que jura fidelidade a Deus, faz do
Islão a sua regra de vida e trabalha para plantar a bandeira de Deus em cada
pedaço da Palestina" (artigo 6º da sua carta). O Hamas exibe
ostensivamente a sua dimensão confessional, a sua orientação islâmica e o seu
"patriotismo religioso" ("o patriotismo é um artigo de fé
religiosa", artigo 12). Com a sua propaganda religiosa obscurantista, o
Hamas impõe uma ordem rigorista à população e aos proletários palestinianos. O
Hamas defende a criação de um Estado islâmico regido pela Sharia em todo o
território palestiniano libertado.
Recorde-se que o Hamas gere o status quo (o caos?) em Gaza há 15 anos, com
a cumplicidade de Israel, que mantém o controlo económico do território.
Recorde-se também que o governo israelita autorizou a transferência de fundos
do Qatar para o Hamas, a fim de enfraquecer a Autoridade Palestiniana.
Netanyahu sempre foi um firme apoiante do movimento islamita. "Quem quiser
impedir a criação de um Estado palestiniano tem de aumentar o apoio ao Hamas e
transferir dinheiro para ele. Isto faz parte da nossa estratégia", disse
Netanyahu em Março de 2019, dirigindo-se ao grupo Likud no Knesset, como
recorda o jornal Haaretz na sua edição de 9 de Outubro de 2023.
De facto, desde a sua criação pela entidade sionista, o movimento islamista
palestiniano, o Hamas, tem servido de álibi a Israel para manter e perpetuar a
sua política de terra queimada. De um modo geral, o islamismo e o sionismo têm
interesses convergentes, para não dizer idênticos, na medida em que justificam,
garantem e perpetuam a existência um do outro.
De facto, para os islamistas de todo o mundo, a defesa da Palestina é uma
causa essencialmente islâmica. Segundo estes muçulmanos fundamentalistas,
trata-se de proteger uma "terra islâmica". Assim, com a islamização
da causa palestiniana, o antagonismo colonial original coloca não sionistas
contra palestinianos, mas judeus contra muçulmanos.
Para os verdadeiros anti-colonialistas, a questão palestiniana é
fundamentalmente colonial. Uma entidade que se chama Israel, cujos ocupantes se
definem como judeus, coloniza uma população árabe, o "povo
palestiniano". Portanto, estamos a lutar contra colonos conhecidos como
israelitas, e não nos interessa a sua fé religiosa. Da mesma forma, se
defendemos a causa da população palestiniana colonizada, fazemo-lo em nome de
princípios fundamentalmente humanos, da luta contra todas as injustiças, e não
por pertencerem à religião muçulmana (que não nos interessa, porque a religião
é um assunto privado e não pode, para nós, ser politizada ou utilizada para
travar batalhas ou guerras ideológicas).
Não há dúvida de que a causa palestiniana se diluiu numa luta religiosa. De
problema colonial internacional, a questão palestiniana, por culpa dos
islamistas, foi fundamentalmente distorcida, transformada numa guerra
confessional regional entre muçulmanos e judeus. Aos olhos da opinião pública
internacional, perdeu, portanto, o seu carácter político, a sua matriz
colonialista.
Os árabes, em particular, e os muçulmanos, em geral, são responsáveis por
esta perda de apoio da opinião pública ao povo palestiniano, vítima da ocupação
colonial pelos sionistas. A este respeito, vale a pena recordar que,
atualmente, 95% dos sionistas fervorosos de todo o mundo não são judeus. Basta
citar a França e os Estados Unidos, países totalmente comprometidos com o
sionismo e subservientes a Telavive.
A ironia da história é que, até aos anos 80, na era progressista da luta
anti-imperialista e anti-capitalista, antes da emergência dos movimentos
islamistas, a causa palestiniana era exaltada. Era o bilhete para o
empenhamento político. Todos os partidos de esquerda, socialistas e comunistas,
eram pró-palestinianos. A empatia pela causa palestiniana também se manifestava
nos partidos de direita. Pode dizer-se que a maioria da população mundial
apoiava a causa palestiniana.
Nas últimas décadas, a situação mudou: a ideologia árabe-islamista
distorceu a luta anti-colonial dos palestinianos. Minou a causa palestiniana.
Reduziu a questão colonial palestiniana a uma reivindicação religiosa islâmica,
fazendo assim um favor a Israel, essa entidade sionista racista baseada na
religião.
Por conseguinte, aos olhos da opinião pública internacional, o
"conflito israelo-palestiniano" assumiu um carácter religioso, para
além de intra-étnico e regional. Faz parte de um confronto confessional entre
judeus e muçulmanos, de um "cisma religioso secular", de "uma
controvérsia teológica", de uma "querela paroquial", do
"orgulho de um minarete" (o movimento islamita Hamas chamou
deliberadamente ao seu ataque relâmpago "o dilúvio de Al Aqsa", em
homenagem à mesquita de Jerusalém, para recordar as suas origens religiosas. Em
todo o caso, como todos os movimentos terroristas islamistas cujas vítimas são
maioritariamente muçulmanas - os grupos terroristas islamistas massacram
sobretudo muçulmanos -, o Hamas, com o seu ataque terrorista contra civis
israelitas, entregou deliberadamente a população palestiniana de Gaza à
vingança impiedosa do Estado terrorista israelita, conhecido pela sua política
de represálias bárbaras). A dimensão colonial do conflito territorial é
totalmente obscurecida, encoberta e eclipsada.
Em consequência do descrédito do mundo muçulmano, poluído pelo islamismo,
confrontado com um terrorismo assassino maciço, esmagado por guerras
sangrentas, acusado (com ou sem razão) de espalhar o terrorismo pelo mundo, a
opinião pública internacional, devido à transformação da questão colonial
palestiniana num conflito religioso, afastou-se da causa palestiniana. Para a
opinião pública internacional, o sionismo não representa um problema de
desapropriação de terras palestinianas, de ocupação territorial ou de
deportação da população palestiniana, mas uma guerra religiosa travada contra o
seu adversário palestiniano islâmico semita, apoiado por todos os muçulmanos.
Trata-se de um conflito fratricida entre povos semitas divididos pelas suas
lealdades confessionais opostas.
Por isso, não é de admirar que a maioria da opinião pública internacional,
encorajada pela propaganda sionista, tenha acabado por se juntar à causa de
Israel, apresentada como a vítima - nesta guerra de religião em que este país
judeu é cercado por países islâmicos (sic) - e, por extensão, aderir ao
sionismo.
O islamismo abominável tornou o sionismo genocida mais humano. O sionismo
tornou-se mesmo a religião sagrada da maioria dos países, nomeadamente do
Ocidente. Embora estes países ocidentais se oponham, com razão, a qualquer
institucionalização da blasfémia exigida pelos muçulmanos, legalizaram, por
outro lado, a blasfémia relacionada com o sionismo, sob a ofensiva do lobby
sionista. A partir de agora, nomeadamente em França, criticar o sionismo,
devido à sua sacralização, constitui uma "blasfémia republicana". Por
outras palavras, um atentado contra a República. O sionismo tornou-se assim
sinónimo de República Francesa. "Tocar num judeu em França é tocar em toda
a República", proclamam em coro todos os dirigentes franceses. Por isso, o anti-sionismo tornou-se um tabu.
Na França laica, entrámos na era da idolatria do sionismo, o novo totem da
classe dirigente, adoradora do Bezerro de Ouro.
É neste contexto de sacralidade do sionismo que devemos situar a
manipulação pelos sionistas da amálgama entre anti-sionismo e anti-semitismo,
agora gravada na consciência das pessoas.
Com efeito, o sionismo aproveita bem esta distorção da luta anti-colonial
do povo palestiniano para a equiparar ao anti-semitismo. Sobretudo quando a
luta é travada por não-palestinianos, especialmente muçulmanos, que são
imediatamente acusados de anti-semitismo.
Reduzir a luta do povo palestiniano a um conflito inter-religioso entre
muçulmanos e judeus facilitou muito esta maquinação sionista, orquestrada
particularmente em França, onde o anti-sionismo está a ser criminalizado ao ser
associado a uma forma de anti-semitismo, em conformidade com a definição de
anti-semitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA),
subscrita por vários países e defendida por Emmanuel Macron perante o Conselho
Representativo das Instituições Judaicas Francesas (CRIF).
Também no que diz respeito à França, o "importante passo (que) foi
dado na terça-feira, 3 de Dezembro de 2019, com a votação na Assembleia
Nacional de uma resolução, apresentada pelo deputado do La République En Marche
(LREM) Sylvain Maillard, e apoiada pelo governo. que equipara qualquer crítica
ao Estado de Israel ao anti-semitismo", faz parte desta erosão da causa
palestiniana, impulsionada por movimentos islamistas reaccionários,
responsáveis pela distorção da luta anti-colonialista palestiniana, convertida
num conflito inter-religioso. Em França, desde a lei de 3 de Dezembro de 2019,
o anti-sionismo é classificado como uma forma de anti-semitismo. E com razão!
No entanto, não foi o poder do lóbi sionista que tornou possível a votação
desta resolução, mas sim o enfraquecimento da causa palestiniana, que foi
engolida pelos movimentos islamistas (cujo discurso é, reconhecidamente,
tingido de anti-judaísmo primário). Assim, o lobby sionista conseguiu difundir
o espantalho do anti-semitismo, favorecido pelos islamistas, para melhor
subverter a luta anti-sionista; conseguiu estigmatizar o anti-sionismo. Numa forma
de inversão acusatória, os sionistas tornam-se as vítimas. A sua lei que equipara
o anti-sionismo ao anti-semitismo, talhada à medida da sua dominação
imperialista sobre as consciências infelizes, permite agora criminalizar
qualquer crítica ao sionismo ou proibir qualquer manifestação de apoio aos
palestinianos, a pretexto de apologia do terrorismo.
De uma forma mais
geral, não basta acusar os islamistas. Os dirigentes palestinianos são também
responsáveis por esta deriva, culpados da desintegração da causa palestiniana.
É certo que, se olharmos para o compromisso dos principais representantes
oficiais palestinianos, liderados pelo Presidente Mahmoud Abbas, com a entidade
sionista, um país teocrático e supremacista, podemos compreender melhor as
razões deste desinteresse pela causa palestiniana.
A verdade é que a Palestina sempre foi um jogo político para os dirigentes burgueses palestinianos, que só estão interessados no poder. E uma questão ideológica para todos os governantes autocráticos dos países árabes e muçulmanos, cada um mais corrupto do que o outro devido ao seu maná petrolífero e financeiro, a fim de desviar a atenção das respectivas populações dos problemas socio-económicos e políticos internos.
É o caso da monarquia marroquina. Desde há dois meses, sob o patrocínio do regime de Makhzen, foram organizadas várias manifestações "em solidariedade com o povo palestiniano", "para denunciar o massacre dos habitantes de Gaza por Israel" (sic). Mas onde estavam estes milhões de marroquinos hipócritas (aliás, todos os muçulmanos e esquerdistas de todo o mundo) quando, durante anos, o seu país, ou seja, o seu rei, participava no genocídio do povo iemenita no âmbito da coligação militar muçulmana liderada pela Arábia Saudita? Recorde-se que, em oito anos, a guerra no Iémen foi um dos conflitos armados mais mortíferos do início do século XXI: mais de 380 000 iemenitas massacrados, 4 milhões de deslocados, 80% da população ainda dependente da ajuda humanitária, 17,3 milhões de pessoas afectadas pela catástrofe humanitária, 5 milhões das quais à beira da fome e, portanto, inevitavelmente condenadas a morrer, em consequência da guerra genocida conduzida pela coligação de uma dúzia de países muçulmanos, incluindo Marrocos.
Na realidade, todos estes dirigentes árabes, servos do imperialismo, depois de terem trabalhado implicitamente durante décadas para perpetuar a ocupação da Palestina, para melhor perpetuarem o seu poder através da exploração da causa palestiniana, resolveram explicitamente aliar-se a Israel para obterem a sua ajuda diplomática e logística para consolidarem o seu regime vacilante, ameaçado de colapso (vários países árabes, como o Barém, os Emirados Árabes Unidos, Marrocos e o Sudão, normalizaram mesmo as suas relações com Israel).
Em última análise, o islamismo é o melhor apoio ao Estado de Israel, devido à sua aliança e conivência com o imperialismo, e o melhor garante da preservação das estruturas tradicionais atrasadas dos países árabes, incapazes de competir com a alta tecnologia israelita e a superioridade militar sionista.
Além disso, o islamismo considera que todo o judeu é sionista. E é exactamente isso que o sionismo tenta acreditar. Ao fazê-lo, o islamismo reforça ainda mais a sua aliança objectiva com o sionismo. De facto, o sionismo e o islamismo são o anverso e o reverso da mesma moeda reaccionária, prejudicial tanto para os judeus como para os cidadãos de fé muçulmana.
Inquestionavelmente, o descrédito e o eclipse da causa palestiniana no mundo (encorajados pela ideologia islâmica reaccionária) são parte integrante do declínio da luta progressista, do refluxo mundial da luta do proletariado internacional, da regressão da consciência da classe operária, do declínio dos partidos revolucionários, da bastardização do marxismo; numa palavra, do colapso do projecto de emancipação humana.
Só a retoma da luta radical do movimento operário internacional, dos povos oprimidos, do proletariado mundial, tendo em vista o derrube do capitalismo, pode restaurar a nobreza da luta do povo palestiniano, uma luta conduzida numa perspectiva simultaneamente anti-capitalista e anti-colonialista contra a entidade sionista, longe da escória religiosa reaccionária do Islão e dos regimes árabes escroques permanentemente subservientes ao sionismo.
Khider MESLOUB
Fonte: L’islamisme contribue à la pérennisation d’Israël – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário