sábado, 17 de fevereiro de 2024

Guerra cibernética nos Estados Unidos: interferência digital, espionagem e fake news

 


 Fevereiro 17, 2024  Robert Bibeau  

Por Abdelkader S. – Guerra Cibernética Americana: Interferência Digital, Espionagem e Fake News – Algérie Patriotique (algeriepatriotique.com)

Os Estados Unidos continuam a praticar a ciberespionagem contra Estados soberanos. Os serviços secretos norte-americanos criaram um sistema complexo, impulsionado pelas novas tecnologias da informação e da comunicação, do qual são senhores absolutos através do GAFAM, os gigantes da Net conhecidos como "o sexto continente", dada a sua influência desenfreada sobre toda a população mundial, difundindo os dogmas do Estado Profundo e dos seus derivados - a Open Society, o NED, o NDI, etc. -, desencadeando ciberguerras e interferindo nos assuntos internos de países terceiros.

Perante esta ameaça, muitas vozes alertam para os perigos destas ferramentas modernas, que são uma arma de destruição social e mental maciça, e apelam aos governos nacionais que não são subservientes a Washington para que "intensifiquem as restricções à utilização dos produtos digitais americanos", para que "os substituam por meios e redes alternativas seguras e protegidas" e para que "estudem a conveniência de limitar a distribuição de mensagens americanas ameaçadoras através de canais legais".

Os ciberprogramas dos Estados Unidos e dos seus aliados - o Programa de Acção de Paris, a Ciber-Moderação, a Iniciativa de Budapeste, etc. - visam a colonização digital dos países em desenvolvimento. "A comunidade internacional deve recusar-se a participar nestas iniciativas e apoiar os esforços do Grupo de Trabalho Aberto sobre Segurança Mundial da Informação 2025", aconselha.

A consciencialização parece estar a aumentar, mesmo que os Estados Unidos e as suas manobras de informação hostil não sejam directamente apontados. Na sua declaração final, a última Cimeira do Movimento dos Não-Alinhados, realizada em Kampala, no Uganda, "condenou a utilização abusiva das tecnologias da informação e da comunicação (TIC), incluindo a Internet e as plataformas dos meios de comunicação social". O documento apelou ainda à "intensificação dos esforços para evitar que o ciberespaço se torne uma arena de conflito e, em vez disso, garantir utilizações pacíficas exclusivas que permitam a realização de todo o potencial das TIC para contribuir para o desenvolvimento social e económico".

Todos conhecem o envolvimento dos serviços secretos americanos na criação e proliferação de grupos islâmicos armados que começaram no Afeganistão, antes de estenderem os seus tentáculos a muitos outros países, não poupando nenhum continente, semeando o caos e a desolação em benefício de um punhado de oligarcas americanos que governam este país desde a sua colonização.

Num relatório de 2021, as Nações Unidas observaram que "a transformação digital, a crescente dependência das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e das soluções em linha, e a crescente sofisticação e poder disruptivo das ameaças à cibersegurança conduziram a um aumento sem precedentes dos riscos cibernéticos". "A cibersegurança nasceu certamente na esfera das TIC, mas agora que o panorama das ameaças evoluiu consideravelmente e que as defesas tecnológicas já não são suficientes, já não parece viável considerar a cibersegurança apenas do ponto de vista restritivo das TIC", observa o relatório da ONU.

Numa outra análise, as Nações Unidas observaram que, embora as preocupações com as ameaças no ciberespaço sejam partilhadas, ainda existem "divisões sobre a forma de as abordar". Numa reunião dedicada a esta questão sensível, o México considerou que "a regulamentação do ciberespaço é uma condição prévia para o desenvolvimento sustentável". "Em nome de um grupo de países, a China, que também apelou a que se colocasse a tónica nas utilizações pacíficas do ciberespaço, tendo em vista o desenvolvimento socio-económico dos países em desenvolvimento, anunciou a apresentação de um projecto de resolução" nesse sentido, lê-se na ata da reunião, que acrescenta que, para a Argélia, "o aumento dos ciberataques contra as infra-estruturas críticas exige uma resposta unida".

 

Os ciberataques e as campanhas de desinformação e manipulação digital andam de mãos dadas, patrocinados pela administração hegemónica e belicista dos Estados Unidos, que transferiu as suas guerras tradicionais - todas perdidas, aliás - para as novas tecnologias da informação, onde as batalhas são travadas em salas de computadores abafadas, atrás dos teclados e ecrãs que substituíram as M16 e as FIM-92. Os apelos à implementação de um "quadro normativo consensual" e ao desenvolvimento de "normas juridicamente vinculativas" para fazer face a este novo tipo de guerra só serão eficazes se o inimigo for claramente identificado: os Estados Unidos, cujos cibercomandos estão a manobrar há muito tempo.

 

 

A. S.

 

Fonte: La cyber-guerre américaine : ingérence numérique, espionnage et fake news – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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