9 de Janeiro de 2025 Robert Bibeau
por Vincent Gouysse
Do Le Monde à BBC , os merdias atlantistas mainstream
estão hoje unanimemente furiosos - num grau proporcional à sua impotência
sistémica induzida pela degradação contínua do Quarto Reich atlantista - com o
anúncio do mega-projecto chinês de construção de uma central hidroeléctrica no
Tibete. Com uma economia chinesa já amplamente abastecida com energia de baixo
custo, incluindo gás natural russo barato, isto é decididamente (muito) demais!
Situada na cordilheira dos Himalaias, no rio Yarlung Tsangpo, esta futura mega-central terá uma capacidade instalada de 60 GW (ou seja, quase o triplo da capacidade instalada da central de Três Gargantas, actualmente a mais potente do mundo). A sua entrada em funcionamento está prevista para 2035, com um custo de investimento de cerca de 125 mil milhões de euros, e permitirá à China acrescentar 300 TWh à sua produção anual de electricidade, ou seja, 60% da produção de electricidade da França, ou a produção acumulada de... 30 reactores nucleares de tipo EPR! Ao perfurar pelo menos quatro túneis com cerca de vinte quilómetros de comprimento através das montanhas (feito que acaba de realizar com o túnel da autoestrada de alta altitude de Tianshan Shengli , com 22 km de comprimento), a China poderá aproveitar a energia potencial de uma diferença de altitude de 2 km - e, portanto, o equivalente a uma queda de água!
Este projecto faraónico, cujo esboço já mencionámos
(agora ampliado) há quinze anos (cf. Vincent Gouysse, “Le réveil du Dragon”,
pp. 236 e seguintes), inscreve-se na vontade da China de consolidar uma
vantagem comparativa estrutural importante e, assim, aumentar o seu grau de
competitividade industrial mundial. Como salientámos mais
recentemente, para ser competitiva com salários reais iguais, uma economia precisa de
energia barata, que é o combustível de base da economia no seu conjunto. A energia hidroelétrica, de que a China é hoje, de
longe, o primeiro produtor mundial (com 425
GW de capacidade instalada, mais do quádruplo da dos EUA), é inegavelmente
a forma mais barata de energia (com um custo por kW estimado em 2 cêntimos de
euro em França) e a mais fácil de utilizar, apesar dos investimentos colossais
que exige...
Estes investimentos já não estão, evidentemente, ao alcance das potências imperialistas ocidentais, em
vias de desvalorização, que não deixarão certamente de se queixar da “concorrência desleal” da China, decidida a continuar a efetuar investimentos maciços para consolidar a sua produtividade estrutural a longo prazo (energia, transportes)...
Vincent Gouysse,
01/06/2025 para www.marxisme.fr
Fonte : https://les7duquebec.net/archives/297088?jetpack_skip_subscription_popup
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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