31 de janeiro de 2025
Robert Bibeau
por Austrian China
Comparar países é uma tarefa difícil, uma vez que
requer necessariamente a utilização de estatísticas provenientes de várias
fontes. Mesmo que essas fontes apliquem supostamente os mesmos critérios, na
realidade sabemos que isso é, na melhor das hipóteses, uma aproximação.
Uma forma de o fazer é utilizar estatísticas específicas de vários sectores, como o registo de automóveis, o consumo de electricidade ou o número de navios. Em geral, estas estatísticas são bastante objectivas e não são tão fáceis de manipular para induzir o leitor em erro.
Tudo o que se segue dar-nos-á uma ideia da dimensão real da economia chinesa em comparação com o resto do mundo. Comecemos pelos registos de automóveis:
Registos
de veículos com quatro rodas e menos de 10 passageiros em 2022
Consequentemente, o número anual de registos de automóveis de passageiros na China é cerca de seis vezes superior ao da Índia, que é o segundo maior mercado, seguido do Japão, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Brasil, França, Coreia do Sul e Itália.
Em contrapartida, se olharmos para o consumo de electricidade, a lista e as proporções são um pouco diferentes. Aqui vemos :
Os Estados Unidos
são claramente o número 2 neste domínio, com um nível de utilização de cerca de
metade do da China.
E quanto aos transportes?
Aqui constatamos o domínio esmagador da
Ásia e, mais particularmente, dos portos chineses, que representam oito dos 10
principais portos do mundo. Sete dos dez primeiros situam-se na China.
Vejamos algumas dessas ideias.
O quadro seguinte classifica os países por PIB nominal estimado, de acordo com os dados fornecidos pelo Fundo Monetário Internacional em Abril de 2023. O quadro utiliza as taxas de câmbio oficiais actuais, que, obviamente, não reflectem o poder de compra real. Para muitos, isto soará familiar, com os Estados Unidos em primeiro lugar, a China em segundo, seguidos, após uma diferença substancial, pelo Japão, Alemanha e Índia. Vários outros países da Europa Ocidental compõem o Top 10. A Rússia e a Indonésia não estão incluídas.
Naturalmente, existem outras formas de efectuar esta comparação. Uma das mais comuns consiste em propor uma taxa de câmbio que reflicta de forma mais precisa o poder de compra real, convencionalmente conhecida como “paridade do poder de compra” (PPC). Como explica a Wikipedia, a paridade do poder de compra é uma medida do preço de bens específicos em diferentes países. É utilizada para comparar o poder de compra absoluto das moedas de diferentes países. A PPC é, de facto, o rácio entre o preço de um cabaz de bens num local dividido pelo preço do cabaz de bens noutro local.
Eis o aspecto deste gráfico, mais uma vez utilizando as estimativas para
2023 fornecidas pelo FMI:
Este gráfico é obviamente um pouco diferente, com a China claramente a líder mundial, a Rússia em 6º lugar e a Indonésia em 7º.
No entanto, há uma terceira forma de jogar com os números disponíveis, que é excluir o chamado “sector dos serviços” do cálculo. Estes números dizem-nos quantos PRODUTOS os países produzem - por outras palavras, bens transaccionáveis. Embora isto exclua, sem dúvida, sectores produtivos da economia, como os serviços de transporte e logística, também exclui componentes do PIB de valor mais questionável, como os chamados serviços financeiros, seguros, etc.
Eis o que parece, utilizando a mesma fonte. As estimativas da dimensão do sector dos serviços são retiradas do CIA World Factbook.
Ou em forma de gráfico de barras:
Aqui, no entanto, vemos um quadro completamente diferente. Apresentámos o Top 11 porque o Brasil e o México não apresentam diferenças significativas. O aspecto mais marcante é, evidentemente, o facto de o PIB produtivo da China ser cerca de três vezes superior ao dos Estados Unidos. Em segundo lugar, note-se que o Reino Unido e a França desapareceram. Em terceiro lugar, a Indonésia passou do 7º para o 4º lugar, à frente do Japão. A Rússia mantém-se em 6º lugar, à frente da Alemanha. Em quarto, vemos a Turquia em 8º lugar, um país que não aparece em nenhuma das tabelas anteriores. Durante séculos, Istambul/Constantinopla e Moscovo foram as duas maiores cidades da Europa, pelo que este facto não deve surpreender. Mas é um facto que é frequentemente esquecido.
Se olharmos para os valores per capita, talvez o aspecto mais surpreendente seja o número de países cujo PIB produtivo per capita se situa num intervalo bastante semelhante, entre dez e vinte mil dólares. Destes, a Coreia do Sul destaca-se como a economia mais produtiva dos onze primeiros, com a Alemanha alguns milhares de dólares atrás; no entanto, as diferenças não são enormes. Para além disso, apesar da sua enorme população, o PIB produtivo per capita da China é 71,5% superior ao dos Estados Unidos.
Alguns números que merecem reflexão.
fonte: Austrian Chine via Le Saker Francophone
Comentário de Robert Bibeau:
Algumas reflexões inspiradas por este texto e por estes quadros:
1. Reafirmamos que o poder económico de uma nação determina o seu poder militar
2. Do preceito anterior resulta que a CHINA é o concorrente e adversário do hegemon americano em declínio.
3. O capital russo encontra-se perante o dilema de se aliar ao hegemon americano em declínio e vistoso = perigoso = ou aliar-se ao hegemónico Delfim chinês.
4. A táctica americana em relação ao capital russo consiste em bater - sancionar - fazer a guerra contra a Rússia para a forçar a distanciar-se - do poder chinês e a desmoronar-se perante a América.
5. Um erro grave por parte do Ocidente, que a China está a tentar explorar secretamente.
6. O proletariado chinês - russo - ucraniano - ocidental não tem nada a ganhar com este esquema entre potências e deve compreender que o seu contingente mundial não pára de crescer, como provam estes números.
7. o proletariado deve preparar-se para a insurreição popular para bloquear a guerra civil.
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/297628?jetpack_skip_subscription_popup
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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