terça-feira, 11 de outubro de 2022

Homenagem a Badia Benjelloun (da parte de René Naba)

 


 11 de Outubro de 2022  René  

RENÉ — Este texto é publicado em parceria com www.madaniya.info.

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Entre Badia Benjelloun e eu, ambos provenientes das extremidades do mundo árabe: Ela, de Marrocos, sob o protectorado francês, o Ponant; Eu do Líbano, sob mandato francês, o Levante.

A junção foi imediata, instantânea, numa bela convergência de luta em França, dentro de um dos maiores centros de producção de valores intelectuais e económicos do mundo ocidental, no contexto de uma cultura de mistura cultural e de miscigenação humana, onde o islamismo e o cristianismo, o bi-culturalismo franco-árabe, se combinaram, no contexto da relação colonial entre opressores e oprimidos, exploradores e explorados.

Uma junção que selou, por ordem simbólica, a superação das clivagens étnicas-religiosas em que o Hemisfério Ocidental quer manter o seu flanco sul, perpetuando assim a sua balcanização e, por conseguinte, a sua submissão permanente.

A expressão do nosso compromisso político foi feita em francês, pela simples razão de que a língua francesa, dominada, é uma língua acessível à opinião ocidental, um dos principais campos de batalha na conquista da opinião internacional.

A língua francesa tem sido, assim, ao mesmo tempo, o nosso território de exílio e a nossa arma de combate. É nessa língua, que é uma língua universal, que travámos a nossa luta pela dignidade humana e pela igualdade entre os homens, nomeadamente a restauração dos direitos nacionais do povo palestiniano.

O bi-culturalismo é uma riqueza. Um ser com uma única cultura é um ser hemiplégico; toda uma secção da cultura política do hemisfério sul do seu cérebro lhe escapa.

Médica, Badia possuía também uma vasta cultura política e uma caneta não menos incisiva. Para o deleite dos seus admiradores e o tormento dos seus detractores.

Badia, finalmente, com o seu nome pre-destinado, cumpriu o seu nome. Badia, em árabe, Badiha significa maravilhoso. E Badia foi de facto uma maravilha.

 

Fonte: Hommage à Badia Benjelloun (de la part de René Naba) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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