Para os
economistas burgueses a inflação tem diversas causas e diversos efeitos
conforme sob que aspectos é vista: inflacção de procura, inflacção de custos,
inflacção estrutural; inflacção e crescimento económico, efeitos distributivos
da inflacção, efeitos da inflacção sobre as empresas e inflacção, a balança de
pagamentos e a taxa de câmbio (AAVV, A Inflacção, Salvat Editora, 1979).
Mas
cientificamente a inflacção resulta tão só duma desordem na produção em
contexto de apropriação de mais-valia – e o efeito é o saque que a inflacção
proporciona.
A produção em modo de produção burguês determina-se pelo sobre-produto – ou
mais-valia – perseguido. O produto é um meio de aceder ao sobre-produto.
Não é o pão que interessa ao burguês; o que interessa ao burguês é se ganha ou
não ganha com o pão. Há tanto dinheiro quanto a mercadoria a transacionar. Mas
se para o trabalhador o dinheiro é para a troca com os produtos necessários às
suas expectativas, subsistência e reprodução, para o patrão o produto de que
necessita é a força de trabalho produtora de mais dinheiro para mais acumular
do quanto ao trabalhador sacou.
Pedro Pacheco
Sem comentários:
Enviar um comentário