quinta-feira, 20 de outubro de 2022

WOKISME E ME TOO, IDEOLOGIAS DE COZINHA AO SERVIÇO DE MACRON, VISAM DEIXAR ESCAPAR MELENCHON E QUATENNENS!

 


 20 de Outubro de 2022  Robert Bibeau  


Por Brigitte Bouzonnie.

 

Algumas coisas que precisas de saber sobre o wokismo! (Ver:  https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/10/wokism-despertar-devemos-preocupar-nos.html

1°)-Robert Bibeau: Quanto a nós, pensamos que o "wokismo", fortemente apoiado pelo aparelho burocrático do Estado ao serviço do Grande Capital e da sua vasta máquina de propaganda e desinformação, visa confundir e dividir o movimento pequeno-burguês e populista da esquerda e da direita.

O "Wokism" visa desviar a raiva da pequena burguesia no processo de empobrecimento e proletarização em sociedades capitalistas avançadas decadentes. O objectivo do "wokismo" é semear discórdia e confusão entre a "populaça", desviando movimentos espontâneos de resistência.

O "Wokism" não pretende "desconstruir" a cultura "ocidental branca" (sic), mas visa reconstruir uma ideologia burguesa mundializada e expansionista escondida sob a pele esquerdista de lutas contra a desigualdade e a suposta defesa das minorias. Neste "wokismo" gradualmente consegue-se a fusão entre a esquerda, o centro e a direita dos políticos que são lacaios ao serviço do capital.

2°)-Brigitte Bouzonnie: Sim, o wokismo visa "dividir" a falsa esquerda e o povo francês, a fim de torná-lo menos perigoso para os interesses do capital. E que as suas lutas, tão justificadas, nunca sejam vitoriosas.

O wokismo é também um "sincretismo", ou seja, um retalho, uma compota de ideologias díspares, apressadamente cozinhadas, apenas para dar uma alma extra ao capitalismo mundializado, cuja ideologia liberal morrendo na berma da estrada, já não permite "justificar" a primazia do capital aos olhos do povo francês.

Misturamos a defesa dos negros, confiando numa história de colonização amplamente reescrita: cuco Bugeaud, considerado o único 'responsável', 'culpado' (Ah! como a culpa de alguns nesta história desempenha um papel essencial, especialmente para o colectivo Me Too!), por todos os crimes cometidos pelos colonizadores americanos no Vietname, na Síria e noutros locais. E os franceses (Argélia, Indochina) há mais de dois séculos. O ecologismo pateta. Um "pseudo feminismo" pequeno-burguês à Me Too, de modo algum representativo da causa de todas as mulheres em França. E que de modo algum pretende obter a sua emancipação. E, de um modo geral, uma condição melhor.

O pseudo-feminismo baseou-se apenas no "linchamento público" de certos políticos arrastados para a guilhotina da opinião pública, onde as nossas supostas "feministas" cantam a Carmagnola em frente ao andaime, que ergueram para a ocasião.

Pseudo feministas auto-proclamados "juízes", mesmo que obviamente nunca tenham visto um único artigo do código penal nas suas vidas. Ignorando soberbamente os dois princípios, que sustentam qualquer justiça digna do nome: o respeito pelo princípio do contraditório. Respeito por uma justiça inquisitorial, isto é, baseada no sigilo. E não a exibição pública, como infelizmente vivemos com o caso Quatennens, onde todos os meios de comunicação, todas as redes sociais, de forma alguma competentes para o fazer, estavam em chamas e sangue.

É evidente que o ME TOO cria uma justiça privada paralela, que substitui a justiça convencional, sem que ninguém encontre qualquer coisa de que se possa queixar.

3°)- Robert Bibeau: através do "wokism" – rejeitando a luta de classes – a pequena burguesia expressa a sua raiva e desespero por ser excluída dos seus papéis sociais tradicionais (correias de transmissão e cão de guarda de organismos de elaboração ideológica e retransmissão), apesar de ter sido rejeitada dos centros de poder da sociedade do capital. Com as redes sociais, difundidas entre ricos e pobres, já não há necessidade de alimentar uma camada intermédia (classe média) de lacaios especializados no desenvolvimento, divulgação e inquisição de mantras sociais. O "Wokism" espalha a ideologia individualista-narcisista que faz as massas populares sentirem-se culpadas pela decadência da sociedade burguesa. Aqui à esquerda e à direita fundem o que desorienta os intelectuais ao serviço do capital.

4°)- Brigitte Bouzonnie: sim, o wokismo permite agentes minoritários do campo político, contando com os meios de comunicação social do capital, tomar todos os poderes, decantando os agentes maioritários nos lugares mais altos, os mais bem instalados. Os mais ricos do capital social, especialmente do conhecimento económico.

Darei o exemplo de Obono e Quatennens, que conheço há dez anos como ex-activista do PG e da FI. Quatennens era, até recentemente, o número 2 da France Insoumise. Membro do Parlamento pelo Norte. Na televisão, foi visto com Mélenchon a participar em reuniões onde os partidos políticos foram convidados. Então, "representou" a France Insoumise, o que não é irrelevante. Foi ele que denunciou com sucesso a destruição abjecta do nosso antigo código laboral, durante o Verão de 2017, no hemiciclo da Assembleia Nacional.

Ele era "tudo". Hoje, é quase "nada".

Curiosamente, as origens obscuras de Obono no campo político nunca são reveladas pelos meios de comunicação macronianos visivelmente "totalmente apaixonados" por ela, a France Inter, por exemplo. Permitam-me, portanto, recordar brevemente a génese do sucesso político de Obono.

À partida, ela é filha de um rico banqueiro gabonês, que não tem nada a ver com o facto de estar num partido de esquerda crítica. Ela é uma activista do NPA, sem quaisquer qualidades. Mas ela conseguiu, por meio de esquemas, ser nomeada para o Gabinete Nacional do NPA com Olivier Besancenot. Como uma mulher negra, uma muleta, que depois transforma num taco de golfe. Mas isso não é tudo. Ela também milita numa corrente da NPA, a única favorável à Frente de Esquerda na altura (PG+PCF): "convergências e alternativas" lideradas pelo falecido Yann Cochin. Muito brilhante intelectualmente falando.

Conhecia-a bem na altura. Com efeito, furiosa por ter sido demitida do meu cargo de Chefe da Comissão de "Desemprego, Precariedade" do PG pelo Sr. Coquerel, serei activista na NPA durante oito meses, em 2010. Depois volto para o PG. Naturalmente, na NPA, estou activa na única corrente favorável ao FDG, isto é; "Convergências e alternativas", a mesma corrente de Obono. Participando activamente em reuniões actuais onde Obono e Leïla Chaïbi nunca vêm. Não é "chique" o suficiente. Além disso, há um certo nível teórico, nestas reuniões lideradas pelo intelectual Yann Cochin, que, obviamente, as nossas duas devoradoras de saladas não dominavam de todo.

E depois estou de volta ao PG. E aí, oh surpresa, soube que a gaja Obono é nomeada chefe dos livros do programa France Insoumise em 2017. Uma rapariga que nunca escreveu um único texto teórico na sua vida! Como explicar esta nomeação? É muito simples: ela trouxe o seu clássico balbuciar: "Sou 'uma pobre mulher negra', 'explorada' (enquanto filha da burguesia gabonesa!). Tenho "direito" a esta ou aquela posição. E funcionou muito bem. Depois foi nomeada deputada FI, ainda com o mesmo "raciocínio". Funcionou para ela, graças à ideia de que ela tinha despertado (WOOKE)!

Depois veio o caso Quatennens. Ela proclamou-se a si própria, sem pudor, o "juiz" do caso. Funciona: a France Insoumise dá-lhe o microfone, ouve atentamente as suas "opiniões" de uma cabaça total em assuntos jurídicos, que nunca viu um julgamento na sua vida! Durante cinco anos redigi processos de direito do trabalho perante o Conselho de Estado e a Divisão Criminal do Tribunal de Cassação. Penso conhecer bastante bem os princípios fundamentais em matéria jurídica: os mesmos que nunca foram observados nesta triste história por esta mesma Obono. O princípio do processo contraditório. O princípio da investigação sigilosa. Obono exige todas as sanções para Quatennens, incluindo as mais brutais: que ele perca o seu mandato como número dois. Que ele perca o seu título de deputado da FI. E Quatennens é convocado publicamente para se explicar. Com que direito?

Infelizmente, Quatennens perde o seu título de número dois. Demasiado depressa, na minha opinião. Como já escrevi anteriormente, deve-se esperar pelo parecer de um juiz profissional antes de se demitir. E não obedecer temerosamente a esta justiça paralela do Me Too de truc et de toc.

Por outro lado, tendo a sua mulher apresentado uma queixa no Ministério Público do Norte de França, é agora, e estou encantada com isso, um verdadeiro juiz profissional, respeitoso do processo contraditório e de um procedimento sigiloso, que está encarregue do caso. O resultado é que, como todos podem ver, o caso Quatennens tem sido seriamente deflaccionado ao longo dos últimos dez dias, o que é, naturalmente, algo que só podemos saudar. Foi preciso o cabelo de uma criança para que Obono tivesse de vez a cabeça de Quatennens.

É assim que uma agente, inicialmente totalmente ilegítima e ultra-minoritária do campo político (Obono) quase consegue decantar Quatennens, agente maioritário do campo político, se houver um. Fazendo dele um pária político, rejeitado pelos seus pares.

No entanto, ninguém faz nada. Toda a gente pensa que é "normal". "É evidente", quando é nada mais e nada menos que o linchamento público de Adrien, uma forma repugnante de "justiça", se é que alguma vez existiu uma. Além disso, controlado à distância por Macron, no modelo das eleições de 2018: uma história de desmonetização, decantação dos líderes da France insoumise: Quatennens, e se possível aquele "velho" (sic) Mélenchon. Porque, naturalmente, Me Too rola em Macron, fazendo, em nome de um pseudo "feminismo" de Prisunique (cadeia de lojas francesa - NdT), o trabalho político sujo de eliminar este ou aquele adversário político.

Olhamos para o passado de Obono. Como uma agente ultra-minoritária se tornou um "ministro". Ela não faz moda no país.

Durante muito tempo, fazíamos uma "carreira" num partido militando no sector da "economia"-trabalho, o que permitia então adquirir competências "ministeriais". Depois as coisas mudaram com a ecologia e o feminismo. Estas ideias, que anteriormente tinham sido subalternas - falamos de uma "frente secundária" em relação à "frente principal" da luta de classes (economia e trabalho) - tornaram-se o caminho obrigatório de qualquer oportunista político digno desse nome em direcção à "esquerda" (gôche, em francês – NdT)! Cécile Duflot, JB Placé, Bouchardeau, Sardine Ruisseau claro, etc...Foi com Bouchardeau na PSU, onde fiz campanha durante dez anos, onde vivi a mesma história. Filha de trabalhadores em Saint-Etienne, tornou-se professora de Francês, depois estudante universitária nas ciências da educação. Juntou-se à PSU e retoma o sector feminino que anima.

Uma polémica violenta começa entre Bouchardeau e Michel Mousel, antigo aluno, "líder" do setor económico. Bouchardeau criticou o sector económico, considerado estratosférico, durante todo o dia, num anti-intelectualismo fedorento. Anti-intelectualismo que não é evidente, num partido que vive como "um laboratório de ideias" (sic).

É Bouchardeau que impõe este anti-conhecimento com prazer no nosso partido, que tem estado ansioso por se apresentar como um intelectual colectivo. Por exemplo: no mar: "Só conheço o peixe no meu prato", disse ela com deleite. E tudo o resto: "programas, think tanks, era inútil", etc.!

Foi assim que se tornou Secretária-Geral da PSU em 1980, onde conheceu o criminoso Mitterrand. Ele prometeu-lhe, se fosse eleito, que se ela pedisse uma votação para ele na segunda volta, ele nomearia um ministro no seu governo. Cabia-lhe a ela fazer crescer a PSU, eleitoralmente falando. A PSU fez então 0,5%. Ela diluiu fortemente a nossa linha política crítica vermelha brilhante, transformando-a numa linha mal rosada. Depois, no Verão de 1980, organizou uma digressão à praia, na qual eu participei.

Numa conversa e em frente dos outros, ela diz-me que conheceu Mitterrand, que a deixou ouvir coisas..., eu compreendo e decolo, enojada por tanta porcaria política no meu partido preferido.

Como candidata às eleições presidenciais de 1981, fez 1,1%. Mitterrand manteve a sua promessa e nomeou o seu Ministro da Ecologia em 1984, quando os ministros comunistas deixaram o governo... Deixei o PSU com a ala esquerda para fundar a FGA, "federação para uma esquerda alternativa".

Assim vemos: os percursos profissionais de Bouchardeau e Obono são os mesmos: agentes ultra-minoritários, que em tempos normais não teriam tido hipótese de se impor num partido político, e que, usando o "feminismo", o vagão da selecção política, palavra sinónimo de "XXL oportunismo", deixa escapar agentes melhor colocados que ela: ontem, Michel Mousel, que acabará por ser o Director de Gabinete de Bouchardeau no Ministério da Ecologia, hoje, Adrien Quatennens, para se oferecer a si própria uma volta de pista política.

Estamos muito longe da bofetada e da sua suposta importância, de que os meios de comunicação social às ordens de Macron estão a gargarejar. Macron pretende colocar à cabeça da FI agentes que lhe sejam dedicados como a traidora Obono....! E para manchar duradouramente a imagem do FI, como durante o mandato de 2018.

Naturalmente, a mesma análise deve ser aplicada a Julien Bayou e, claro, à inenarrável Sandrine Rousseau.

 

Fonte: LE WOKISME ET ME TOO, IDEOLOGIES DE CUISINE AU SERVICE DE MACRON, VISENT A DECANAILLER MELENCHON ET QUATENNENS! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




Sem comentários:

Enviar um comentário