segunda-feira, 24 de outubro de 2022

À mesa com insectos

 


 24 de Outubro de 2022  Olivier Cabanel  

OLIVIER CABANEL — Três em cada quatro animais são insectos, e todos os anos são descobertas novas espécies.

Então, por que não comê-los de vez em quando?



O número real de espécies é incerto: varia entre 4 e 100 milhões.

Em França, foram contabilizadas 35200 espécies.

Hoje existem 1417 espécies de insectos consumidos no mundo.

São provados por 3000 grupos étnicos diferentes.

Se decidir um dia comê-los, o que certamente lhe aconteceu sem querer, se provou um queijo bem "maduro", é um entomófago.

Não faça caretas.

Diga a si mesmo que alguns povos ficarão surpreendidos por comermos caracóis, mexilhões ou ostras ainda vivas.

Por que não se banqueteia com lagartas recheadas ou espetadas de gafanhotos?

Especialmente porque na Europa, um certo médico Watson, advogava em 1760, o consumo de aranhas acompanhadas por uvas ou pão e manteiga para curar a malária.

Os insectos mais consumidos são os coleópteros (besouros para os íntimos), lepidoptera (especialmente pupae borboleta), Hymenoptera e Orthoptera.

Ao contrário do que se pensa, alguns insectos são muito grandes.

O primeiro insecto alado é provavelmente a libélula, e a sua presença na Terra é estimada em 285 milhões de anos atrás,

Ela podia chegar aos 70 cm de envergadura.

Hoje a maior espécie ainda atinge os 19 cm.

Eles são agora uma das poucas ligações que temos com os dinossauros.

Pessoalmente tive a oportunidade de comer formigas.

Durante uma pequena festa em Genebra, o nosso anfitrião regressava de uma viagem à América do Sul, e queria a todo o custo fazer-nos provar formigas grelhadas.

Eram grandes, e para dizer a verdade, era impossível adivinhar uma formiga no que nos foi apresentado.

Foi muito bom, como um biscoito de aperitivos, salgado, crocante.

Há restaurantes por todo o mundo que servem insectos.

Em Paris, como em qualquer outro lugar.

Não gostaria de terminar este artigo sem lhe oferecer uma receita, ouvida na France Info, e proposta por Nathalie Fontrel, uma notória especialista em ambiente da France Inter.

A receita de gafanhoto com molho picante:

Frite os gafanhotos em óleo, quando eles ficarem vermelhos, coloque-os numa toalha de papel para remover a gordura, tempere com ramos de orégãos, esprema um limão e deite um pouco de tabasco sobre os mesmos.

É servido numa folha de salada, que leva 5 gafanhotos por pessoa.

Numa altura em que a desnutrição afecta 40 milhões de pessoas, Juan Antonio Garcia Oviedo, biólogo entomologista do Instituto Politécnico Nacional da Cidade do México, lançou um plano de controlo e oferece tortilhas para crianças feitas a partir de ovos de formiga, minhocas ou besouros, barras de chocolate com grilos.

"As tortilhas de farinha de gafanhoto contêm 85% de proteína", diz ele, "e uma salsicha de gafanhoto tem o dobro do teor de aminoácidos de uma salsicha normal."

A experiência levada a cabo durante seis meses na Cidade do México permitiu-lhe constatar que o desempenho escolar estava a melhorar, as crianças estavam a ganhar peso e o seu crescimento estava a acelerar.

O próprio Juan Antonio Garcia Oviédo vai escolher insectos no deserto, para ter a certeza de que não ingeriram insecticidas.

Porque, como dizia um velho amigo africano:

"Quem provoca um ninho de vespas deve saber correr."

 

Fonte: A table avec les insectes – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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