sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Guerra do pão

 


Sete cães a um osso! Tal a sanha da burguesia pelo controlo da exploração dos povos que a lógica do capital proporciona e obriga.

Quem tem pão tem poder na mão!

As potências militarmente mais agressivas na cena internacional significativamente são também os maiores produtores de trigo no mundo: os EUA, agora em declínio quer de produção quer de iniciativa própria militar, e a Rússia e a China em manifesta expansão tanto na produção do cereal como em iniciativa militar. O maior produtor mundial de trigo é actualmente a China, seguida da Índia, que tem o exército mais numeroso do planeta, e depois a Rússia e só a seguir os EUA, que ainda não há muitos anos era o maior exportador desse cereal no mundo.

A burguesia russa bate-se na Ucrânia com o seu exército. A burguesia americana usa a carne para canhão ucraniana para se bater contra os seus concorrentes russos. A burguesia ucraniana está dividida entre pró-russos e pró-UE/EUA. Para a burguesia, seja a russa, a americana ou a ucraniana, o que está em causa é o controlo do cereal produzido por um dos mais massacrados povos europeus.

A classe operária é que faz as armas, é que produz o grão, é que faz o pão. Pão, grão e armas alienados em troca de um salário!
A guerra é a resposta burguesa face ao desejo dos povos pelo pão, pela paz e pela liberdade - pessoal e internacional.

A guerra visa intimar quem trabalha a aceitar o impossível: é que não há pão, não há paz nem há liberdade - pessoal e internacional - enquanto o sobre-produto se sobrepuser ao produto, o possuidor do capital se impuser sobre o possuidor da força de trabalho e a apropriação se fizer à dimensão do saque.

A guerra é cada vez mais a guerra entre a burguesia internacional e o internacionalizado proletariado, entre a revolução operária e a contra-revolução burguesa, entre o desenvolvimento e o estorvo das forças produtivas.

Pelo pão, pela paz, pela liberdade!

Viva quem trabalha!

Opor o controlo operário ao controlo burguês!

Nenhum apoio à guerra inter-imperialista!

Pedro Pacheco

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