sábado, 8 de outubro de 2022

Queda da economia e do nível de vida na Europa

 


 8 de Outubro de 2022  Robert Bibeau  

By Oriental Review − 19 de Setembro de 2022 − Revisão Oriental Review

 


.As estúpidas sanções contra a Rússia evidenciaram os problemas mais importantes da Europa, que está a perder o seu poder económico a toda a velocidade. O número de empresas prestes a pedir falência é colossal. Um afluxo de migrantes de África, do Médio Oriente e da Ucrânia exige uma dotação orçamental cada vez maior. Também está a ser gasto muito dinheiro a apoiar o regime de Kiev. Em consequência de tudo isto, as economias europeias estão a deteriorar-se e os padrões de vida estão a cair.

Empresas à beira da falência


Na Grã-Bretanha, 60% das empresas estão à beira da falência devido aos preços da electricidade. É o grupo de análise Make UK, que representa os interesses da indústria britânica, que dá este valor. 13% das fábricas do Reino Unido reduziram as suas horas de contratação e 7% estão a sofrer um encerramento temporário. As facturas de electricidade cresceram mais de 100% em comparação com o ano passado.

Na Alemanha, de acordo com os dados do Instituto de Investigação Económica de Leibniz, o número de empresas e de particulares que pediram falência só em Agosto aumentou 26% em comparação com o valor do ano passado. Este aumento é significativamente maior do que os analistas antecipam. Segundo os especialistas, durante o Outono, o número de falências só aumentará. Isto está relacionado com o aumento dos custos dos processos produtivos, nomeadamente com o aumento dos preços da energia.

O chanceler alemão Olaf Scholz reconheceu que muitos alemães enfrentam um aumento dos preços dos combustíveis e alimentos. A maior parte dos países da Europa vive uma situação semelhante. Mas as autoridades estão a sacrificar a qualidade de vida do seu povo para continuarem a exercer pressão sobre a Rússia.

A crise ainda agora começou.

Ao mesmo tempo, muitos especialistas acreditam que a "paralisação" (sabotagem) do Nord Stream irá causar a pior crise energética da Europa em décadas. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2022/10/os-eua-nao-veem-ucrania-como-um-aliado.html ).

 


Manuela Schwesig, Primeiro-Ministro de Mecklenburg-Vorpommern, e Markus Söder, Primeiro-Ministro da Baviera, visitam um local que fornecerá uma rede de gasodutos existente com gás natural em Lubmin, Alemanha, 30 de Agosto de 2022

Estas circunstâncias já conduziram a um aumento acentuado dos preços dos recursos energéticos no mercado europeu. Como resultado, as facturas energéticas das famílias europeias aumentaram. De acordo com os analistas da Goldman Sachs, o custo acumulado da energia atingirá o pico no início de 2023, atingindo os 2.000 mil milhões de euros. Conduziu também a uma depreciação recorde da moeda europeia em relação aos últimos 20 anos.

O aumento do custo do gás, do aquecimento e da electricidade tem um efeito prejudicial para o nível de vida das pessoas. Mas um problema ainda mais perigoso reside na redução da competitividade dos produtos europeus que são produzidos de acordo com novos custos energéticos. Os produtos europeus estão a tornar-se pouco competitivos no mercado mundial: o seu preço está a aumentar drasticamente devido ao custo da electricidade e do gás.

As tentativas dos líderes da UE de introduzir um limite máximo dos preços da energia por parte da Rússia falharam totalmente.

 "A Europa colhe o que semeia"

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que os países europeus só podem culpar-se pelos problemas que irão enfrentar no próximo Inverno, na sequência da diminuição do fornecimento de gás russo. Nas suas palavras, "a Europa colhe o que semeia", enquanto a Turquia "não tem qualquer problema com o fornecimento de gás".

A crise na Europa é o resultado de erros políticos. Por um lado, as sanções contra a Rússia só beneficiam os Estados Unidos. E, por outro lado, a imposição de uma economia pós-hidrocarbonetos aos europeus provou a sua inaptidão.

Como resultado, os preços da energia na Ásia e na América Latina são agora muito mais baixos. Assim como o salário dos trabalhadores. Por outras palavras, os produtos europeus tornaram-se totalmente não-competitivos. E estamos a assistir a uma diminuição da distribuição destes produtos nos mercados. Como resultado, a economia europeia começou a mergulhar em recessão. Em particular, Christian Sewing, Presidente Executivo do Deutsche Bank, afirmou no dia 7 de Setembro que a Alemanha já não é capaz de evitar uma recessão. Já compra significativamente menos matérias-primas a grandes fornecedores como o Brasil, Argentina ou Estados Unidos.

Economist Intelligence Unit, um think tank britânico, prevê que o crescimento do PIB para 2023 seja: 5,3% na China, 5,1% na Índia, 1,2% nos Estados Unidos, 0,3% em França, 0,3% no Brasil. E será negativo em vários países: -0,6% no Reino Unido, -1% na Alemanha e -1,3% em Itália.

A pobreza aproxima-se

A próxima consequência lógica será uma série de encerramentos maciços de unidades de producção e um aumento do desemprego. As empresas tecnológicas europeias estão já a reduzir o número de postos de trabalho de engenharia bem remunerados. Em Setembro, a Siemens, fabricante alemã de turbinas eólicas, anunciou a sua intenção de reduzir o número de colaboradores em 1500 pessoas.

 


Por conseguinte, o aumento do desemprego provocará uma redução do nível de vida e um encargo adicional para os orçamentos do governo, uma vez que a luta contra a pobreza exige novas despesas sociais.

As economias europeias (e norte-americana) sobrevivem com estímulos. Mas piora a inflacção. Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês, disse"Não podemos ajudar a todos, enquanto nós, no Ocidente, vamos ficar um pouco mais pobres devido ao elevado nível de inflacção e aos elevados custos da energia."

 Migrantes causam ruína orçamental

Ao mesmo tempo, a crise energética e os problemas de producção foram agravados pelas políticas de migração que exigem novas injecções fiscais na esfera social.

O afluxo de migrantes para países europeus nas últimas duas décadas manteve-se abaixo de um milhão de pessoas por ano. Mas no ano passado, 1,3 milhões de pessoas emigraram para a Europa, e este ano já são 1,8 milhões. Há que ter em conta que alguns imigrantes entram ilegalmente na Europa e não são contabilizados. São principalmente de nacionalidade somali, nigeriana, gambiana, iraniana, paquistanesa, maliana, afegã, eritreia e síria.

Além disso, mais de dez milhões de pessoas deixaram a Ucrânia desde o final de Fevereiro. Destes, pelo menos 6 milhões de pessoas permanecem nos países europeus, das quais 3,7 milhões já receberam o estatuto de refugiado. O custo médio por emigrante ucraniano é de 7000 euros por ano. Mesmo sem os ucranianos, só a Alemanha gasta 25 a 55 mil milhões de euros por ano em ajuda aos refugiados.

A economia europeia poderia pagar por esta despesa colossal da França antes da crise energética. Mas agora a situação é tal que os gastos só estão a crescer, enquanto os rendimentos estão em queda livre.


Na sequência das facturas catastróficas de electricidade e aquecimento, a população europeia enfrenta um desemprego em massa, seguido de uma diminuição do apoio social por parte dos Estados. Tais processos só podem levar a um declínio do nível de vida e a profundas convulsões sociais.

Traduzido por José Martí, revisto por Wayan, para o Saker Francophone.

 

Fonte: Dégringolade de l’économie et du niveau de vie en Europe – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




 

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