segunda-feira, 6 de junho de 2022

As abelhas têm o zangão!

 


 6 de Junho de 2022  Olivier Cabanel  

OLIVIER CABANEL — E se amanhã, após o desaparecimento programado das abelhas, já não tivéssemos uma única fruta para comer?

Outra fábula ecológica, os ambientalistas são apenas apavoradoss incorrigíveis, e têm tendência a exagerar? Infelizmente, não. Os números estão lá, indiscutíveis.

As abelhas têm vindo a desaparecer aos milhares de milhões nos últimos meses, e o seu desaparecimento pode causar-nos alguns problemas. Até chegar ao desaparecimento da espécie humana. É uma epidemia monstruosa, de uma violência e magnitude que é arrepiante.

As abelhas deixam as colmeias, e não voltam. Fonte: http://www.mdgrf.org

Para muitos ambientalistas, o culpado já está encontrado, os OGM.

Os americanos viraram-se para a velha Europa e trouxeram enormes quantidades de abelhas em contentores, porque sem as abelhas, não haverão mais frutas, mais vegetais, mais oleosas.

Porquê culpar os OGM por este genocídio?

Os OGM inoculam as plantas de pesticidas que matam insectos predadores.

Mas os OGMs não entram em detalhes, matam todos os insectos e por que não as abelhas?

As abelhas adoram polinizar aqui e ali e podem viajar quilômetros para encontrar tesouros, como nós, no fundo.

E apesar das negações de alguns pseudo especialistas fortemente cheios de certezas, as abelhas também polonizam no milho, mesmo que seja transgénico.

Isto foi provado pelos agricultores do Sudoeste, que, sob a supervisão de um oficial de justiça, recolheram pólen perto de campos de milho transgénico e encontraram quase 40% de pólen de milho contaminado.

É na aldeia de Grézet Cavagnan, no Lot-et-Garonne que a experiência foi conduzida sob a égide do colectivo "Aquitânia, futuro sem OGM" entre 6 e 11 de Julho.

Este estudo mostra que o pólen recolhido até 1.500 metros da colmeia está contaminado.

Mas o que sabemos hoje sobre os OGM e aqueles que se alimentam deles? Sabemos que experiências realizadas em ratos alimentados com OGM têm destacado danos em órgãos vitais, fígado, rins...

O que nos tornaríamos num mundo sem fruta?

Acabou a famosa maçã do ex-presidente, os morangos silvestres do falecido Bergmann, as peras Belle Hélène, as uvas da ira?

Um mundo sem frutas... mas também um mundo sem flores.

O mais surpreendente é que é a nossa sociedade de caridade cidadã que permite financiar parcialmente a investigação sobre os OGM.

Sem querer, é verdade.

Com efeito, durante a Teletona, são recolhidos montantes consideráveis para combater doenças genéticas.

Uma boa parte destes montantes generosamente doados por cidadãos sensíveis à angústia humana dos pacientes é doada a laboratórios que trabalham em investigação genética.

Se tiver a curiosidade de ligar para o centro financeiro da Telethon, receberá facilmente o endereço destes laboratórios.

Se, tal como eu, ligarem para um e pedirem para falar com o director, ficarão surpresos ao saber que, nestes laboratórios de investigação de "doenças genéticas", também praticamos investigação sobre OGM: eles tornam possível a ligação para o estudo da correspondência entre o código genético e o gene indutor de funções.

Não tenho a certeza de que, se os doadores da Telethon soubessem que parte do seu dinheiro também se trata de financiar a investigação sobre os OGM, continuariam a pagar tão facilmente o seu obole.

Eis um bom tema para discussão em Outubro, para o Grenelle Parisien.

 

Fonte: Les abeilles ont le bourdon! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




 

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