1 de Junho de
2022 Robert Bibeau
Por Marc Rousset.
Numa excelente coluna
no Le Figaro, Christian Saint-Étienne nota que distribuir o poder de compra, sem uma
contrapartida produtiva, está a preparar um cenário ao estilo grego! Macron, Marine
le Pen e Mélenchon embarcaram, no entanto, numa louca corrida demagógica para
atrair eleitores, uma das feridas mortais das democracias ocidentais!
O problema é que a
França já não fabrica produtos industriais suficientes e tem um défice comercial anual de cerca de
100 mil milhões de euros! O défice público namorisca agora com os 6,5% do PIB! O crescimento
caiu, foi zero no início de 2022 para atingir, na melhor das hipóteses, 1,3% em
2023 e 1,1% em 2024! Fala-se ainda mais de recessão e de "estagnação",
na sequência das estúpidas sanções suicidas anti-russas que primeiro atingirão
"aqueles que fumam cigarros e conduzem a gasóleo"!
A indústria francesa
está a desmoronar-se sob as taxas sociais e os impostos sobre a produção para
pagar despesas públicas loucas com 2 milhões de funcionários públicos em
excesso, um custo anual de imigração de 84 mil milhões de euros por ano e um
sistema de pensões em défice! Os postos de trabalho criados pela "alta tecnologia" do Macron
manipulador são melhores do que nada, mas apenas 1% do emprego em França: isto
não pode substituir os gigantescos investimentos da Tesla e da Intel na
Alemanha e as fábricas reais para fabricar bens essenciais importados da China
e dos países emergentes!
Christian Saint-Étienne recorda-nos a síndrome de Tsipras, na Grécia, que
consistiria em França em eleger os deputados de um partido que exigia a
distribuição do poder de compra enquanto o pedia emprestado, um SMIC a 5.000
euros, uma reforma aos 50 anos, para nos levar nos três meses seguintes à sua
eleição, com o aumento das taxas, uma crise de confiança no Sistema, o colapso
da economia, uma reforma aos 68 anos e uma redução de 20% nas pensões!
Promessas demagógicas que são impossíveis de manter só envolvem os ingénuos e
os idiotas que as ouvem. Amanhã faremos a barba de graça!
É também a derrota na UE que renuncia até 2023 ao pacto de estabilidade com
uma dívida máxima de 60% do PIB e um défice inferior a 3% do PIB, devido à
guerra na Ucrânia. A UE está a renunciar à aquisição das finanças públicas. 17
países não respeitam o critério do défice e cinco, incluindo a França, o
critério da dívida. O pacto deve ser reactivado somente em 2024! A UE
pacifista, de direitos humanos, mercantil e imigratória, apaixonada por uma
súbita loucura de guerra contra a Rússia, vive um período de total incerteza
económica.
Em Itália, Mario Draghi já não conhece o estado de graça. O crescimento não
deverá ultrapassar os 2,4% este ano e os 1,9% em 2023. As reformas fiscais e da
concorrência parecem estar paradas. As dívidas continuarão a subir e o que fará
Draghi se não anunciar a falência da Itália em caso de subida das taxas?
Quanto à zona
euro, está despedaçada: o fosso da dívida entre a Alemanha e a Itália mais do
que duplicou em dez anos e atingiu 90% do PIB, contra 45% entre a França e a
Alemanha. Mas as taxas estão a subir! Christine Lagarde, do BCE, quer acabar
com o programa de recompras de activos em Julho. Além disso, a taxa negativa actual
de -0,50% deverá subir para 0% em Setembro, depois de dois aumentos sucessivos
de 0,25% em Julho e Setembro. Christine Lagarde, no final do ano passado, no
entanto, considerou improvável uma subida da taxa em 2022 porque a taxa de
depósito está em território negativo desde 2014!
O problema é que o
índice de preços no consumidor na zona euro atingiu um valor recorde de 7,4% em Abril; mesmo
excluindo os alimentos e a energia, a inflacção excede em muito o objetivo de
2% do BCE. De facto, Christine Lagarde está completamente confusa, expressa-se
num disparate grandiloquente incompreensível quando se fala de gradualismo,
opcionalidade, flexibilidade e ajustamento da política monetária de acordo com
acontecimentos imprevisíveis que se seguem. Christine Lagarde reconhece mesmo
que a situação é cada vez mais incontrolável e que não sabe para onde vai!
Parece que se trata da catástrofe e da
explosão da zona euro!
A estúpida política de
sanções económicas e financeiras contra a Rússia é a cereja no topo do bolo que
agrava a situação! Em caso de embargo ao petróleo, a Rússia poderá substituir
muito facilmente a procura europeia pela da Índia e da China. Por outro lado, o
embargo conduzirá a um aumento inaceitável dos preços na bomba para os Coletes Amarelos! Potenciais
fornecedores de petróleo, como a Arábia Saudita, o Brasil, os Estados Unidos
estão relutantes porque se aumentarem a sua produção, a Rússia vai quebrar os
preços, como já fez com a Índia a 25 dólares por barril, e eles vão perder!
Além disso, os custos de transporte serão muito mais elevados do que para o
petróleo russo. Por último, o petróleo russo é de qualidade superior para
produzir destilados médios (diesel) nas refinarias europeias.
No que diz respeito ao gás, um grande país produtor como o Qatar não quer
vender todo o seu gás à Alemanha, porque se Berlim decidisse parar as suas
encomendas, ficaria encurralado. O Chanceler Olaf Scholz visitou muito
ingenuamente África (Senegal e África do Sul) para se afastar do gás russo e
encontrar novos fornecedores, mas ele falhou com projectos futuristas
aleatórios que eram muito caros.
Fora da Europa, a situação não é brilhante nos Estados Unidos (inflacção
alta, crescimento fraco, juros em alta e pequenas quebras sucessivas da bolsa),
mas também é preocupante, o que é novo, do lado da China! Em Maio, o Reino do
Meio apresentou o seu pior desempenho económico em dois anos, com o consumo no
nível mais baixo e o desemprego perto de um recorde histórico. Segundo o banco
UBS, o crescimento chinês pode limitar-se a 3%
este ano, enquanto Pequim se apega à meta de 5,5%. A estratégia “Zero Covid” está a
mostrar-se catastrófica para muitos sectores, incluindo o sector de luxo, com
um colapso de 47% nas vendas em relação a 2021. Estamos a assistir a um
mergulho no arranque e nas vendas de imóveis. A produção de crédito acabou por
ser metade do esperado; as vendas no
retalho caíram 11% e o índice de preços ao consumidor está acima das
expectativas. Se o confinamento parece estar a ser aliviado em Xangai, a cidade
de Pequim está a reforçar as suas medidas anti-covid, com muitas lojas e pontos
turísticos fechados ou a abrandar. De Davos, o director do FMI fala de “ventos
contrários” na China.
Quanto às “criptos”,
Christine Lagarde acredita que “não valem nada e não se baseiam em nada”. O
Banque de France evoca a famosa bolha especulativa das tulipas na Holanda no
século XVII e compara o fenómeno bitcoin à “tulipomania”. O Banco Central
Americano também quer apitar para o fim da brincadeira. O mercado de criptomoedas
já perdeu mais da metade do seu valor, caindo de US$ 3 triliões para US$ 1,4
trilião em apenas seis meses. Para a Bitcoin com preço recorde de US$ 66.000 e
preço actual de US$ 29.000, a queda hoje é de 57%! Alguns investidores
acreditam que pode até cair para US$ 8.000, assim como o estouro da bolha das
ponto.com em 2000. Para quando a viragem das acções e das obrigações se as
taxas de juro dispararem?
Jane Fraser, CEO do grande banco americano Citi, está convencida em Davos de que a Europa entrará em recessão! Viktor Orban decretou o recolher obrigatório na Hungria e acredita que teremos que enfrentar uma grave crise económica. Existe até o risco de uma recessão mundial com aumento do desemprego, dos preços dos alimentos, da dívida pública e privada que já é muito elevada no mundo.
Só há França imprudente, privada de uma campanha presidencial séria, que
sonha com o aumento do poder aquisitivo financiado pela dívida pública, sem
trabalhar mais ou produzir mais, com o traidor federalista imigratório Macron,
a patriota incapaz Marine le Pen e o demagogo islamo-esquerdista Mélenchon!
Marc Rousset
Autor de Como Salvar a França/ Por uma
Europa das Nações com a Rússia
Fonte: Économie : Rien ne va plus en France et dans l’UE! – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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