Transformar conteúdo político em continente formal é erro crasso
científico e de senso comum com consequências desastrosas tanto no interpretar
como no decidir.
Seja numa liderança burguesa seja numa liderança operária as
operações determinam-se e dependem ora da monocentralidade ora da
policentralidade numa mutação imprescindível à conservação do carácter e do
movimento.
Se não fosse assim como se explicaria, por exemplo, a
importância da propaganda?
A propaganda não é mais do que a passagem duma monocentralidade
para uma policentralidade sem o que monocentralidade alguma resistiria.
Não é um acaso os regimes ditatoriais darem tanta importância à
propaganda como não é por acaso a omnipresente publicidade: num caso e noutro o
que está em causa é a multiplicação dum testemunho a potenciar uma acção.
O drama reside quando se equivoca a natureza do acto que origina
na diversidade (policentralidade) a individualidade (monocentralidade).
Fazer da monocentralidade ou da policentralidade padrão
argumentativo, com repúdio, exclusão e eliminação de uma ou outra centralidade,
é elucubração irracional ou astúcia canalha para comer a pinha a papalvos.
Entre outras coisas é assim que as hostes burguesas têm vindo a
afrontar o bastião inexpugnável da luta dos operários a organizarem-se como
classe distinta da classe daqueles que teimam em oprimi-los e explorá-los.
É assim também, à má fé, o assalto ao PCTP/MRPP!
Mas, como diz a canção, por morrer uma andorinha não morre a
primavera!
Viva a classe operária!
Viva quem trabalha!
Morte à traição!
20 Abril 2023
Pedro Pacheco
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