quinta-feira, 20 de abril de 2023

Monocentrismo versus policentrismo: uma questão perversa

 


Transformar conteúdo político em continente formal é erro crasso científico e de senso comum com consequências desastrosas tanto no interpretar como no decidir.

Seja numa liderança burguesa seja numa liderança operária as operações determinam-se e dependem ora da monocentralidade ora da policentralidade numa mutação imprescindível à conservação do carácter e do movimento.    

Se não fosse assim como se explicaria, por exemplo, a importância da propaganda?

A propaganda não é mais do que a passagem duma monocentralidade para uma policentralidade sem o que monocentralidade alguma resistiria.

Não é um acaso os regimes ditatoriais darem tanta importância à propaganda como não é por acaso a omnipresente publicidade: num caso e noutro o que está em causa é a multiplicação dum testemunho a potenciar uma acção.

O drama reside quando se equivoca a natureza do acto que origina na diversidade (policentralidade) a individualidade (monocentralidade).

Fazer da monocentralidade ou da policentralidade padrão argumentativo, com repúdio, exclusão e eliminação de uma ou outra centralidade, é elucubração irracional ou astúcia canalha para comer a pinha a papalvos.

Entre outras coisas é assim que as hostes burguesas têm vindo a afrontar o bastião inexpugnável da luta dos operários a organizarem-se como classe distinta da classe daqueles que teimam em oprimi-los e explorá-los.

É assim também, à má fé, o assalto ao PCTP/MRPP!

Mas, como diz a canção, por morrer uma andorinha não morre a primavera!

Viva a classe operária! 

Viva quem trabalha!

Morte à traição!

20 Abril 2023

Pedro Pacheco

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