DEZEMBRO
DE 1989
Tenho duas filhas,
Duas meninas
Três irmãs
E quando este atroz evento
Aconteceu,
elas choraram... todas elas.
Depois houve
As minhas sobrinhas de todo o mundo,
Da Austrália, Inglaterra, Irlanda
E de Ontário!
Todas em choque!
E queriam falar
Comigo? Com alguém
Quem elas conheciam
Que estivesse próximo desta estúpida
tragédia.
Eu não tinha uma resposta satisfatória
Para lhes dar?
Elas foram atacadas
Na sua feminilidade... todas elas!
Sentiram-se visadas
Como estas 14 mártires
Que se atreveram a ter apenas um desejo
"SEGUIR OS SEUS SONHOS ATÉ AO FIM!
A vossa luta ainda não terminou,
senhoras.
Gostaria de vos dizer o contrário
Mas olho à minha volta,
e tenho medo por... vós!
Tudo o que pensam que ganharam nos
últimos anos,
podem perder amanhã de manhã.
Temos de ficar atentos!
Há um par de anos atrás,
participei num programa de televisão
sobre a feminilidade, como telespectador.
Havia 4 mulheres de negócios
Quem disse que tudo estava ganho?
Marie-France Bazo era a apresentadora.
E durante todo o programa,
Havia duas técnicas
a correr de um lado para o outro,
a ajustar o som e a iluminação.
E eu, o sindicalista,
perguntei-lhes se elas
Ganhavam o mesmo salário
que os homens?
Elas disseram-me... não!
Então, passei esta informação à
à Sra. Bazo e expliquei-lhe
a situação destas duas mulheres.
Ela ficou visivelmente chocada
E respondeu-me,
"Estas mulheres são
sindicalizadas".
Eu respondi-lhe: "Sim, mas o
sindicato,
É um mundo de homens".
Mesmo nos sindicatos, senhoras,
Vão ter de... lutar!
John Mallette
, o poeta proletário
Fonte: DÉCEMBRE 1989 – les 7 du quebec
Este poema foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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