Dezembro
5, 2023
Por
Kamel M. – O Conselho Francês de Culto Muçulmano (CFCM),
que Emmanuel Macron e Gérald Darmanin tentaram dissolver sem sucesso, lançou um
apelo na terça-feira para uma "mobilização pacífica total para pôr fim às
crueldades infligidas às crianças de Gaza". "Perante o recomeço dos
bombardeamentos indiscriminados em Gaza, a CGPM apela a uma mobilização
pacífica total dos franceses de todas as religiões, conscientes do valor da
vida humana, para que os massacres das populações civis cessem o mais
rapidamente possível", lê-se num comunicado de imprensa desta organização
religiosa. "Ninguém deve aceitar que Gaza se transforme numa vala comum a
céu aberto e num massacre de crianças e bebés", denuncia o CFCM, que
constata com amargura que "as crianças de Gaza não são responsáveis por
nada, mas o preço que pagam é mais pesado do que em qualquer outro conflito do
nosso tempo".
"Como todas as
crianças do mundo, as crianças de Gaza não merecem ser expostas durante tanto
tempo a tanto sofrimento, terror e horror, com tanta indiferença e inacção por
parte da humanidade", protesta o Conselho Francês do Culto Muçulmano, cuja
posição é inequívoca, ao contrário da da Grande Mesquita de Paris, que se
mostra vergonhosamente ambivalente em relação aos massacres sofridos pelos
palestinianos.
"Em França, é
preciso dizer que as imagens trágicas que mostram os corpos inertes de crianças
e os seus braços e pernas a sobressaírem dos escombros em Gaza, transmitidas em
certas redes, estão ausentes da maior parte dos nossos meios de comunicação
social, mesmo em modo desfocado. Apenas são difundidas vistas aéreas de
edifícios desmoronados, sugerindo simples danos materiais", afirma
indignado o CFCM, acusando os meios de comunicação franceses de
"preferirem dar mais espaço àqueles que insistem que Israel é a única
democracia da região, ou que o exército israelita é o exército mais moral do
mundo, enquanto fecham os olhos aos crimes bárbaros perpetrados por este
exército contra os milhares de crianças palestinianas que morrem e sofrem
perante a inacção e a impotência geral".
"No fim de contas, os grandes meios de comunicação social estão desacreditados na sua totalidade. Algumas pessoas recorrerão a outros meios de comunicação alternativos onde descobrirão, por vezes desacompanhadas e sem moderação, imagens terríveis do drama do povo palestiniano. Poderão também estar expostas a grandes riscos de manipulação e de abusos, com consequências que não devem ser subestimadas", adverte o CFCM, que apela às pessoas para que "continuem a ser solidárias com o povo palestiniano e exijam um cessar-fogo imediato e duradouro", e para que "denunciem o engano daqueles que tentam por todos os meios explorar este drama para o transformar numa guerra de religiões ou de civilizações".
"Os responsáveis por estes crimes desumanos e anti-religiosos, contrários aos direitos humanos e ao direito internacional, devem responder perante os tribunais internacionais", insiste a CGPM, para quem "renunciar a eles seria pôr irrevogavelmente em causa os nossos valores mais preciosos e fundamentais, bem como todas as convenções internacionais de protecção dos direitos humanos e da dignidade humana".
K. M.
Fonte original: Le CFCM sur les massacres à Gaza : «Les médias français sont discrédités !» - Algérie Patriotique (algeriepatriotique.com)
Retirado de: Gaza: pourquoi Biden et Netanyahou veulent maintenir une tension continue –
les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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