23 de Dezembro de
2023 Robert Bibeau
Sérgio PANCHO
A imagem dos Emirados Árabes Unidos e da COP ficou para sempre manchada.
Para os Emirados Árabes Unidos, sediar a Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) deveria
ter encerrado o ano com nota alta. O Papa foi anunciado, assim como Assad, ou
seja...
Mas não foi o caso. A
COP foi um fracasso. Primeiro, os combates entre Israel e o Hamas são notícia
desde 7 de Outubro. Então, no Dubai, as máscaras rapidamente caíram. Por detrás
das palavras tranquilizadoras, é agora claro que os EAU não tencionam
contribuir activamente para a luta contra o falso aquecimento global, um
fenómeno ao qual devem uma grande parte do seu desenvolvimento económico. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/12/breve-guia-sobre-o-aquecimento-mundial.html
).
Já no período que antecedeu o evento, a polémica estava a crescer em torno
desta COP, chegando-se mesmo a apelar a um boicote. As críticas centraram-se na
escolha do Presidente, na localização desta grande missa e nas condições de
vida no local.
É preciso dizer que a
COP28 é presidida pelo agora famoso sultão Ahmed Al Jaber. Ministro da
Indústria dos Emirados Árabes Unidos, ele é ninguém menos que o CEO da companhia
nacional de petróleo do Abu Dhabi. Esta surpreendente escolha do principal
lobista das petrolíferas não podia ser mais questionável, sobretudo quando
sabemos que os combustíveis fósseis participam precisamente nas alterações climáticas
(sic) (Energia recebida anualmente na Terra do
Sol: 1,52 mil milhões de TWh (1,52 1018 kWh). Energia produzida anualmente
pelas actividades humanas no domínio da energia:
118.000 TWh (1,18 1014 kWh) ou 0,008% do total anterior. (Ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/12/breve-guia-sobre-o-aquecimento-mundial.html
).
As questões sobre Al Jaber aumentaram quando a BBC informou em 27 de Novembro que ele estava a considerar usar o evento para fazer acordos para suas empresas petrolíferas.
Em seguida, a COP28 é realizada no Dubai, a maior cidade dos Emirados
Árabes Unidos, que é nada menos que o 5º maior emissor de CO2 per capita do
planeta. Com 20,3 toneladas per capita por ano, é apenas cinco vezes mais do
que a França para um território, no entanto, quase 7 vezes menor. Além disso,
os Emirados consomem quatro vezes mais água do que a média mundial.
Mas nem toda a gente beneficia. Por detrás do dinheiro e das torres mais
altas do mundo, há outra população. Muitas vezes indianos, paquistaneses,
bangladeshianos ou mesmo africanos, as condições de trabalho e de vida destes
imigrantes são deploráveis. São mal pagos e alojados em campos insalubres. A
ONG britânica FairSquare revelou que os trabalhadores migrantes trabalharam
incansavelmente sob temperaturas superiores a 40°C para garantir que os
edifícios da COP28 estivessem prontos a tempo. Os participantes na COP podem
agradecer-lhes, mesmo que seja pouco provável que se cruzem com estes
residentes de segunda classe. Mas talvez se deparem com um tipo diferente de
trabalhadores nos seus hotéis? O Dubai estabeleceu-se como um novo destino de
luxo para os proxenetas. É fácil perceber porque é que este COP é tão popular,
com a participação a atingir níveis recorde.
O FLOP28 será recordado pela arrogância de algumas pessoas poderosas. Durante vários dias, os negócios foram feitos em salas com ar condicionado, onde a unidade de medida era o bilião. Apesar dos esforços dos peritos presentes, todos eles pagos (ahem), o que mostra que se a palavra fosse livre, esta farsa teria vindo a lume. Até Biden, presidente dos Estados Unidos da América, não quis ser associado a ela. E tinha razão para o fazer. Com um pouco de sorte, a história não guardará nada deste fracasso, para além do aparecimento de Putin, que se tem transformado, ano após ano, num agitador em vez de ser Presidente. Talvez tenha vindo ao Dubai para preparar a sua reforma como influenciador?
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https://www.legrandsoir.info/cop28-ou-flop28.html
Fonte: COP28 ou FLOP28 ? – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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