sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O silêncio ensurdecedor dos comunistas revolucionários

 


A única voz que a classe operária e os escravos assalariados em geral possuíam em Portugal – o Luta Popular online - foi silenciada. Fruto de um processo político, assente numa intensa luta de classes entre a burguesia e o proletariado, que se trava no seio do PCTP/MRPP, o Partido do comunista Arnaldo Matos, foi tomado por uma clique revisionista e social-fascista que assegurou a machadada final liquidacionista que divorciou, de forma ainda mais patente, o Partido das massas e das suas lutas.

Nos últimos cerca de 9 meses, o Luta Popular e o Partido de que é o Órgão Central – o PCTP/MRPP -, abandonaram os operários e restantes escravos assalariados à sua sorte. Demitiram-se do seu papel de vanguarda - que se foi tornando progressivamente inexistente e irrelevante – e remeteram-se ao mais ruidoso dos silêncios, desaparecendo do terreno da luta.

A dupla de burocratas revisionistas e social-fascistas que domina, hoje, a direcção do Partido, o seu Comité Central, – a Cidália Guerreiro e o João Pinto -, é a mesma que “encerrou” a redacção do Luta Popular online que hoje, não tem qualquer préstimo para a luta e a direcção da mesma, mas que os operários e restantes escravos assalariados, ainda assim, não se demitiram de travar quotidianamente.

O revisionista, burocrata e social-fascista João Pinto, que aparece no rodapé do Luta Popular online como Director do Órgão Central do PCTP/MRPP está “desaparecido em combate” – o que foi sempre recorrente neste imbecil armado ao pingarelho intelectualóide. Não escreve uma linha e, no entanto, pasme-se, arroga-se como “director” do jornal que, supostamente, deveria reflectir a estratégia do Partido, cada vez mais supostamente Comunista. Na prática, o silêncio e a deserção do Órgão Central passaram a ser o seu mote e, simultaneamente, o reflexo do estado em que o Partido se encontra.

Onde está a esquerda do Partido?! Está a fazer óó?! Está de férias?! Demitiu-se em definitivo?! É que, se assim for, então melhor será que a classe operária comece, desde já, a trabalhar para construir o seu Partido Operário Comunista, um Partido que interprete os seus anseios, trace a estratégia e a táctica revolucionárias que a hão-de levar à vitória e assegure a direcção das suas lutas, dos levantamentos populares à revolução que irá destruir, de vez, o modo de produção capitalista para, em seu lugar, construir o modo de produção comunista.

Onde está a esquerda do Partido que, nestes últimos 9 meses, não manifestou qualquer reacção a uma realidade destas? Nenhum camarada, nenhum comunista – se é que ainda existe algum no seio da “bela adormecida” em que se transformou o PCTP/MRPP – se indignou pelo facto de o Partido não ter uma palavra a dizer sobre:

1.    A chamada “bazuca” financeira e o famigerado Plano de Resiliência e Recuperação ditado por Angela Merkel, via Bruxelas

2.    A situação na TAP onde, pelos vistos, foi aceite a tese neo-revisionista que impera na Organização Sindical do Partido – LUTA, UNIDADE, VITÓRIA! – de que não existe classe operária naquela empresa, pelo que, os comunistas não devem tentar sequer dirigir qualquer luta contra o Plano de Recuperação fascista que o governo de Costa reserva para aquela companhia de bandeira, devendo facilitar o domínio do espaço aéreo da Península Ibérica pelos interesses da burguesia e do grande capital de Espanha.

3.    Como nada diz, ou disse, sobre as dezenas de lutas que, diariamente – e apesar da traição miserável dos sindicatos revisionistas e reformistas da CGTP/IN e da UGT – os operários e restantes escravos assalariados se empenham em travar

4.    O imperialismo americano e a sua coligação ocidental são miseravelmente derrotados no Afeganistão – como já o haviam sido no Vietname – e os comunistas, através do seu Órgão Central – o Luta Popular online – nada têm para dizer. Nem uma poucas linhas de regozijo?!!!

5.    A guerra inter-imperialista que opõe, de forma cada vez mais aberta, o “Bloco Atlântico” – constituído pelos EUA, UE e Reino Unido – ao “Bloco Asiático” (ou Aliança de Xangai), constituído pela China, Rússia e Irão, uma guerra iminente à qual a classe operária e os seus aliados têm de dar a sua resposta autónoma, transformando-a em Guerra Civil Revolucionária, não mereceu sequer, e até à data, qualquer análise ou mera observação por parte do Partido e do seu Órgão Central – o Luta Popular online

6.    A mascarada eleitoral autárquica está no terreno, em pleno, e o único “facto político” que é “anunciado”, é a apresentação de candidaturas do Partido em 2 concelhos – Aveiro e Loures?!!! Nem uma palavra para explicar porque é que, ao arrepio do que houvera sido decidido, por unanimidade, no I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, a direcção actual do Partido decidiu apresentar candidaturas a estes 2 concelhos. Quanto ao Carnaval das promessas e ilusões dos candidatos da burguesia – da extrema-direita à auto-proclamada extrema-esquerda, passando pelo partido de direita PS e pelos revisionistas do PCP – nem uma palavra.

7.    A redacção do Luta Popular e a direcção do Partido demitiram-se, de forma oportunista e miserável, da denúncia e do combate ao terrorismo sanitário que o governo de Costa, directamente ou através das instituições que tutela, estão a impor às populações. Uma ditadura sanitária, fascista, que passa por uma vacinação obrigatória – apesar de escamoteada essa obrigatoriedade – e tende a terminar com a imposição do famigerado passe sanitário.

8.    E muitos outros temas que seria exaustivo estar, aqui e agora, a elencar.

Onde está a esquerda do Partido que aprovou no já citado I Congresso Extraordinário do PCTP/MRPP, ocorrido em Lisboa, durante os passados dias 18 e 19 de Setembro de 2020 – precisamente quando se comemoravam 50 anos da fundação do Partido – um Plano de Acção onde as principais Linhas Programáticas afirmavam que a estratégia do Partido teria de ser a preparação da classe operária e restantes escravos assalariados para transformar a Guerra Imperialista em curso em Guerra Civil Revolucionária, que abrisse os horizontes à Revolução Comunista Internacional, e que a táctica teria de ser o estudo do marxismo, para elevar a consciência operária, transformando-a de uma classe “em si”, numa classe “para si”?

Se existir, esta esquerda do Partido deve retratar-se imediatamente e demonstrar, com humildade revolucionária, a vergonha que sente por, por um lado, não ter mexido uma palha para que o estudo do marxismo se massificasse no seio do Partido e, por outro, que uma direcção burocrata, revisionista e social-fascista o tenha tomado de assalto.

Se o fizer, terá percorrido metade do caminho que a levará a reconquistar a direcção do Partido para o comunismo, para o espírito e os ensinamentos históricos do camarada Arnaldo Matos, terá criado as condições para que a classe operária e os restantes escravos assalariados voltem a contar com a sua vanguarda, a direcção esclarecida e motivadora dos verdadeiros comunistas!

Se o fizerem terão dado, ainda, um sinal de grande maturidade por, ao contrário da clique revisionista, burocrata e social-fascista que se apoderou a golpe da sua direcção, não se terem deixado endrominar pelo autêntico assassinato de carácter que levaram a cabo contra militantes e dirigentes do Partido, com base em critérios “moralistas” burgueses, direcção anti-marxista que tenta impor uma visão empírica e oportunista de privilegiar o acessório em detrimento do essencial,  de impor a visão anti-dialéctica que privilegia a forma em detrimento do conteúdo.

Viva a Revolução Comunista!

 

Sem comentários:

Enviar um comentário