quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Proletários de todos os países! Nós exploramo-vos!

 

 8 de Setembro de 2021  Equipa editorial  

Proletários de todos os países! São os capitalistas que por todo o lado vos exploram!

"Aqueles que querem fechar as fronteiras e impedir que os trabalhadores migrantes se movam estão a fazê-lo, por vezes, em nome da crise, às vezes porque há demasiados desempregados. Mas quem mergulhou a economia mundial em crise se não os financeiros? Quem é o responsável pelo desemprego se não os despedimentos? Alguns acusam os imigrantes de ocuparem habitações que faltariam aos franceses. Mas sem eles, os milhões de habitações de renda baixa nunca teriam visto a luz do dia, as estradas não teriam sido construídas, as fábricas não teriam podido funcionar. E este ainda é o caso hoje. São os capitalistas das finanças e da indústria e a sua rapacidade que estão a mergulhar cada vez mais trabalhadores na miséria e no desemprego. E fazem o mesmo à escala mundial, porque para eles, não há fronteiras que se mantenham. »

Como nos lembra este artigo de "Lutte ouvrière". Leiamos.

Um achado de Michel Peyret

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segunda-feira, 21 de Outubro de 2013

"Proletários de todos os países, uni-vos" – Karl Marx

Após a controvérsia desencadeada por Valls sobre os Romani (exónimo para ciganos – NdT), após a tragédia dos migrantes afogados ao largo de Lampedusa, a expulsão de Léonarda e a proposta vergonhosa de Hollande que lhe propôs que regressasse a França para terminar os seus estudos, sozinha, reavivaram o debate sobre as fronteiras e a imigração.

Le Pen grita por laxismo e denuncia mais uma vez "as bombas de sucção da imigração". Copé converteu-se às teses mais extremas da FN, propondo a revisão do auxílio médico estatal, da RSA e do direito do solo. Ambos culpam o governo por não ser suficientemente duro com os imigrantes, enquanto a política de imigração dos socialistas não tem nada a invejar da de Sarkozy.

Valls até se gaba do recorde de deportações batidos em 2012. Quantos Leonarda ou Khachik cuja educação e integração são brutalmente interrompidas? Quantas famílias são enviadas de volta para um país onde são indesejáveis?

Le Pen é um especialista em colocar uma miséria contra a outra, em colocar os pobres contra os mais pobres. Mas todos aprovam dizendo "que não podemos acrescentar miséria à miséria". Como se a miséria dos desempregados e dos trabalhadores viesse da miséria dos mais pobres!

Não se trata de partilhar a miséria e ainda menos escolher entre duas misérias. A miséria deve ser combatida indo aos bolsos dos exploradores para conseguir o dinheiro.

Basta ir aos belos bairros onde vivem famílias burguesas, os Arnaults, Bettencourts, Peugeots para perceber que há dinheiro. No ano passado, todas estas pessoas arrecadaram as suas fortunas em 30 biliões de dólares. Mas se fizeram mais 30 mil milhões, no meio da crise, é porque empobreceram as classes populares pela mesma quantia.

Aqueles que querem fechar as fronteiras e impedir que os trabalhadores migrantes de circular, fazem-no, tanto em nome da crise, como porque há demasiados desempregados. Mas quem mergulhou a economia mundial em crise se não os financeiros? Quem é o responsável pelo desemprego se não os despedimentos?

Alguns acusam os imigrantes de ocuparem habitações que estariam fariam falta aos franceses. Mas sem eles, os milhões de habitações de renda baixa nunca teriam visto a luz do dia, as estradas não teriam sido construídas, as fábricas não teriam podido funcionar. E este ainda é o caso hoje.

São os capitalistas das finanças e da indústria e a sua rapacidade que estão a mergulhar cada vez mais trabalhadores na miséria e no desemprego. E fazem o mesmo à escala mundial, porque para eles, não há fronteiras que se mantenham.

Depois de pilhar os países pobres no tempo da colonização e condená-los ao subdesenvolvimento, os grupos capitalistas continuam a explorá-los e a drená-lhes o seu sangue. Se centenas de milhares de pobres não vêem outra alternativa senão tentar atravessar fronteiras ilegalmente em risco de vida, é porque já não podem viver nos seus países.

"Os operários não têm pátria", disse Marx, pois é verdade que o destino que o capitalismo reserva para os proletários é ir onde há trabalho. Como é verdade que nunca lhes será dado nada, nunca assegurado, nem mesmo o direito de ser explorado no país onde nasceram!

A vida de muitos trabalhadores é a dos nómadas perpétuos. Para alguns, trata-se de percorrer algumas dezenas de quilómetros para mudar fábricas e cidades. Mas outros são forçados a percorrer milhares de quilómetros, a mudar de continentes, línguas e a abandonar os seus laços.

Hoje, jovens licenciados franceses estão a tentar uma carreira no estrangeiro, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos, em Singapura. Ninguém lhes contesta esse direito. Não há razão para privar outros trabalhadores desse direito. Qualquer que seja a sua nacionalidade, origem ou documentos, todos os trabalhadores devem ser livres de se deslocarem e instalarem-se onde quiserem.

O movimento operário consciente sempre se confrontou com todos aqueles que queriam colocar os trabalhadores uns contra os outros, a fim de os desviar da luta a ser conduzida contra os exploradores. A solidariedade de classe e o internacionalismo devem constituir os valores da classe operária.

"Não às expulsões", "regularização de todos os trabalhadores" fazem parte das suas exigências. Fazem parte da consciência dos trabalhadores verem-se como um todo e terem de travar uma luta comum para se libertarem e a toda a sociedade da opressão e da miséria.

O capitalismo realizou a mistura de trabalhadores em todo o mundo. Soldou-os num destino comum. A sua luta para se emanciparem tem de se tornar comun! 

Os direitos de autor deste texto pertencem aos organismos em causa. É publicada aqui, num espaço de cidadania sem rendimentos e sem conteúdos publicitários, para fins estritamente documentais e em total solidariedade com o seu contributo intelectual, educativo e progressista.

 

Fonte: Travailleurs de tous les pays ! On vous exploite! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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