sábado, 1 de abril de 2023

Uma pin-up feminista impulsionada para a liderança da CGT

 


 31 de Março de 2023  Robert Bibeau  


Por Khider Mesloub.

Uma pin-up feminista içada para a liderança da central sindical reformista e derrotista. A derrota é a sua marca registada, que organiza sistematicamente em todas as empresas, em parceria com o patronato e, sobretudo, com o Estado, o seu subsidiário oficial. 

A pin-up girl, desconhecida do público bem como da maioria dos trabalhadores, incluindo os membros da CGT, saiu in extremis do chapéu da instituição sindical mafiosa manobrada pelo Eliseu, ansiosa por contrariar a eleição de um delegado radical dos trabalhadores. Assim que foi eleita à frente da organização sindical mafiosa, a nova energia do patronato e do governo, saudada por toda a classe política francesa, apressou-se a anunciar a sua intenção de ir a Matignon para ser endossada pela primeira-ministra, a Sra. Borne, a fim de serem ditados os limites que não devem ser ultrapassados em termos de exigências, a fim de continuar a beneficiar de subsídios estatais e de serem aprovados pelos organismos patronais e governamentais.

Assim, depois da rotina da reforma das pensões exigir que ela orquestre conscientemente com as outras centrais sindicais, a CGT confirma o seu empreendimento de torpedear as lutas dos trabalhadores pelas suas acções estéreis objectivadas pelas suas intermináveis manifestações carnavalescas processionais, entronizando à sua cabeça uma rainha do feminismo e da ecologia, e não uma combatente da luta de classes. Numa época de guerra de classes, a CGT dotou-se de um chefe que é adepto da guerra dos sexos.

Num contexto marcado pela exacerbação das lutas operárias, pela massificação dos movimentos de revolta, esperávamos que este sindicato elegesse um secretário-geral do mundo operário. Um secretário com um perfil militante que fosse fundamentalmente anti-capitalista e portador de um projecto revolucionário emancipatório.

Mas não é este o caso. Para agradar ao seu empregador e aos patrocinadores governamentais e, sobretudo, para se alinhar com a ideologia ambientalista burguesa dominante, que é utilizada para enganar os trabalhadores, a CGT promoveu uma pequeno-burguesa, Sophie Binet, 41 anos de idade, secretária geral do Uganda (gestores, engenheiros e técnicos) responsável pela igualdade de género. 

A nova secretária, uma feminista empenhada (portanto não uma activista operária enfurecida), tem estado muito envolvida em lutas feministas e contra a violência sexista. Portanto, longe dos combates operários.

Em 2016, na Fête de l'Humanité, ela não hesitou em declarar: "Na história do movimento operário, a luta de classes tem sido considerada superior à luta pela emancipação contra a discriminação. Este não é mais o caso na CGT."

Estudante de filosofia em Nantes, activista do Partido Socialista, Sophie Binet foi eleita presidente da UNEF (União Nacional dos Estudantes da França) e vice-presidente estudantil antes de ingressar na CGT. Assim sendo, o perfil de uma mulher mais de colarinho branco do que de colarinho azul. Mais focada em questões sociais do que na Questão social. Lutas identitárias sectoriais em vez de lutas colectivas operárias.

O jornal patronal, La Tribune, saudou a eleição de Sophie Binet, que "oferece uma imagem mais moderna da CGT", por outras palavras, mais colaboracionista. Mais de acordo com os interesses do capital francês. Em congruência com a ideologia burguesa.

 

Khider MESLOUB 

 

Obs: Segundo a Wikipedia, uma Pin-up “é uma designação em inglês que se refere a uma modelo voluptuosa, cujas imagens sensuais produzidas em grande escala exercem um forte atrativo na cultura pop.” (NdT)

 

Fonte: Une pin-up féministe propulsée à la direction de la CGT – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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