30 de Março de 2022 Robert Bibeau
Por Brigitte Bouzonnie.
Ver vídeo no Tweeter - https://twitter.com/i/status/1508492693323886602 |
Tudo acontece! Na
telenovela "they talk about it" (do escândalo McKinseygate), eis os
comediantes do programa "Por Júpiter" na France inter, batendo por
sua vez contra a invasão e inutilidade de empresas de consultadoria no Estado
francês. "Não
pedem biliões em troca de três fotocópias" (sic) diz uma delas?
Estamos no centro do
escândalo do Estado. E, o que é novidade desde ontem, um escândalo de Estado
assumido hoje pelos media a soldo como a France Inter, o Express, o Le Monde,
os Obs....Quantias loucas gastas por estes Senhores-Senhoras, um custo
desproporcionado para estes serviços falsos e maus: muitas vezes cópias de
trabalho sobre o assunto, como evidenciado pelo livro: "Os infiltrados. Como as empresas de consultadoria
assumiram o controlo do Estado", escreveram dois jornalistas do Obs:
Matthieu Aron e Caroline Michel-Aguirre, que não podem ser taxados de
bolcheviques!
O custo global destas empresas de
consultadoria é de mil milhões de euros: sem precedentes! Porque estas
empresas intervêm em todo o lado: Reforma do Código do Trabalho em 2017.
Comissão Attali. Futura aquisição da Pfizer pela Nestlé, onde Macron
desempenhou um papel de liderança. Crise sanitária covídia... Eliane Assassi,
relatora do relatório do Senado sobre as empresas de consultoria denuncia um
"fenómeno
alastrador"(sic)!
E os autores do livro
"Os Infiltrados" acrescentam: Macron é um super consultor. Alain Minc aponta
para o mimetismo existente entre Macron e o pequeno mundo da consultadoria.
Confidencia aos autores deste livro: "No Ministério da Economia, recorda, Macron já os fazia
sonhar. Macron veste-se como eles. Pensa como eles. Conhece os seus códigos, os
fundamentos da sua profissão..."(sic) ("os infiltrados", op
cit)..
O pensamento político macroniano não se preocupa com ideologias. Partilha o
mesmo falso pragmatismo: entende a rejeição de todos os pensamentos críticos. A
rejeição da cultura da escrita: em proveito de powerpoints vagos. Um discurso
sobre o "método" erguido como um "programa".
No Outono de 2015,
perante um público conquistado, Macron martelou a sua mensagem: "Temos de mudar para a transformação
digital. Desmaterializar os procedimentos. Apostar na inteligência artificial.
Facilitar o financiamento das empresas. Atrair jovens talentos" (sic) ("os infiltrados", op cit).
Este tipo de frases
que começam por “deve” transporta-nos para um mundo irreal, uma retórica vaga,
onde o “deve ser” substitui o concreto, o “de verdade” como dizem as crianças.
A triste realidade actual, 80% dos franceses com dificuldades para sobreviver,
uma taxa de desemprego de 23%, como explica uma pesquisa do site ELUCID de 15
de Novembro de 2021: tudo isso se reflecte na negação da realidade, o
reprimido, o impensado, a favor da palavreado inócuo, sem importância: primazia
da inteligência digital e artificial, por exemplo.
Ouvimos a teórica de choque e macronista Amélie de Montchalin, domingo, 27 de Março, na France inter: na verdade, ela só propôs "a unidade dos franceses" (sic) e o "trabalho" (sic), como as únicas faixas ditas "inovadoras"! Não há dúvida de que, apesar de todas as críticas sérias que lhe faço, em comparação, o programa de Mélenchon para 2022 é Rohmer, Marcel Proust, no mínimo!
No entanto, o uso de empresas de consultadoria é um verdadeiro vício para Macron. No Outono de 2016, Macron demitiu-se do governo de Hollande. Partindo para conquistar o Eliseu, rodeado por um conjunto de consultores das mais prestigiadas empresas: da McKinsey ao Boston Consulting Group.
A formação "En Marche" diz sem rir que estes consultores
trabalharam "de graça". Nada menos certo. Quando sabemos que um consultor
júnior exige 2000 euros por dia, 7000 para os mais experientes: avaliamos a
devassidão financeira retirada dos nossos próprios fundos públicos pelo
candidato medíocre Macron. O mesmo que baixou a cabeça, como um chapéu de
burro, durante o primeiro debate com os outros candidatos em 2017. Na presença
de um Mélenchon mil vezes mais criativo do que ele!
Mas este não é um caso
isolado. Um tweet de Marc Tapage mostra um vídeo de Virginie Jordon, deputada
do Parlamento Europeu (ver vídeo acima já visto por 85.000 pessoas). Ela diz:
"Meus
queridos amigos, de acordo com o 'Le Monde', a McKinsey cobrava 2700 euros por
dia por consultor de Macron, durante a campanha de vacinação covid 2021. Para
que conste, um funcionário sénior A+ custa ao Estado 362 euros por dia.
Em Bruxelas, os consultores da McKinsey
estão de bom humor. O MP mostra um relatório de 34 páginas intitulado:
"Inteligência Artificial: Aplicações Industriais Críticas". McKinsey
foi pago 1 milhão por este folheto, ou 30.000 euros por página! (sic).
Num tweet de 28 de Março
de 2022, o ex-bastonário Régis de Castelnau escreveu: "o chefe da república das bananas está
aborrecido. Para o #McKinseyMacronGate, registei nada menos do que
5 possíveis crimes. Fraude fiscal, Concussão, Favoritismo, falso testemunho e,
claro, Corrupção" (sic).
Olá PNF."
Por seu lado, Claude
Revel, tecnocrata, é um dos primeiros a alertar sobre o assunto. No seu livro
"França,
um país sob influências?" (Vuibert, 2012), denuncia a crescente
influência das empresas de consultoria na
tomada de decisões políticas. Dez anos depois, esta prática tornou-se, infelizmente,
preponderante. Em 17 de Março, uma comissão de inquérito do Senado
descreveu este
recurso como "um reflexo". Em 2021, a despesa consultiva externa
dos ministérios ascendeu a 893,9 milhões de euros, mais do dobro do valor de
2018, quando já ascendia a 379,1 milhões de euros.
Desde o seu cargo de
Delegado Interministerial de Inteligência Económica, de 2012 a 2015, depois no
Tribunal de Contas, de 2015 a 2019, Claude Revel viu a McKinsey e outros imporem-se
gradualmente em todos os locais do poder.
A prática da
consultoria é altamente punível do ponto de vista criminal, gerando muitas
infracções graves acima referidas. Acima de tudo, é altamente repreensível
politicamente. E no que diz respeito à nossa moral republicana. Na verdade, consiste em dar secretamente,
sem o conhecimento dos franceses, todo o poder soberano às empresas de
consultoria americanas. Somas loucas no nosso orçamento público: mil
milhões de euros em troca de alguns pontos de poder. Descartar a verdadeira
inteligência da função pública francesa, na verdade, rejeitada a favor destes
impostores.
Mas ainda não acabou: depois de McKinseygate, eis Rothschildgate: a existência de uma conta secreta detida por Macron revelada pelo jornal "L'Humanité" de 29 de Março! Naturalmente, falaremos sobre isso muito em breve!
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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