quarta-feira, 16 de março de 2022

Jogos Paralímpicos Pequim 2022

 


Quem sequestrou o Comité Paralímpico?

Reproduzo no meu blog o comunicado emitido no dia 14 de Fevereiro de 2022, pela Associação Portuguesa de Deficientes, que se indigna, muito justamente, com a decisão arbitrária, tirânica e discriminatória do Comité Paralímpico de impedir a participação nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim 2022 dos atletas russos.

Assente na mais pura das hipocrisias e a mando de um dos blocos imperialistas que pretendem hegemonizar o planeta, a Direcção da APD, denuncia o facto de, por um lado, o facto de o Comité Olímpico não ter tomado idêntica decisão quanto ao banimento de atletas  de países como os EUA ou seus aliados da NATO/OTAN, quando estes se envolveram em conflitos como a Palestina, o Iraque, a Líbia, o Afeganistão – para mencionar os mais recentes – ou o Vietname martirizado pelas bombas Napalm, onde centenas de milhar de elementos do povo, incluindo crianças, foram - e continuam a ser - chacinados.

Sequestrado pela visão do imperialismo ocidental, divorciado do papel histórico que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos têm para o desanuviar dos conflitos e da guerra e a promoção da paz, o Comité Paralímpico, que deveria ter uma acção neutral na sua actividade de coordenação e desenvolvimento dos Jogos Paralímpicos, demonstrou com esta criminosa decisão que defende uma das partes envolvidas no presente conflito que se desenrola na Ucrânia.

Abaixo reproduzo o comunicado da APD sobre este assunto:

 

Jogos Paralímpicos Inverno Pequim 2022

 





COMUNICADO

 

SOBRE A DECISÃO DISCRIMINATÓRIA DO COMITÉ PARALÍMPICO

 

O Comité Paralímpico tomou a insólita e grave decisão de banir os atletas russos e bielorussos com deficiência dos Jogos Paralímpicos Inverno Pequim 2022.

Decisão insólita porque tal nunca aconteceu nas múltiplas situações de guerra, de que são exemplos mais recentes a Palestina, o Iraque, a Líbia o Afeganistão e o Yemen.

Decisão grave porque discrimina e penaliza atletas com deficiência sem qualquer responsabilidade na situação de guerra, contrariando os próprios fundamentos dos Jogos Olímpicos,  a saber, contribuir para a Paz, mesmo  e sobretudo, num mundo em guerra.

A Associação Portuguesa de Deficientes (APD)  condena a guerra, qualquer guerra, porque sabe ser a guerra um fautor cruel que engendra milhares de pessoas com deficiência e provoca sofrimento humano, agravado no caso das pessoas mais vulneráveis como é o caso das pessoas com deficiência.

Por isso, a APD defende a resolução pacífica dos conflitos, apoia todos os esforços desenvolvidos nesse sentido e condena todas as ações que promovam o ambiente  de conflito.

Por isso a APD vem, por este meio, protestar contra a decisão do Comité Paralímpico.

Lisboa, 14-03-2022

 

Pela APD 

A Presidente
Gisela Valente

 

Fonte: Associação Portuguesa de Deficientes - Jogos Paralímpicos Inverno Pequim 2022 (apd.org.pt)

 

Luis Júdice

 

Março 2022

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