RENÉ — Este texto é publicado em parceria com www.madaniya.info.
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Trinta e três ONG denunciaram sexta-feira, 4 de Março de 2022, o racismo
anti-negro observado na Ucrânia durante a guerra russo-ucraniana, numa
declaração colectiva enviada ao site madaniya.
Manifestando a sua "grande preocupação com os actos de degradação e
tratamento desumano que os cidadãos africanos que vivem ou residem na Ucrânia
estão a sofrer em consequência da guerra desencadeada desde 24 de Fevereiro de
2022", o colectivo apela às autoridades ucranianas para que "ponham
fim ao racismo manifestado contra os africanos que residem ou ficam" neste
país.
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PARAR O RACISMO NA GUERRA
Intitulada "Parem
o racismo na guerra", o comunicado refere que "vários cidadãos de
origem africana enfrentam perseguição, xenofobia, racismo e discriminação
racial por parte das autoridades ucranianas.
"De acordo com informações recebidas pelas nossas organizações, bem
como testemunhos recolhidos das vítimas, a polícia ucraniana está a impedir a
evacuação de nacionais de origem africana. A isto somam-se os actos xenófobos
orquestrados pelas autoridades polacas, que permitem selectivamente a entrada
de pessoas que fogem da guerra com critérios relacionados com a sua cor de
pele. É assim que vários cidadãos africanos estão detidos na fronteira
Ucrânia-Polónia, prosseguiu o comunicado.
“Para isso, nossas organizações lembram o artigo 1º da Declaração Universal
dos Direitos Humanos que estipula: “Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem
agir uns para com os outros com espírito de fraternidade”.
Gostaríamos também de destacar o artigo 14.º.1 da UDHR "face à
perseguição, todos têm o direito de pedir asilo e de beneficiar de asilo
noutros países", acrescenta o documento.
O coletivo lança um apelo "ao atual Presidente da União Africana,
Macky Sall (Senegal), bem como ao Presidente da Comissão da União Africana, Sr.
Moussa Mahamat Faki (Chade), convidando-os a garantir o respeito pelo direito
internacional dos direitos humanos e pelo direito humanitário internacional.
"Perante os riscos de agravamento desta guerra e as suas consequências
devastadoras para as populações civis e mais amplamente em África", o colectivo
denuncia estas práticas abomináveis, xenófobas e discriminatórias de outra
época e condena veementemente estas violações contrárias aos direitos humanos e
aos princípios do direito internacional dos direitos humanos e do direito
humanitário internacional."
Perante esta ascensão meteórica do ódio racial no mundo, é urgente que
todos os países respeitem e implementem a Convenção das Nações contra o Racismo
e o programa e plano de acção da Conferência Mundial contra o Racismo, a
Discriminação Racial e a Xenofobia associada. (Durban, África do Sul, 31 de
Agosto a 8 de Setembro de 2001).
O coletivo também convida imperativamente a União Africana, a União
Europeia e as Nações Unidas a assumirem imediatamente esta situação de forma a
garantir e assegurar uma protecção adequada a estas pessoas em perigo, conclui
o documento.
O documento está disponível na sequência deste artigo.
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Nota do editor
A guerra na Ucrânia revelou as profundezas do pensamento de uma fracção da
elite ocidental, particularmente em França, a "Pátria dos Direitos
Humanos". Jean Louis Bourlanges, presidente da Comissão dos Assuntos
Externos da Assembleia Nacional Francesa, elogiou a imigração de qualidade que
resultaria do afluxo de ucranianos para França em comparação com afegãos,
iraquianos ou sírios.
Sr.
Bourlanges, ainda deputado do DE Modem, um partido que diz ser "Democracia
Cristã" assegurou que os ucranianos constituiriam em França uma
"imigração de alta qualidade, da qual podemos tirar proveito",
argumentando que era composta por "intelectuais".
O que equivaleria a inferir destas palavras que há refugiados menos úteis
em todo o mundo... Porque culturalmente muito diferente? Não cristãos ou não
europeus? o que leva os comentadores a distinguir o "acolhimento de
refugiados" quando se fala de ucranianos, mas de "crise de
migrantes", quando se trata do destino do "morenos" ...
Iraquianos, sírios ou afegãos! Muitos comentadores e editorialistas de renome
cederam preguiçosamente a estes atalhos conscientes ou inconscientes desde o
início do conflito em 24 de Fevereiro de 2022.
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Para
ir mais longe neste tema, veja estes dois links:
Fim da nota.
O COMUNICADO TEM A ASSINATURA DAS
SEGUINTES ONG:
1. Centro Africano para a Democracia e Estudos de
Direitos Humanos (ACDHS),
2. Centro Afrika Jom,
3. Comité para o 50º Aniversário da União Africana,
4. Africa Cominter,
5. BanGwe e Diálogo,
6. Centro Internacional de Comércio para o
Desenvolvimento (CECIDE),
7. Conselho Mundial da Diáspora Pan-Africana (CMDP),
8. Centro de Ajuda e Documentação do Darfur,
9.
Fórum da Radiotélévision des Droits de l'Homme
(FRTDH),
10. Associação Coopera Suécia,
11. Espace Afrique International,
12. Fórum para o Diálogo Inter-religioso e Intercultural
(FICIR),
13. Fundação De Investigação e Cultura Himalyan,
14. Organização da Unidade da União Europeia Africana (OUA),
15. Instituto Omar El Mokhtar para os Direitos Humanos,
16. Organização para a Comunicação em África e promoção da
Cooperação Internacional (OCAPROCE),
17. Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos
(RADDHO),
18. Rede de Formação, Investigação e Acção sobre Migração
Africana (REFORMAF),
19. Rede de Mulheres do Ruanda,
20. Universidade Africana do Povo (UPAF),
21. UNHR Genebra,
22. União Inter-Africana para os Direitos Humanos (UIDH),
23. A Rede da Comissão Independente dos Direitos Humanos
no Norte de África (CIDH África)
24. Centro de Documentação do Sudão
25. Saúde e Programação (HEP)
26. Grupo de Acção Suíça Tamul (STAG)
27. Centro Tamul para Direito Humano (TCHR)
28. Fórum Pan Africano para a Direita
29. Norte Sul XXI
30. Movimento Internacional de Reparação (MIR)
31. Desenvolvimento da Guiné
32. Programa de Saúde e Ambiente (HEP)
33. Inter-religiosa Internacional
Fonte: Ukraine: Trente trois ONG dénoncent le racisme anti-noir – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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