Um auto-proclamado Sindicato do Proletariado, emitiu recentemente um comunicado a “verberar" a “subsídio dependência empresarial”!!!
Apesar de, seguramente, este comunicado não ter chegado aos “largos sectores do proletariado” que o dito dejecto sindical se arroga representar, o comunicado “Abaixo a subsídio-dependência empresarial!”, por veicular uma posição profundamente reaccionária, revisionista, social-fascista, merece a nossa análise e profundo repúdio.
O supracitado comunicado, que pretende ensaiar uma análise de classe à subsídio-dependência – seja ela “social”(!!!), seja ela “empresarial”(!!!) – revela uma tacanhez ideológica muito próxima do “partido unipessoal de André Ventura”, isto é, torna-se o “espelho revolucionário” das teses defendidas pelo tacanho e trauliteiro ex-comentador desportivo.
O autor do dito, não vislumbra que, quer se trate de uma, quer se trate de outra, ambas são decorrentes do sistema e do modo de produção capitalista que só poderão deixar de ter condições materiais para a sua existência, com a destruição do sistema que gera estes fenómenos.
Os chamados “subsídios sociais” – tipo “rendimento mínimo garantido” -, servem para a burguesia tentar aliviar a pressão que é exercida pelos sem emprego ou com rendimentos que os colocam no limiar da pobreza, ou mesmo na pobreza extrema. A burguesia sabe que este tipo de situação é geradora de tensões sociais e políticas que redundam em manifestações, que frequentemente evoluem para levantamentos que podem levar a insurreições populares, percursoras da Revolução Comunista Mundial.
Já a“subsídio-dependência-empresarial” é, desde há muitas décadas – senão séculos – , uma forma de os governos que actuam como gestores do grande capital, transferirem para a classe que representam – a burguesia capitalista, monopolista e imperialista – parte das mais-valias obtidas à custa da exploração da força de trabalho operária e dos restantes escravos assalariados.
Imaginemos, agora, e por um instante, o hipotético e irrealista seguinte quadro: a mensagem deste “sindicato do proletariado” atingia uma significativa audiência junto da classe operária e restantes escravos assalariados. Qual seria, então, o passo seguinte a dar?:
1. Exigir o fim da “subsídio-dependência empresarial?” Santa ingenuidade!!! Puro oportunismo! Como se a burguesia não se pudesse valer de outros instrumentos e mecanismos para transferir para a classe cujos interesses representa a mais-valia expropriada aos operários!
2. Ou exigir, a título de uma melhor distribuição da riqueza produzida pelos operários, isto é, “subsídios sociais” cujo montante melhor satisfizesse os interesses daqueles a quem, presumivelmente, se destinam?
É para este nó cego oportunista, revisionista e social-fascista – que não é novo para os marxistas revolucionários – que nos convoca este dejecto do sindicalismo amarelo e traidor.Arvorando-se em gestor do sistema capitalista, capaz de protagonizar uma mais sã repartição da riqueza gerada – e roubada – pela mais-valia extraída à classe operária que afirma representar.
Em boa verdade, o que se poderia esperar de um renegado neo-revisionista como o João Castro – que tenta exasperadamente transformar o PCTP/MRPP na barriga de aluguer do seu projecto político oportunista – autor do vómito em causa?
Este canalha, apesar de se apresentar como “operário no sector aeronáutico”, há muito que renegou a sua condição de classe e posição na cadeia de produção. Desde logo porque, há vários anos que deixou de trabalhar no sector de manutenção da TAP, tendo igualmente deixado de exercer a função de delegado sindical para a qual terá sido eleito (?!).
Um claro exemplo de como estes oportunistas começam por desmaterializar a sua ligação à classe, deixando de exercer, na cadeia de produção, a profissão que lhe conferia o estatuto de operário para depois, e de forma absolutamente dialéctica, renegar os princípios do marxismo e da revolução, subscrevendo notas e comunicados com o teor reaccionário deste comunicado que acabamos de analisar.
Luis Júdice
Lisboa, 28 de Agosto de 2022
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