31 de Agosto de 2023 Robert Bibeau
por Africa News
Os golpistas militares anunciaram na quarta-feira que "puseram fim ao regime no poder" no Gabão e colocaram em "prisão domiciliária" o Presidente Ali Bongo Ondimba, cuja reeleição após 14 anos no poder tinha acabado de ser anunciada.
Um analista francês afirmou na quarta-feira que o povo do Gabão iria "perder novamente" sob uma "ditadura militar".
Thomas Borrel, co-diretor da ONG Survie, fez as declarações depois de soldados amotinados no Gabão terem afirmado ter tomado o poder no início do dia.
Os soldados colocaram o Presidente em prisão domiciliária horas depois de ter sido declarado vencedor de uma eleição que prolongou os 55 anos de governo da sua família no país centro-africano, rico em petróleo.
Num vídeo aparentemente gravado a partir da sua residência, o Presidente Ali Bongo Ondimba apelou à população para "fazer barulho" em seu apoio.
Mas, em vez disso, as multidões saíram para as ruas da capital e cantaram o hino nacional para celebrar a tentativa de golpe contra o descendente de uma dinastia acusada de enriquecer com os recursos naturais do país, enquanto muitos cidadãos lutam para sobreviver.
"É sempre possível cair noutra ditadura", advertiu Borrel numa entrevista à Associated Press.
"Se a ditadura de Bongo for substituída por uma ditadura militar, o povo gabonês ficará novamente a perder".
Bongo cumpriu dois mandatos desde que chegou ao poder em 2009, após a morte do seu pai, que governou o país durante 41 anos.
Vários membros da família estão a ser investigados em França e alguns enfrentam acusações preliminares de desvio de fundos, branqueamento de capitais e outras formas de corrupção, segundo a imprensa francesa.
A tentativa de golpe de Estado ocorre cerca de um mês depois de soldados amotinados no Níger terem tomado o poder do governo democraticamente eleito. É o mais recente de uma série de golpes de Estado que puseram em causa governos ligados à França, o antigo colonizador da região.
O golpe de Estado no Gabão, se for bem sucedido, elevará para oito o número de golpes de Estado na África Ocidental e Central desde 2020.
Estamos a assistir a um realinhamento das burguesias compradoras africanas
e a uma consequente mudança da guarda imperial nos países vassalos africanos...
nada com que os escravos assalariados africanos se possam regozijar, uma vez
que são obrigados a lidar com novos exploradores. NDÉ.
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fonte: Africa
News
Fonte deste artigo: Coup d’État au Gabon : «La Françafrique est toujours là», selon un expert – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa
por Luis
Júdice
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