23 de Agosto de 2023 Robert Bibeau
Afirmámo-lo num artigo recente "Quando a Ucrânia for completamente destruída – possivelmente anexada – a sua indústria destruída, as suas infraestruturas demolidas, a sua agricultura expropriada por algumas multinacionais ocidentais; a sua população massacrada ou dispersa em campos de refugiados ou como cidadãos de segunda classe nos países vizinhos; quando o seu exército regular for exterminado, deixando apenas adolescentes e velhos aleijados, e bandos de mercenários pagos e seitas neo-nazis instrumentalizadas; então as potências ocidentais, que alimentam este inferno há anos, poderão concluir que a guerra por procuração ucraniana levou o último ucraniano válido e que é tempo de deixar este conflito apodrecer ou a Rússia ficar atolada (ver https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/08/a-guerra-da-ucrania-arrasta-se-e-fica.html )." Para a hegemonia americana será hora de abrir ou intensificar o confronto noutras frentes de guerras locais como tantas guerras genocidas para preparar as condições da Grande Guerra Nuclear e Bacteriológica que está para vir (ver: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/08/guerra-imperialista-estende-se-frente.html ). É assim que a África é abalada pelas potências neo-coloniais ocidentais que governos africanos fantoches estão a tentar expulsar do que outrora foi o seu quintal para se oferecerem a novos mestres (ver: Resultados da pesquisa por "África" – Les 7 du quebec e Resultados da pesquisa por "Mali" – Les 7 do quebec e para o Níger). –
A XV cimeira da organização BRICS na África do Sul, de 22 a 24 de agosto de 2023, será uma oportunidade para
intensificar o confronto entre os dois aspirantes à hegemonia global – Estados
Unidos contra a China – (ver https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/08/brics-confirmam-que-nao-querem.html
)... mas. O jornalista Lucas Leiroz apresenta os resultados da sua
investigação sobre as actividades da potência imperialista britânica para
provocar guerras fratricidas em África, a fim de combater as actividades das
potências russa e chinesa. A nossa posição é clara: estas guerras entre representantes
das potências imperialistas não interessam ao proletariado africano nem ao
proletariado internacional, que não deve sacrificar a sua vida nem as suas
energias. O proletariado revolucionário deve travar as suas próprias guerras de
emancipação... em vez de apoiar uma junta militar. (Ver https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/08/o-vento-sopra-dos-estados-unidos-para-o.html ).
A agência de inteligência britânica estaria envolvida numa iniciativa para neutralizar a onda pró-russa em países africanos.
Por Lucas Leiroz , jornalista,
pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, consultor geopolítico.
Aparentemente, o Reino Unido está interessado em estender as suas provocações anti-russas a África. A agência britânica MI6 estaria a preparar uma equipa de sabotadores ucranianos para intervir nos países africanos e neutralizar a crescente maré de cooperação com a Rússia no continente. O caso mostra claramente como as potências ocidentais planeiam internacionalizar o conflito com a Rússia e elevá-lo às últimas consequências.
A informação foi prestada por várias agências noticiosas russas, citando fontes próximas de questões
militares. Acredita-se que uma centena de militantes de extrema-direita
ucranianos são mobilizados por espiões britânicos para realizar manobras de
sabotagem em África.
Os informadores anónimos também disseram que a equipa se concentrará na
destruição de infraestruturas civis e na eliminação de líderes políticos, afectando
assim a estabilidade social dos países africanos visados. Por esse motivo,
fontes classificaram os neo-nazis recrutados para a operação como um
"esquadrão de assassinatos".
Há também informações que indicam a existência de um vasto programa de
cooperação entre os sectores da espionagem e dos serviços especiais britânicos
e ucranianos. O plano para recrutar veteranos ucranianos em África envolve
alegadamente altos responsáveis ligados à Direcção Principal de Inteligência de
Kiev. Por outras palavras, não se trata apenas de uma contratação britânica de
mercenários ucranianos, mas de uma operação estatal conjunta entre Londres e
o regime neo-nazi ucraniano.
"De acordo com relatos, confirmados por várias
fontes, o serviço especial britânico MI-6 formou e preparou para o envio para o
continente meridional um esquadrão de sabotagem e assassinato, composto por
membros de grupos nacionalistas e neo-nazis ucranianos, com o objectivo de impedir
a cooperação entre os países africanos e a Rússia (...) A tarefa do esquadrão
ucraniano, formado pelos serviços especiais britânicos, será realizar ataques
de sabotagem contra infraestruturas em África e assassinar líderes africanos
que estão a considerar cooperar com a Rússia. O tenente-coronel da GUR [Direcção
Principal de Inteligência] do Ministério da Defesa ucraniano, V. Prashchuk, foi
nomeado comandante do esquadrão ucraniano", disse uma fonte a jornalistas
russos.
Na mesma linha, é importante salientar o perigo representado pela liderança de um oficial como Vitaly Prashchuk. O oficial da Direcção Principal ucraniana é um conhecido veterano da guerra no Donbass, tendo participado activamente nas hostilidades entre 2014 e 2016. A sua função era precisamente comandar um esquadrão de agentes dos serviços secretos focados em operações de sabotagem contra as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. Além disso, já participou em operações conjuntas com as forças britânicas em África – especificamente no Zimbabué.
Tendo em conta os numerosos casos de sabotagem contra figuras públicas relevantes
e instalações civis no Donbass durante os primeiros anos do conflito, espera-se
que uma onda de ataques terroristas comece a ocorrer no continente africano.
Esta situação suscita uma série de preocupações de um ponto de vista
estratégico e humanitário, levando ainda mais os países africanos a procurarem
cooperar com a Rússia a fim de garantir a segurança das suas populações.
Outro ponto a analisar é como o caso revela o desejo ocidental de
internacionalizar o conflito contra a Rússia. Os mesmos actores envolvidos na guerra na Ucrânia
estão agora a dirigir os seus esforços para África simplesmente porque os
governos locais mostraram a sua vontade de cooperar com a Rússia. Isto
significa que, de facto, o envolvimento do Ocidente no conflito não se deve a
qualquer "solidariedade" com a Ucrânia, como afirmam os meios de
comunicação social, mas a uma verdadeira intenção de guerra contra Moscovo.
A Ucrânia é apenas o flanco mais sério deste esforço
de guerra ocidental. Agora apostam em África como uma nova linha da frente, enquanto os Estados
do Sahel têm procurado a amizade com Moscovo – o que é considerado inaceitável
pelas potências imperialistas ocidentais.
Onde quer que haja cooperação com a Rússia, há uma certa provocação
ocidental para criar caos, instabilidade e conflito. De facto, a NATO não
espera derrotar a Rússia directamente num campo de batalha, porque o poder
militar de Moscovo é enorme, apostando assim na criação de diferentes flancos e pontos de
tensão.
Recorde-se que, nos últimos meses, foi noticiado que as armas ocidentais enviadas para a Ucrânia acabam nas mãos de criminosos africanos. Mais do que a corrupção ucraniana, alguns especialistas acreditam que é também uma redistribuição estratégica de recursos, com responsáveis da NATO a enviarem material a terroristas africanos vistos como aliados contra a Rússia e os seus Estados aliados. Agora, com os dados que indicam o envio de mercenários neo-nazis para cometer sabotagem em África, há ainda mais provas de que, de facto, o Ocidente está a cooperar (organizando, armando, patrocinando) deliberadamente com o aumento do terrorismo em África.
No entanto, em vez de neutralizar a onda pró-russa em África e intimidar os
líderes africanos, a atitude anglo-ucraniana tende a aumentar ainda mais o
desejo de cooperação com a Rússia nestes países. Com dados que indicam a
intenção ocidental de os sabotar, os governos africanos procurarão assinar
ainda mais acordos de cooperação em matéria de defesa e segurança com Moscovo.
Na prática, o Ocidente pode conseguir gerar caos e conflito, mas não conseguirá impedir o desenvolvimento de relações amistosas com a Rússia em África.
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa
por Luis
Júdice
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