segunda-feira, 3 de julho de 2023

Como uma mariposa...

 


 3 de Julho de 2023  Olivier Cabanel  

OLIVIER CABANEL — Todo mundo conhece os feromónios que permitem que uma mariposa encontre a escolhida do seu coração.

Hoje, os computadores e as redes de Internet inspiram-se nesta borboleta, com tecno-feromonas,
o que é um bom presságio para a Primavera que começa.


Toda a gente conhece a história desta mariposa, que é capaz de capturar as feromonas do seu futuro companheiro, a várias dezenas de quilómetros dele.

Toda a gente sabe que a feromona é uma substância emitida por um animal destinada a fornecer informações aos seus congéneres.

Os feromónios são incríveis porque você não pode vê-los, tocá-los ou cheirá-los, mas eles podem ter um enorme impacto na sua atracção por outras pessoas.

De certa forma, as feromonas, mensageiros químicos emitidos por um organismo vivo, são como cupidos invisíveis capazes de provocar uma resposta num organismo da mesma espécie.

Esta mistura química é composta por acetatos, aldeídos, e a mariposa feminina está equipada com uma glândula que secreta feromonas. O macho, excitado por este sinal pode voar uma distância de até 48 quilómetros, o que lhe permitirá acasalar com ele, se for do seu agrado.

Os investigadores desenvolveram mesmo a utilização destas feromonas para confundir os machos e impedi-los de encontrar as suas fêmeas, a fim de controlar as populações de insectos-praga.

O mundo científico está dividido quanto ao facto de os seres humanos também emitirem feromonas, e o debate reacende-se.

No entanto, hoje em dia, as novas tecnologias podem estar a copiar insectos e animais.

Quando uma formiga encontra um obstáculo ou alimento, ela  marca-o com feromónios para permitir que os seus companheiros encontrem comida ou evitem a armadilha.

Já, como formigas no mundo não-virtual, o usuário da web social varre a Internet para encontrar informações.

Mas há mais.

Como disse na sua coluna semanal "Place de la toile" (cultura francesa) de sexta-feira, 20 de Março, Tristan Mendes France, (da família do ex-Presidente da República), diz que entrámos na era das tecno-feromonas.

Então aqui chega o tempo do amor GPS, ou o do amor geolocalização.

Graças ao telemóvel, equipado com gps, os utilizadores podem trocar impressões com outras pessoas, desconhecidas até à data, que se encontrem por perto, desde que tenham deixado o seu perfil aberto para o encontro.

Do twitter ao facebook, é fácil exibir o seu perfil na web.

Trata-se, portanto, agora de geolocalizar as nossas trocas, a fim de encontrar um perfil compatível com o nosso, e talvez conhecer a alma gémea.

Assim como a mariposa...

Esta abordagem foi mesmo objecto de uma conferência, no elevador 09, em Genebra, sobre o tema das novas utilizações tecnológicas,

http://www.internetactu.net/2009/03/10/les-technologies-savent-elles-nous-parler-damour/

Frank Beau, um investigador independente, descreveu o conceito de tecno-feromonas.

http://www.tdg.ch/actu/hi-tech/lift-09-saute-pieds-joints-futur-2009-02-23

Ele até se diverte imaginando um cenário louco sobre o amor no século 21:

« O que resultaria do desenvolvimento do namoro móvel, da "tecnoferomonização" dos espaços públicos urbanos, das oposições e fricções entre biolovers (aqueles que favorecem o processo bioquímico no encontro) e technolovers (que favorecem ferramentas electrónicas de encontro)? »... inflama Frank Beau, que chega a imaginar extrair uma energia desses raios (a líbido) e um dia desenvolver uma pheromoeda, permitindo-nos trocar a energia dos nossos sentimentos...

Também teremos que desconfiar de vírus que usam a geolocalização para penetrar nas nossas redes e colocar preservativos antivírus, mesmo que o papa não concorde.

Será que a Primavera de 2009 se tornará palco de novas trocas amorosas?

Talvez, porque como disse um velho amigo africano:

"O velho elefante sabe onde encontrar água."

 

Fonte: Tel un papillon de nuit… – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por  Luis Júdice




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