Confesso que hesitei ao dar título a este apontamento. A hesitação foi entre as expressões degenerado ou renegado. Como ambas se coadunam com o “colectivo” em análise, decidi escolher o presente, já que considero que essa é a sua principal característica.
O anúncio de uma “desvinculação colectiva” do PCTP/MRPP é, desde logo, ridículo. A “desvinculação” não se deveu, segundo os seus autores – que se arrogam marxistas – a diferenças de visão de classe entre os ditos e a actual direcção revisionista e social-fascista que tomou de assalto a direcção do Partido fundado pelo comunista revolucionário Arnaldo Matos – o PCTP/MRPP.
Nada disso! Deveu-se a “divergências” quanto aos métodos de análise, ao programa e à táctica, ao estilo e forma da propaganda e outros vectores meramente formais e empíricos. Pudera! O que se poderia esperar de “deslumbrados” que, apesar de se arrogarem marxistas, se dedicam a implementar visões de um empirismo confrangedor, negando desde logo o princípio marxista de que a LUTA DE CLASSES é o motor da história e a classe operária a vanguarda da Revolução Comunista, que deve ser precedida por sublevações operárias massivas a nível mundial?
Mais, a dita “plataforma” nem sequer nega que o que verdadeiramente os motiva é serem mais um dos parasitas que pululam em torno do orçamento de estado burguês, mais uma formação política que se disporá, num futuro próximo ou distante, a gerir o modo de produção e o sistema capitalista e imperialista, conferindo-lhe uma face mais “humanista” e “socialmente” aceitável para quem nada mais possui do que a sua força de trabalho para vender – a classe operária os os restantes escravos assalariados.
O oportunismo desta canalha neo-revisionista impede-os de revelar que a sua “desvinculação colectiva” se deve ao facto de considerarem que a “barriga de aluguer” que, para eles, era o PCTP/MRPP, já não servia o seu propósito último que era o de concorrerem a eleições burguesas e, assim, se puderem sentar à mesa da exploração capitalista sobre os operários e demais classes populares.
Renegados do marxismo e do internacionalismo proletário, esta “plataforma” renega o princípio marxista de que o proletariado, além de não ter pátria, odeia-a, por ser um instrumento de que a classe dominante se utiliza, precisamente para o dominar, escravizar, dividir e explorar. Estes renegados preferem, por isso, adoptar a visão chauvinista que levou à derrota das Revoluções Comunistas em todo o mundo.
A iniciativa agora anunciada é, portanto, o corolário previsível de uma corrente entrista e trotsquista, oportunista e … mentirosa! Quem não se lembra das quotas em saldo e da assistência jurídica gratuita prometidas pelo seu “sindicato do proletariado”? Percursor do que nos reserva o “partido” que se propõem “fundar”!
Para já, são os próprios a anunciar que, quer a “plataforma”, quer o subsequente “partido”, nada querem ter a ver com a classe operária – quem não se recorda do Castro a afirmar que na TAP já não existe classe operária? (confundindo desejo com realidade) – mas, tão só, com as “classes médias trabalhadoras” e os “trabalhadores pobres”. Revelando, uma vez mais, o seu ódio e nojo pelo proletariado!
E foi esta clique neo-revisionista que a dupla social-fascista e golpista Cidália/Pinto acolheu, acarinhou, nutriu e fez crescer no seio daquele que deveria ser o Partido Comunista Operário – o Partido fundado pelo comunista Arnaldo Matos – que ambos renegam.
Viva a Revolução Comunista!
Luis Júdice
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