16 de Julho de 2023 Robert Bibeau
Por Moon of Alabama – 11 de Julho de 2023
Excerto de:
Comunicado da Cimeira de
Vilnius
Emitido pelos Chefes de Estado e de Governo da NATO presentes na reunião do Conselho do Atlântico Norte em Vilnius, em 11 de Julho de 2023:
11. Apoiamos plenamente o direito da Ucrânia em
escolher as suas próprias disposições em matéria de segurança. O futuro da
Ucrânia está na NATO. Reafirmamos o nosso compromisso na Cimeira de Bucareste
de 2008 de que a Ucrânia se tornará membro da NATO, e reconhecemos agora que o
caminho da Ucrânia para a plena integração euro-atlântica ultrapassou a
necessidade do Plano de Acção para a Adesão. A Ucrânia tornou-se cada vez mais
interoperável e politicamente integrada na Aliança e realizou progressos
substanciais no sentido das reformas. Em conformidade com a Carta sobre uma
Parceria Específica entre a OTAN e a Ucrânia, de 1997, e com o Complemento de
2009, os Aliados continuarão a apoiar e a analisar os progressos realizados
pela Ucrânia em matéria de interoperabilidade e de novas reformas necessárias
nos domínios da democracia e da segurança. Os Ministros dos Negócios
Estrangeiros da OTAN avaliarão regularmente os progressos realizados no âmbito
do Programa Nacional Anual Adaptado. A Aliança apoiará a Ucrânia na conclusão
destas reformas no seu caminho para uma futura adesão. Poderemos convidar a
Ucrânia a aderir à Aliança quando os Aliados concordarem e as condições
estiverem reunidas.
A frase "quando os Aliados estiverem de acordo e as condições estiverem reunidas" eleva indiscutivelmente a fasquia
do que se prometia na Declaração da Cimeira de
Bucareste de 2008:
23. A NATO saúda as aspirações euro-atlânticas
da Ucrânia e da Geórgia de aderirem à NATO. Acordámos hoje que estes países se
tornarão membros da NATO. Ambos os países deram contribuições valiosas para as
operações da Aliança. Congratulamo-nos com as reformas democráticas na Ucrânia
e na Geórgia e aguardamos com expectativa a realização de eleições
parlamentares livres e justas na Geórgia, em Maio. O Plano de Acção para a
Adesão (PAM) constitui o próximo passo para a Ucrânia e a Geórgia na via directa
da adesão. Hoje, deixamos claro que apoiamos as candidaturas destes países ao
MAP. Por conseguinte, iniciaremos um período de intenso diálogo com estes dois
países a alto nível político para abordar as questões pendentes relativas aos
seus pedidos de adesão ao PAM. Solicitámos aos Ministros dos Negócios
Estrangeiros que fizessem uma primeira avaliação dos progressos realizados na
sua reunião de Dezembro de 2008. Os Ministros dos Negócios Estrangeiros estão
habilitados a decidir sobre os pedidos do MAP apresentados pela Ucrânia e pela
Geórgia.
É também de notar que as "condições",
tal como as regras da "ordem baseada
em regras", não estão definidas. Parece que cada membro da NATO poderá
definir as suas próprias condições.
Acrescentado:
Note-se também o seguinte da conferência de imprensa antes da Cimeira:
Conferência de imprensa pré-cimeira
pelo Secretário-Geral Jens Stoltenberg antes da cimeira da NATO em Vílnius
Iryna Somer, Interfax Ucrânia
Obrigado Oana. Iryna Somer, agência de notícias ucraniana Interfax Ucrânia. Tenho uma pergunta complementar sobre Mindaugas, relativa à declaração. Compreendo que não possa comentar a linguagem que será utilizada na declaração de adesão. Mas pode dizer-nos qual é a posição dos Aliados no que respeita à redacção da declaração sobre a possível adesão da Ucrânia, que também seria satisfatória para Kiev? Obrigado.
Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg
Apoiaremos a Ucrânia durante o tempo que for necessário. De facto, a menos que a Ucrânia vença esta guerra, não há qualquer questão de adesão a discutir.
A vitória da Ucrânia na guerra, que é
inatingível, é agora uma condição essencial para a sua admissão na NATO.
Não era isso que o Governo ucraniano queria ouvir.
Via Strana.news:
"Sem precedentes e absurdo". Zelensky criticou aliados pela ausência de convite à NATO - 13:59, Hoje
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comentou a
intenção dos líderes ocidentais de não incluir detalhes sobre a adesão da
Ucrânia à Otan numa futura declaração.
"A caminho de Vilnius, recebemos sinais de que estava a ser discutida uma
formulação sem a Ucrânia. Gostaria de salientar que esta formulação só é
possível por convite, e não devido à adesão da Ucrânia. É inédito e absurdo que
não haja um calendário para o convite (!) e para a adesão da Ucrânia, e que se acrescente uma estranha formulação
de "condições" mesmo para o convite da Ucrânia...
Parece não haver vontade de convidar a Ucrânia para a NATO ou de a tornar
membro da Aliança. Por conseguinte, mantém-se a possibilidade de negociar a adesão
da Ucrânia à NATO – no âmbito das negociações com a Rússia. E para a Rússia,
isso significa uma motivação para continuar a reinar o terror. A incerteza é
uma fraqueza. E falarei sobre isso francamente na cimeira", escreveu Zelensky.
Bom. O pequeno cómico parece desapontado. Como se toda a história não fosse
óbvia desde o início. Desde 2008, a Ucrânia deveria servir como uma ferramenta
para assediar a Rússia. Também tem pouco valor. Acabará por ser um trapo
deitado fora, enquanto a NATO acabará por reconhecer novamente a Federação
Russa como a superpotência que é. A NATO terá de reaprender a ouvi-la e a
negociar com ela.
Aguardemos agora para ver o que a retirada da NATO fará à moral e à
motivação do exército e do povo ucranianos.
Moon of Alabama
Traduzido por Wayan, revisto por Hervé, para o Saker Francophone.
Fonte: Le recul de l’OTAN sur le front ukrainien – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa
por Luis
Júdice
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