sexta-feira, 12 de maio de 2023

Os Cacerolazos ou a manifestação argentina

 


 12 de Maio de 2023  Oeil de faucon  

Eis um artigo que explica de onde vem esta ideia de bater nos tachos e panelas, naquilo que a macronia considera ser a expressão de manifestações de boa índole, cuja expressão ele queria proibir.

postado por Jean Remi Dessirier | Novembro 27, 2014 | Société et économievie quotidienne  | |

Às vezes, os argentinos saem às ruas brandindo panelas e tachos. Tenha cuidado, esta prática vai além do quadro estritamente culinário do asado, pretende-se mesmo escrever a história do país. Mas quem são esses Cacerolazos?

Uma excepção argentina? Na verdade, não...

O "concerto de panelas", como é poeticamente designado em França, foi inventado na Argélia na década de 1960 pelos pieds noirs. Era então um meio de protesto contra a independência do país.

No entanto, é na América Latina que o fenómeno, retomado pela primeira vez no Chile, assumirá todo o seu significado, a sua escala e até mesmo o seu nome de cacerolazo (que significa literalmente "golpe de panela"). De facto, em 1971 ocorreu no Chile a "marcha das panelas vazias": mulheres (principalmente da alta burguesia) saíram às ruas equipadas com as suas panelas e tachos vazios para mostrar o estado de escassez de alimentos que atingiu o país e protestar contra o governo de Salvador Allende, que finalmente caiu em 1973 a favor do golpe de Estado de Pinochet.

E a Argentina nisso tudo?

Na Argentina, foi durante a crise de 2001 que o cacerolazo apareceu. Para lutar contra a crise e as decisões demasiado liberais do Presidente de la Rua, estes concertos aparecem espontaneamente por todo o lado e culminam a 20 de Dezembro na Praça de Maio durante um dos maiores cacerolazos alguma vez registados. Mais uma vez, a pressão popular é tão forte que o governo até acaba por cair.

Desconfiemos, porém, que esse modus operandi não pertence apenas à história passada: em 2012, novos cacerolazos organizam-se, desta vez, para protestar contra a política de Cristina Kirchner, sem consequências reais (Não derrubamos um governo a cada golpe de panela!). O fenómeno, por sua vez, tem sido exportado já que agora é praticado em muitos países da América Latina (Uruguai, Venezuela), mas também no Quebec ou na Islândia.

Agora você sabe como sinalizar o seu descontentamento, à maneira argentina e sem usar a infinidade de insultos do Tano Pasman! A pergunta que fica é: quando será o próximo concerto?

O meu pensamento GB

Pois bem, estamos hoje em França e a operação de diversão vai voltar aos seus fogões "o cão ladra e a caravana passa".

 

Fonte: Les Cacerolazos ou la manifestation à l’argentine – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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