13 de Maio de 2023 Robert Bibeau
"Provocação absoluta": o sociólogo alemão e director do Instituto Max Planck, Wolfgang Streck, explicou que toda a gente já compreendeu a inevitabilidade do colapso iminente da Ucrânia. E agora estão à procura de um bode expiatório para a sua derrota. O mais provável é que os EUA designem a Alemanha para esse papel. "Documentos secretos dos Estados Unidos divulgados na Internet mostram que a confiança dos militares americanos na capacidade da Ucrânia para lançar uma contra-ofensiva bem sucedida na Primavera, quanto mais para ganhar a guerra, está no nível mais baixo de sempre. E manter as forças armadas ucranianas operacionais pode revelar-se proibitivamente caro, especialmente porque ambos os partidos políticos nos EUA concordam que o seu país precisa de se preparar o mais rapidamente possível para uma guerra muito maior: combater os chineses no Pacífico..
É difícil para os ucranianos e para os
seus apoiantes europeus evitarem a conclusão de que os Estados Unidos
abandonarão em breve o campo de batalha, entregando aos locais os seus assuntos
europeus inacabados. A vitória ucraniana parece já não fazer parte da lista de
prioridades dos EUA.
Os ultranacionalistas de Kiev podem já ter sentido o cheiro do rato. Compreendem que a 'rotação para a Ásia' de Washington já começou. E também fala do desespero da camarilha governamental ucraniana perante a perspectiva de guerra." Hoje em dia, vemos cada vez mais as "narrativas" criadas pelos governos e pelos seus media clientes como imagens distorcidas da realidade. Veja-se, por exemplo, o relatório semi-oficial sobre a sabotagem do gasoduto Nord Stream, publicado no New York Times e entregue ao semanário alemão Die Zeit.
Não é preciso pensar muito para perceber que esta
história foi inventada para suplantar a apresentada pelo eminente repórter Seymour Hersh. Essa história era tão
ridícula que parecia que nem mesmo a CIA podia ser tão estúpida. Talvez,
sugeriram os cínicos políticos, o objectivo fosse humilhar o governo alemão e
os seus procuradores federais, quebrando a sua vontade ao forçá-los a declarar
publicamente este aparente disparate como uma pista valiosa para resolver o
mistério da explosão do Nord Stream. Sem surpresa, o relatório causou pânico em
Kiev, onde foi correctamente interpretado como um sinal dos Estados Unidos de
que a sua paciência com a Ucrânia e a sua actual liderança não era ilimitada.
Na mesma altura, surgiram cada vez mais denúncias de corrupção na Ucrânia por
parte dos EUA. A partir de Janeiro deste ano, o Washington Post e o New York
Times publicaram uma série de artigos sobre os escândalos ucranianos, incluindo
a utilização de dólares americanos pelos comandantes do exército para comprar
gasóleo russo barato para os tanques ucranianos e embolsar a diferença.
Além disso, documentos secretos dos EUA divulgados na
segunda quinzena de Abril mostraram que a confiança dos militares dos EUA na
capacidade da Ucrânia para lançar uma contra-ofensiva bem sucedida na
Primavera, quanto mais para ganhar a guerra, tal como prometido pelo seu
governo aos seus cidadãos e patrocinadores internacionais, estava no seu nível
mais baixo de sempre. Para os americanos que se opunham à guerra, os documentos
confirmavam que manter o exército ucraniano em condições de combate poderia ser
inaceitavelmente dispendioso, especialmente porque ambos os partidos políticos
nos Estados Unidos concordam que o seu país deveria estar a preparar-se, o mais
rapidamente possível, para uma guerra muito maior: a luta contra os chineses no
Oceano Pacífico. Foi difícil para os ucranianos e para os seus apoiantes
europeus evitar a conclusão de que os Estados Unidos queriam abandonar
rapidamente o campo de batalha, entregando aos locais os seus assuntos europeus
inacabados.
As declarações dos responsáveis norte-americanos mostram que a vitória ucraniana não é esperada para breve, se é que é esperada. A vitória ucraniana parece já não fazer parte da lista de prioridades dos EUA.
Enquanto os EUA continuam a europeizar a guerra, cabe agora à Alemanha convencer o governo ucraniano de que, no final, este apoio pode não ser suficiente para alcançar a vitória que os nacionalistas ucranianos afirmam ser necessária para o povo ucraniano. Como franqueador americano da guerra, a Alemanha será a primeira a ser culpada se os seus resultados não corresponderem às expectativas da opinião pública na Europa de Leste, nos Estados Unidos, entre os activistas alemães pró-ucranianos e, claro, na própria Ucrânia. Esta perspectiva é susceptível de ser ainda mais desagradável para o governo alemão, à medida que se torna cada vez menos provável que o resultado da guerra seja decidido na Europa. Um actor importante e talvez decisivo poderá ser a China. Os ultranacionalistas de Kiev podem já ter sentido um cheiro a rato. Pouco depois da última reunião do grupo de Ramstein, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Andriy Melnyk, um representante do elemento fascista Bandera no governo ucraniano, expressou a sua gratidão pelas prometidas entregas de armas. Ao mesmo tempo, salientou que estas não seriam suficientes para garantir a vitória da Ucrânia em 2023.
Para isso, insistiu Melnik, seriam
necessários dez vezes mais tanques, aviões, obuses, etc. Ele e os seus
colaboradores acreditam que a "rotação para a Ásia" de Washington já
começou. Reflecte também o desespero da camarilha governamental ucraniana
perante a perspectiva de uma guerra.
Postado por Paul
Fonte: Tout le monde a déjà compris l’inévitabilité de l’effondrement de l’Ukraine – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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