quarta-feira, 31 de julho de 2024

FRANÇA: dois campos ou três blocos? "Vitória da esquerda", uma lenda urbana! (de Castelnau)

 


 31 de Julho de 2024  Robert Bibeau  


Fonte: O blog da fontainedelapolitique

 Sistema Planner – sistema de mercado

A segunda volta das eleições francesas foi uma surpresa: da divisão da França em dois campos surgiu uma França dividida em três blocos. E a "combinação" está bem encaminhada. Nas observações do meu último artigo, expus a divisão social na base da ascensão do RN, examinaremos aqui os outros partidos.

A evolução dos países desenvolvidos segue a dos meios de produção e de troca. Marx e Engels deram um modelo para isso, o capitalismo, que surgiu do seu estudo aprofundado da produção do século 19. Desde então, os desenvolvimentos técnicos e organizacionais trouxeram a sua parcela de mudanças para as classes operária e burguesa. A primeira dividia-se em operários especializados que assumiam mão de obra material sem iniciativa e operários qualificados que mantinham um certo know-how. Face aos consideráveis investimentos da grande indústria, o capital tornou-se colectivizado e os operários foram chamados a assegurar a gestão das grandes empresas.

Sem entrar em mais detalhes, a Segunda Guerra Mundial trouxe o desenvolvimento do primeiro computador, sendo que os computadores seguintes, cada vez mais potentes, virão a ser os auxiliares essenciais para a automação de máquinas e a gestão de empresas que se tornaram holdings. O processo foi analisado por J.K. Galbraith, de quem tomo emprestado o título deste artigo. No seu livro La science économique et l'intérêt général, publicado em França em 1974, o economista americano considera que as sociedades modernas dividem-se num "sistema de planeamento" que concentra o trabalho de gestão e sub-contrata as tarefas materiais da produção ao "sistema de mercado", sujeito à livre concorrência. "Não seria exagero dizer que o negócio no sistema de planeamento consiste essencialmente na negociação de contratos." Como conselheiro do Presidente Clinton, Galbraith encorajou-o a ter em conta as queixas que estavam a surgir do sistema de mercado. 

Talvez o conselho não tenha surtido todo o efeito, porque 30 anos depois, em 2004, Galbraith publicou The Lies of Economics, sobre o qual ele próprio diz: “Este ensaio pretende mostrar como, dependendo das pressões financeiras e políticas ou das modas do momento, os sistemas económicos e políticos cultivam a sua própria versão da verdade. Uma versão que não tem qualquer relação necessária com a realidade”. O seu pequeno livro de 80 páginas é, por assim dizer, o seu testamento, no qual passa em revista todas as mentiras contadas pelos actores dominantes do sistema de planeamento. Hoje, quando a sociedade continua a seguir o mesmo caminho, vale a pena lê-lo com atenção, se quisermos compreender a origem das mentiras dos poderes políticos e económicos. Em primeiro lugar, como sublinha o título, está a economia, que os economistas ousam proclamar ser uma ciência para tornar inevitáveis as suas decisões. Ficamos também a saber: “O poder sobre a empresa pertence à equipa de gestão, uma burocracia que controla o seu trabalho e a sua remuneração. Remunerações que se aproximam do roubo”, etc., etc,

Cidadão dos Estados Unidos e consciente da reputação do marxismo no seu país, Galbraith evita qualquer referência às ideias de Marx e, em particular, à noção de classe. A sua excelente análise de dois sistemas deve ser completada por uma análise das divisões sociais no interior de cada sistema. Infelizmente, a vida política em França está completamente distorcida por instituições que privilegiam o estudo da luta dos indivíduos por lugares em detrimento do estudo dos interesses de classe.

A dicotomia de Galbraith é simplesmente a extensão a toda a sociedade da divisão do trabalho humano em trabalho intelectual (o sistema de planeamento) e trabalho material (o sistema de mercado). Como Marx e Engels a descreveram: “A divisão do trabalho só se torna realmente uma divisão do trabalho quando ocorre uma divisão do trabalho material e intelectual”... “pois, através da divisão do trabalho, torna-se possível, e de facto acontece, que a actividade intelectual e material, o gozo e o trabalho, a produção e o consumo sejam partilhados por diferentes indivíduos” (“A Ideologia Alemã”). Socialmente, o trabalho intelectual concentra-se nas cidades, nos gabinetes do sistema de planeamento (sociedades anónimas, profissões liberais, serviços do Estado, etc.) e Galbraith pode falar da burocracia das sociedades anónimas.

As eleições legislativas têm evidenciado a preponderância do RN, excepto nas grandes cidades. Pela sua influência entre os operários, camponeses e comerciantes, este partido não está longe de cobrir o sistema de mercado. A coligação que se formou contra ela inclui a burocracia das sociedades anónimas, e também os remanescentes das classes em desaparecimento, e mesmo os trabalhadores do sistema de planeamento cujas condições de trabalho são próximas das do sistema de mercado (trabalhadores de colarinho branco e pequenos funcionários públicos).

Desta análise muito sumária, emerge a distância entre os resultados eleitorais e as realidades sociais. Graças a uma propaganda desenfreada, a desistências anti-naturais e talvez também a proxies, a burocracia das sociedades anónimas conseguiu, sem sequer se revelar, ver rejeitadas as exigências do sistema de mercado. Vitória de Pirro, porque: Quem se encarregará das queixas que surgem deste sistema? Assistiremos a uma batalha entre os vencedores, cheia de mentiras e traições, para levar à continuação da política seguida durante décadas em benefício das multinacionais, ou seja, de uma aliança dos europeístas. O mais cornudo no caso é provável que seja a LFI; O discurso de Mélanchon na noite da segunda volta foi dirigido aos seus aliados. (Veja o texto de Castelnau abaixo ou aqui: https://reseauinternational.net/victoire-de-la-gauche-le-7-juillet-une-legende-urbaine/


Na Nova Frente Popular, existe evidentemente um certo braço de ferro entre os ecologistas-socialistas e os comunistas-insubordinados. Todos eles retiram a sua força dos trabalhadores do sistema de planificação: os primeiros, europeístas, relativamente próximos da direcção, os segundos atentos às necessidades dos assalariados que têm de desempenhar tarefas materiais (secretariado, manutenção das instalações, etc.). Os primeiros não têm qualquer aversão aos macronistas, enquanto os segundos, devido às suas condições de trabalho, deveriam sentir-se solidários com todos os pequenos do sistema de mercado; infelizmente para eles, deixaram-se persuadir de que estes últimos são a peste castanha e encontram-se isolados, sem meios de pressão. (Reler duas vezes esta visão penetrante da luta de classes através das mascaradas eleitorais. ).


Com o Ensemble, estamos a aproximar-nos dos limites da dicotomia analisada por Galbraith, porque toda uma parte das velhas classes do capitalismo permanece. Enquanto o Renaissance e o Horizon, fervorosos macronistas e europeístas, são a nata da burocracia empresarial, o Modem está mais na linha radical-socialista. Mas a única perspectiva para os partidários do Modem, tal como para os do LR, é a sua queda nas pequenas empresas do sector do mercado, e tentam adiá-la aderindo aos partidos do sistema de planificação, com excepção do ramo Ciotista, que deu o salto para a RN.

A tudo isto, há que acrescentar o ambiente político em que o vocabulário distorce a realidade: os adjectivos esquerda ou direita, na sua acepção actual, ainda estão no século XIX. Para mim, os conservadores são os macronistas (direita) e os reaccionários LR (extrema-direita). A peste castanha perdeu há muito tempo o seu pilar social: a indústria mecânica taylorizada do período anterior à Segunda Guerra Mundial, e os pequenos grupos que se inspiram nela são, na realidade, uma extrema-direita reaccionária sem futuro: o seu núcleo na RN deverá desmoronar-se com as ambições presidenciais de Marine Le Pen e a presença dos cerca de trinta deputados europeus que têm assento em Bruxelas. Desde a guerra da Argélia e o fim da SFIO que sabemos que o PS é um partido de direita. Para os ecologistas, é difícil ser mundialista e opositor das multinacionais.


A Nova Frente Popular, como o seu nome indica, ainda acredita estar no tempo de Blum, Thorez e Herriot, quando os leninistas, que se tinham tornado estalinistas, eram o obstáculo a ultrapassar. Hoje, os aliados estão mais ou menos na armadilha da concorrência livre e não falseada e não falam em sair dela. Estará o LFI pronto para ajudar os seus aliados e vice-versa? Duvido.

Tendo em conta as instituições da V República, toda a gente só pensa nas eleições presidenciais e em todas as andorinhas que todos vão ter de engolir para se encaixarem num todo grande e duradouro. A única lógica política seria juntar os explorados: os produtores do sistema de mercado e as mãos pequenas do sistema de planeamento, ou seja, os Insoumis e a RN. A dificuldade é evidente. De momento, estamos num estado de endurecimento e as mentiras da economia estão a florescer. Não sei, nem ninguém sabe, se os programas da LFI e da RN conduziriam a uma catástrofe económica. O que sabemos com certeza é que a política de apoio à burocracia das sociedades anónimas, prosseguida durante décadas, conduziu à desindustrialização e ao endividamento excessivo da França.


Nota: Régis de Castelnau não propõe outra coisa que não seja LAFONTAINE (acima) quando denuncia o parêntesis encantado oferecido a Macron pela traição de Mélanchon LFI (abaixo)



Por Régis de Castelnau, em https://reseauinternational.net/victoire-de-la-gauche-le-7-juillet-une-legende-urbaine/

Desde o início, Emmanuel Macron está determinado a utilizar os Jogos Olímpicos de Paris em seu próprio benefício. Menos por razões de objectivos políticos precisos do que pela encenação, susceptível de satisfazer o seu narcisismo doentio. A sua derrota, a 9 de Junho, nas eleições europeias, seguida da sua derrota, a 30 de Junho, na primeira volta das eleições legislativas, mudou tudo isso. Felizmente para ele, a mobilização de todas as componentes da chamada “Nova Frente Popular” permitiu ao seu movimento salvar mais de 100 lugares que todas as sondagens previam que perderia. Graças a Jean-Luc Mélenchon, Emmanuel Macron encontra-se agora numa posição muito menos incómoda do que o previsto. A reeleição de Yael Braun-Pivet para a presidência da Assembleia Nacional foi uma demonstração clara disso mesmo, permitindo ao chefe de Estado empatar enquanto espera pelos acordos de bastidores que permitam ao “bloco central” instalar uma maioria absoluta ou relativa, seja qual for o caso.


O interlúdio encantado oferecido a Macron

Os Jogos Olímpicos ofereceram-lhe assim um “interlúdio encantado” que ele tentará utilizar para levar a cabo a sua operação e sair de uma situação difícil. Este interlúdio começou com a “cerimónia de abertura”, cujo conteúdo e as controvérsias que se seguiram demonstraram a dimensão da crise política que vivemos actualmente. Este evento foi confiado pelo Estado a artistas da corte, que cumpriram o que lhes foi pedido. Uma sucessão de quadros mais ou menos bem sucedidos, intercalados com sequências no mais puro estilo woke, para enviar uma mensagem clara: a França não passa agora de uma província do Império, particularmente submissa, mais interessada num passado nacional desaparecido, e abraçando uma cultura de origem americana nos seus aspectos mais ineptos. O que é exactamente a posição do próprio Emmanuel Macron.

A caricatura do quadro de Leonardo da Vinci sobre a Última Ceia cristã, por exemplo, deu origem a uma polémica mundial. No nosso país, as primeiras reacções de indignação dos sapos tradicionais chamaram a atenção da pequena burguesia de “esquerda”. Estes apressaram-se a defender a cerimónia e a reivindicá-la como sua. E, depois, a fazer seus os Jogos Olímpicos, transformando-os no seu “evento”. Basta ler o Libération, que não tem palavras suficientemente fortes para elogiar a feira olímpica, adornando-a com todo o seu esplendor. Trata-se de uma manobra táctica interessante, pois permite-lhe manter-se no centro das atenções e continuar a reivindicar o lugar de primeiro-ministro e a nomeação do seu “candidato” pelo chefe de Estado. Continuando a afirmar que o NFP “ganhou” e que Macron é “obrigado” pela Constituição a nomear Lucie Castets como primeira-ministra. Só que estes encantamentos são lendas urbanas.

A vitória da esquerda, uma lenda urbana

Em primeiro lugar, a primeira mentira. O programa da NFP foi aprovado pela maioria dos franceses e deve, por conseguinte, ser aplicado. O que determina o equilíbrio do poder político numa democracia representativa com um sistema eleitoral uninominal a duas voltas são os resultados da primeira volta. Em 30 de Junho, o programa da Frente Nacional e dos seus aliados obteve cerca de 34% dos votos expressos. A aliança eleitoral da Nova Frente Popular e o seu programa obtiveram 27%. Afirmar que a aprovação do programa da NFP é maioritária é falso: nem sequer está em primeiro lugar, pois está a 7 pontos do da RN. A aliança eleitoral da “esquerda” passa a ser a mais numerosa em termos de deputados após a segunda volta, mas em termos de “grupos”, que são instituições organizadas no seio da Assembleia, é mais uma vez o RN que tem a maioria. Se olharmos para a aliança eleitoral e não para a composição dos grupos, a NFP fica a quase cem deputados da maioria. Assistimos a vitórias mais sólidas.

Depois, segunda mentira. Emmanuel Macron é obrigado a respeitar a democracia (!) e a nomear um primeiro-ministro apresentado pela NFP. Alguns chegam mesmo ao ponto de afirmar que, ao não o fazer, está a violar a Constituição! Uma leitura atenta do texto fundamental não nos permite saber em que artigo se baseiam. Mais subtil é a invenção de uma "tradição" republicana que obrigaria o Presidente da República a nomear um primeiro-ministro da mais numerosa aliança política. Mais subtil talvez, mas ainda é um absurdo. Não existe essa tradição na aplicação da Constituição de 1958. Houve três co-habitações, em que a maioria parlamentar era contrária à que apoiava o Presidente da República, e é precisamente porque essa maioria era maioritária: Jacques Chirac, depois Édouard Balladur e depois Lionel Jospin foram nomeados por François Mitterrand e Jacques Chirac, que sabiam que seriam maioritários!

Mais uma vez, a terceira mentira. O caso particular de Élisabeth Borne não pode servir de base para a invenção de uma nova "tradição constitucional". Neste ponto, recorde-se que num sistema parlamentar, mesmo racionalizado, como o da Constituição de 1958, o Presidente nomeia o Primeiro-Ministro, mas é o Parlamento que o escolhe. Ou aprova e aceita essa nomeação, ou derruba-a. Foi o que aconteceu com Élisabeth Borne que, na ausência de uma moção de censura, teve sempre uma maioria que lhe permitia governar.

Bloco central, o regresso

Por fim, a quarta mentira. Foi a maior aliança eleitoral que "ganhou" as eleições. Quando olhamos para o resultado de 7 de Julho, esta afirmação é ridícula. Existe, obviamente, uma divisão a três e é evidente que ninguém ganhou. Então, o que é que o Presidente da República deve fazer? Claro que se estivesse preocupado com os interesses do país, o que obviamente não é o caso de Emmanuel Macron. E é aqui que devemos regressar à dimensão da república parlamentar que a França é hoje. Utilizando a verdadeira tradição republicana que serviu de base ao funcionamento da III e IV Repúblicas. A responsabilidade dos presidentes sempre foi oferecer o cargo a um candidato que provavelmente constituiria a maioria no Parlamento. Os regimes, parlamentar da III e da assembleia da IV, tiveram que gerir situações políticas fragmentadas que deram origem a maiorias oportunistas, nos corredores das assembleias. Os presidentes do conselho só eram nomeados se garantissem ao presidente que constituíam maioria no Parlamento. Foi exactamente isso que De Gaulle fez em 1958. Só aceitou a nomeação de René Coty depois de ter conduzido negociações nos bastidores que lhe permitiram comparecer perante a Câmara e obter um voto de confiança. E a Coty só o nomeou porque ele também tinha essa garantia. Num sistema parlamentar, as coisas acontecem nesta ordem. E é nesta ordem que acontecerão, transformando os castores que não veem em avestruzes.


Assim, depois de activistas feministas terem chamado a reeleger Darmanin, descrito alguns dias antes como um violador horrível, e de activistas sindicais terem apressado a reeleição de Madame Borne, a destruidora do sistema de pensões, a “esquerda” continua os seus encantamentos sobre a sua por assim dizer vitória. O que implicaria que Emmanuel Macron nomeasse a caricatura arrogante de um membro da casta, do nada que lhe apresenta.depois de ativistas feministas terem apelado à reeleição de Darmanin, que tinha sido descrito alguns

Até ao momento em que, em coerência com o seu voto de 7 de Julho, fará o que sempre fez, sobretudo desde 2017.

Para ajudar Macron a prosseguir o seu projeto.

fonte: Vu du Droit

 

Fonte: FRANCE: deux camps ou trois blocs ? « Victoire de la gauche », une légende urbaine ! (de Castelnau) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




Palestina - Acha que estão a ver os Jogos Olímpicos em GAZA?

 


 31 de Julho de 2024  do 

https://mai68.org/spip3/spip.php?article907

 


Medalha de Ouro por Genocídio

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Jogos Olímpicos de Paris 2004 - Ri-me imenso da primeira vez que vi a sequência de Maria Antonieta

Não queria ver o inútil desfile de barcos no Sena e muito menos o das “estrelas” que se prostituíram nos Jogos Olímpicos do ditador Macron. Ainda assim, procurei uma análise desta abertura dos Jogos Olímpicos e encontrei uma na CNEWS da altura que mostra um episódio que, aparentemente, foi contestado por muita gente. A sequência de Marie-Antoinette. Bem, fiquei surpreendido, agradavelmente surpreendido, surpreendido ao ponto de me esquecer que se tratava dos Jogos Olímpicos e do genocídio de Macron... e ri-me imenso.

Uma banda de heavy metal prostitui-se nos Jogos Olímpicos de Macron!

 

Vídeos: https://mai68.org/spip3/spip.php?article896

Se você quiser comparar a qualidade do baterista desta banda de heavy metal com a de um baterista de verdade que nunca se prostituiu em nenhuma Olimpíada, clique aqui:

http://mai68.org/spip/spip.php?article12154

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Em 2024, a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris teve o que merecia: chuva!

Se pensarmos que algumas pessoas tiveram de pagar até 1600 euros por ela!

Em comparação, o espectáculo da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, foi grandioso (vídeo no artigo).

Na altura, os ingleses diziam que receavam não conseguir fazer em 2012 melhor do que os chineses fizeram em 2008!

Hoje, sabemos que em Paris fizemos muito pior do que os ingleses!

A "inclusão" das minorias é boa; Mas a grande maioria tornou-se uma minoria que não está "incluída".

Na verdade, é como se a potência ocidental quisesse forçar-nos a tornarmo-nos membros de uma dessas minorias oficiais para sermos aceites.

https://mai68.org/spip3/spip.php?article893

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Mensagem de apoio à sabotagem na rede SNCF enviada à imprensa

 


Qual a diferença entre covid e as Olimpíadas?

Não há qualquer diferença. Em ambos os casos, é uma propaganda perpétua absoluta que toda a gente tem de engolir, é tudo o que se ouve na rádio. Só temos de nos concentrar numa coisa: os Jogos Olímpicos hoje, o Covid ontem. Em ambos os casos, estamos a ser conduzidos para a estupefacção total.

A diferença é que ontem era preciso ter medo até ao terror e hoje é preciso alegrarmo-nos até ao orgasmo.

Faz lembrar o 1984 de Orwell, com os seus dias alternados de amor e ódio, em que todos tinham de participar ou enfrentar o pior.

Felizmente, a resistência veio perturbar a festa dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e acordou-nos um pouco. As linhas de TGV foram sabotadas para que nos apercebêssemos simplesmente disso:

“Chamam-lhe festa? Nós vemo-lo como uma celebração do nacionalismo, uma encenação gigantesca da subjugação das populações pelos Estados”.

Por isso, não resisto ao prazer de anexar a mensagem que estes denunciantes conseguiram fazer chegar a um público que começa agora a crescer.

Tudo de bom para vós,

do
http://mai68.org/spip3

Um grande obrigado à revista Reporterre que concordou em entregar esta mensagem na íntegra.

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Sabotagem de linhas de comboio de alta velocidade algumas horas antes da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Chamam-lhe festival? Para nós, trata-se de uma celebração do nacionalismo, uma produção gigantesca da subjugação das populações pelos Estados.

Sob o pretexto da diversão e do convívio, os Jogos Olímpicos constituem um campo de ensaio para a gestão policial das multidões e o controlo generalizado dos nossos movimentos.

Como todos os grandes eventos desportivos, são também uma oportunidade para venerar os valores que estão na base do mundo do poder e do dinheiro, da competição generalizada, do desempenho a todo o custo e do sacrifício em nome do interesse e da glória nacionais.

A injunção para nos identificarmos com uma comunidade imaginária e apoiarmos o lado a que supostamente pertencemos não é menos nociva do que o incitamento permanente a vermos a nossa salvação na saúde da nossa economia nacional e na força do nosso exército nacional.

Actualmente, são necessárias doses cada vez maiores de má fé e de negação para não ver todo o horror gerado pela sociedade de consumo e pela procura do chamado “bem-estar à moda ocidental”. A França gostaria de utilizar este grande acontecimento como uma montra da sua excelência. Só poderá iludir-se com o seu papel virtuoso aqueles que decidiram colocar antolhos (palas) e que o toleram. A esses, dirigimos o nosso mais profundo desprezo.

A influência da França depende da produção de armas, cujo volume de vendas faz dela o segundo maior exportador mundial. O Estado orgulha-se do seu complexo militar-industrial e do seu arsenal “made in France”. Espalhar os meios de terror, de morte e de devastação pelo mundo para garantir a sua prosperidade? Cock-a-doodle-doo!

Para desgosto dos crédulos que ainda acreditam nas fábulas democráticas, o Estado francês também utiliza a sua panóplia repressiva para enfrentar a sua própria população. Para reprimir os motins que se seguiram ao assassinato de Nahel pela polícia, em junho de 2023, ou para tentar travar a revolta anti-colonial de Kanaky, recentemente. Enquanto existir, o Estado nunca deixará de o utilizar para combater aqueles que desafiam a sua autoridade.

As actividades das empresas francesas no mundo tornam cada vez mais evidente a devastação social e ambiental provocada pelo sistema capitalista. A devastação necessária para reproduzir a organização social actual e a inerente ao progresso científico e tecnológico. Um progresso que vê na cadeia de catástrofes passadas, presentes e futuras apenas uma oportunidade para dar um salto em frente.

A Total continua a pilhar e a despojar novas regiões em busca de petróleo e de gás de xisto (África Oriental, Argentina, etc.). Sob a capa do seu novo rótulo verde, a indústria nuclear e a exportação do know-how francês neste domínio asseguram, mais cedo ou mais tarde, um planeta irradiado e, portanto, literalmente inabitável. Para os promotores do átomo, não passa de mais uma crise a gerir. Não podem prescindir da sua cooperação com o Estado russo, através do seu gigante Rosatom, e do apoio do seu exército para esmagar a revolta do Cazaquistão em 2022, um importante fornecedor de urânio. O minério que alimenta os 58 reactores franceses.

Qual é então o custo humano, social e ambiental de alguns privilegiados viajarem depressa e longe no TGV? Demasiado elevado. O caminho de ferro não é uma infraestrutura insignificante. Sempre foi um meio de colonização de novos territórios, um pré-requisito para a sua devastação e um caminho pronto para a extensão do capitalismo e do controlo estatal. A construção da linha Tren Maya no México, na qual a Alstom e a NGE estão a colaborar, é um bom exemplo disso mesmo.

E o que dizer das baterias eléctricas, essenciais para a chamada “transição energética”? Falem disso, por exemplo, aos trabalhadores da mina de Bou-azeer e aos habitantes dos oásis desta região marroquina que estão a pagar o preço desta corrida ao ouro do século XXI. A Renault extrai os minerais necessários para aliviar a consciência dos ecologistas das metrópoles, à custa de vidas sacrificadas. Falemos dos “povos da floresta” da ilha de Halmahera, no nordeste da Indonésia, os Hongana Manyawa, que desesperam por ver a floresta onde vivem destruída no altar da “transição ecológica”. O Governo francês, através da Eramet, está a participar na devastação de terras anteriormente preservadas. Do mesmo modo, não quer largar a rocha da Melanésia para continuar a extrair o precioso níquel.

Ficaremos por aqui no inventário impossível das actividades mortificantes e predatórias de cada Estado e de cada economia capitalista. Isso não ajudaria em nada a romper com uma vida monótona e deprimente, com uma vida de explorados, e a enfrentar a violência dos Estados e dos líderes religiosos, dos chefes de família e das patrulhas de polícia, dos patriotas e das milícias patronais, bem como a dos accionistas, dos empresários, dos engenheiros, dos projectistas e dos arquitectos da devastação em curso.

Felizmente, a arrogância dos detentores do poder continua a ser confrontada com a cólera dos oprimidos rebeldes. Dos motins à insurreição, em manifestações e revoltas ofensivas, passando pelas lutas quotidianas e pela resistência clandestina.


Que ressoem neste dia a sabotagem das linhas de TGV que ligam Paris aos quatro cantos da França, os gritos de “mulher, vida, liberdade” do Irão, as lutas dos amazónidas, o “nique la france” (“foda-se a França” – de um tema rap – NdT) da Oceânia, o desejo de liberdade do Levante e do Sudão, os combates que continuam atrás dos muros das prisões e a insubordinação dos desertores de todo o mundo.

Àqueles que criticam estes actos por estragarem as estadias dos turistas ou por perturbarem a partida das férias, dizemos que ainda é muito pouco. Tão pouco comparado com o acontecimento em que queremos participar e que pedimos com todo o nosso coração: a queda de um mundo baseado na exploração e na dominação. Nessa altura, teremos motivos para festejar.

Uma delegação inesperada

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Tudo de bom para vós,
do
http://mai68.org/spip3

 

Fonte: Palestine – Croyez-vous qu’ils regardent les JO à GAZA ? – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




SÓ UM IMPÉRIO AMERICANO FALIDO É SUFICIENTEMENTE CEGO PARA APLAUDIR NETANYAHU E O SEU GENOCÍDIO

 


 31 de Julho de 2024  Robert Bibeau 

Por Jonathan Cook , um premiado jornalista britânico. Viveu em Nazaré, Israel, durante 20 anos. Regressou ao Reino Unido em 2021. É autor de três livros sobre o conflito israelo-palestiniano.

Ele publicou este artigo em 26 de Julho na revista Middle East Eye. Fonte secundária Apenas um império falido dos EUA é cego o suficiente para aplaudir Netanyahu e o seu genocídio – uma perspectiva legal

Todo o império desmorona. O seu colapso torna-se inevitável assim que os seus líderes perdem toda a noção do absurdo e do horror que infligem.

 


Só há um país no mundo, neste preciso momento, em pleno massacre israelita em Gaza, onde o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu tem a garantia de receber dezenas de aplausos de pé da grande maioria dos seus representantes eleitos.

Esse país não é Israel, onde ele é uma figura extremamente controversa há muitos anos. São os Estados Unidos.

Na quarta-feira, Netanyahu recebeu palmadinhas nas costas, foi saudado, aplaudido e ovacionado enquanto se dirigia lentamente - saudado a cada passo como um herói conquistador - para o pódio do Congresso dos EUA.

Este é o mesmo Netanyahu que supervisionou o massacre de cerca de 40.000 palestinianos, metade dos quais são mulheres e crianças, nos últimos dez meses. Mais de 21.000 outras crianças estão desaparecidas, a maioria delas provavelmente mortas sob os escombros.

Este é o mesmo Netanyahu que arrasou uma faixa de território - originalmente lar de 2,3 milhões de palestinianos - que deve levar 80 anos para ser reconstruída, a um custo de pelo menos 50 mil milhões de dólares.

Este é o mesmo Netanyahu que destruiu todos os hospitais e universidades em Gaza e bombardeou quase todas as escolas que serviam de abrigo para famílias desabrigadas por outras bombas israelitas.

Este é o mesmo Netanyahu cuja prisão está a ser pedida pelo procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, acusado de usar a fome como arma de guerra ao impor um bloqueio de ajuda que causou fome em Gaza.

Este é o mesmo Netanyahu cujo governo foi considerado culpado na semana passada pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de escalar o regime de apartheid de Israel contra o povo palestiniano num acto de agressão de longo prazo.

Este é o mesmo Netanyahu cujo governo está a ser julgado por cometer o que a CIJ, o mais alto órgão judicial do mundo, chamou de "genocídio plausível".

E, no entanto, havia apenas um manifestante visível na sala de congressos. Rashida Tlaib, a única legisladora americana de origem palestiniana, sentou-se em silêncio, segurando um pequeno cartaz preto. De um lado, estava escrito: "Criminoso de guerra" e do outro: "Culpado de genocídio".

Uma pessoa entre centenas silenciosamente a tentar apontar que o imperador estava nu.

Protegido do horror

De facto, a imagem era impressionante.

Era menos como uma visita de um governante estrangeiro do que um general condecorado recebido no Senado na Roma antiga, ou um vice-rei britânico de cabelos grisalhos da Índia recebido no parlamento da pátria, depois de subjugar brutalmente os "bárbaros" à margem do império.

Era uma cena familiar dos livros de história: brutalidade imperial e selvageria colonial, transformada pelo cerco do imperium em bravura, honra, civilização. E parece-nos tão absurdo e abominável como quando nos lembramos do que aconteceu há 200 ou 2.000 anos.

Recorda-nos que, apesar das nossas reivindicações egoístas de progresso e humanitarismo, o nosso mundo não é muito diferente do que tem sido há milhares de anos.

Foi um lembrete de que as elites dominantes gostam de celebrar a demonstração do seu poder, protegidas tanto dos horrores enfrentados por aqueles esmagados pelo seu poder quanto dos clamores de protesto daqueles horrorizados com a inflição de tanto sofrimento.

Isto lembra-nos que esta não é uma "guerra" entre Israel e o Hamas – muito menos, como Netanyahu nos quer fazer crer, uma batalha pela civilização entre o mundo judaico-cristão e o mundo islâmico.

Esta é uma guerra imperial dos EUA – parte de sua campanha militar pela "dominação mundial de amplo espectro" – travada pelo Estado cliente mais favorecido de Washington.

O genocídio é um genocídio totalmente americano, armado por Washington, pago por Washington, diplomaticamente coberto por Washington e – como sublinham as cenas no Congresso – aclamado por Washington.

Ou, como disse Netanyahu num momento não intencional de franqueza no Congresso: "Os nossos inimigos são os vossos inimigos, a nossa luta é a vossa luta e a nossa vitória será a vossa vitória".

Israel é o maior posto militar avançado de Washington na região do Médio Oriente, rica em petróleo. O exército israelita é o principal batalhão do Pentágono nesta região estrategicamente importante. E Netanyahu é o comandante-em-chefe deste posto avançado.

O que é vital para as elites de Washington é que o posto avançado seja apoiado a todo o custo; que não caia nas mãos dos "bárbaros".

Derramando mentiras

Houve outro pequeno momento de verdade não intencional no meio da enxurrada de mentiras de Netanyahu. O primeiro-ministro israelita disse que o que estava a acontecer em Gaza era "um choque entre a barbárie e a civilização". Ele não estava errado.

Por um lado, há a barbárie do actual genocídio israelo-americano contra o povo de Gaza, uma escalada dramática do cerco israelita ao enclave que durou 17 anos e décadas de regime belicoso sob um sistema de apartheid israelita antes disso.

E, por outro lado, há um punhado de pessoas em dificuldade que tentam desesperadamente salvaguardar os valores da "civilização" professados pelo Ocidente, o direito humanitário internacional, a protecção dos fracos e vulneráveis, os direitos das crianças.

O Congresso dos EUA mostrou de forma decisiva a sua posição: com a barbárie.

Netanyahu tornou-se o líder estrangeiro mais célebre da história dos Estados Unidos, convidado a discursar no Congresso quatro vezes, superando até mesmo o líder britânico Winston Churchill.

Ele é uma criatura de Washington. A sua selvageria, a sua monstruosidade são inteiramente americanas. Como ele implorou aos seus superiores americanos: "Dêem-nos as ferramentas mais rapidamente e terminaremos o trabalho mais rapidamente."

Vamos terminar o trabalho de genocídio.

 


Dissidência performativa

Alguns democratas preferiram ficar longe, incluindo Nancy Pelosi, uma das figuras influentes do partido. Em vez disso, encontrou-se com as famílias dos reféns israelitas detidos em Gaza – não, evidentemente, com as famílias palestinianas cujos familiares em Gaza foram massacrados por Israel.

A vice-presidente Kamala Harris justificou a sua ausência por um conflito de agenda. Ela reuniu-se com o primeiro-ministro israelita, assim como o presidente Joe Biden, na quinta-feira.

Afirmou ainda ter pressionado Netanyahu sobre a "terrível" situação humanitária em Gaza, mas também sublinhou que Israel "tem o direito de se defender" – um direito que Israel precisamente não tem, como o TIJ salientou na semana passada, porque Israel é o único que continuamente viola os direitos dos palestinianos através da sua ocupação prolongada, o seu regime de apartheid e limpeza étnica.

Mas a dissidência de Pelosi – e a de Harris, se é disso que se trata – foi pura performance. É certo que não têm amor pessoal por Netanyahu, que se aliou a si próprio e ao seu governo de forma tão próxima da direita republicana americana e do ex-Presidente Donald Trump.

Mas Netanyahu serve apenas como álibi. Tanto Nancy Pelosi como Harris são acérrimos apoiantes de Israel – um Estado que, de acordo com a decisão do TIJ da semana passada, estabeleceu um regime de apartheid nos territórios palestinianos há décadas, usando uma ocupação ilegal como cobertura para a limpeza étnica da população.

O seu programa político não visa acabar com a aniquilação do povo de Gaza. Pelo contrário, é uma válvula de escape para o descontentamento popular dos eleitores democratas tradicionais chocados com as cenas em Gaza.

Trata-se de os enganar, levando-os a acreditar que, à porta fechada, existe uma espécie de luta política em torno da gestão da questão palestiniana por Israel. Esta votação democrata conduzirá um dia – um dia muito distante – a uma "paz" indefinida, a uma chamada "solução de dois Estados", onde as crianças palestinianas não continuarão a morrer em nome da segurança das milícias de colonos ilegais de Israel.

A política dos EUA em relação a Israel não mudou significativamente em décadas, quer o presidente seja vermelho ou azul, quer Trump esteja na Casa Branca ou Barack Obama.

E se Harris se tornar presidente – o que é um grande "se", é certo – as armas e o dinheiro dos EUA continuarão a fluir para Israel, enquanto Israel decidirá se a ajuda dos EUA a Gaza será permitida.

Porquê? Porque Israel é a pedra angular do projecto imperial norte-americano de dominação mundial em larga escala. Porque para Washington mudar de rumo em relação a Israel, teria também de realizar outros actos impensáveis.

Teria de começar a desmantelar as suas 800 bases militares em todo o mundo, tal como o TIJ apelou a Israel na semana passada para desmantelar as suas dezenas de colonatos ilegais em território palestiniano.

Os Estados Unidos deveriam concordar com uma arquitectura de segurança mundial partilhada com a China e a Rússia, em vez de procurarem intimidar e subjugar estas grandes potências através de sangrentas guerras por procuração, como a da Ucrânia.

O próximo Outono

Recorde-se que Nancy Pelosi acusou os estudantes que protestavam contra o genocídio israelita em Gaza, acusando-os de estarem ligados à Rússia. Ela instou o FBI a investigá-los por pressionar o governo Biden a apoiar um cessar-fogo.

No seu discurso no Congresso, Netanyahu também demonizou os manifestantes – no seu caso, acusando-os de serem "idiotas úteis" do principal inimigo de Israel, o Irão.

Também não se pode dar ao luxo de reconhecer que milhões de cidadãos comuns nos Estados Unidos pensam que é errado bombardear e matar crianças à fome – e usar uma guerra com um objectivo inatingível como disfarce.

O Hamas não pode ser "eliminado" pela horrível onda de violência que Israel está actualmente a cometer, por uma razão muito óbvia: o grupo é o produto, o sintoma de anteriores vagas de violência terrível por parte de Israel.

Como os especialistas ocidentais em contra-terrorismo reconheceram, a política genocida de Israel em Gaza fortalece o Hamas, não o enfraquece. Os jovens e rapazes que perderam as suas famílias devido às bombas israelitas são os novos recrutas mais fervorosos do Hamas.

É por isso que Netanyahu insistiu que a ofensiva militar israelita – genocídio – em Gaza não poderia terminar tão cedo. Ele exigiu armas e dinheiro para manter seus soldados no enclave por tempo indeterminado, numa operação que chamou de "desmilitarização e desradicalização".

Decifrado, isso significa um show de horror contínuo para os palestinianos de lá, pois eles são forçados a continuar a viver e a morrer com o bloqueio da ajuda israelita, fome, bombas e "zonas da morte" não marcadas.

Significa também um risco indefinido de que a guerra de Israel em Gaza se transforme numa guerra regional, e potencialmente mundial, à medida que os gatilhos para a escalada continuam a aumentar.

O Congresso dos EUA, no entanto, está cego demais pela defesa do seu pequeno Estado fortificado no Médio Oriente para pensar em tais complexidades. Os seus membros gritaram "EUA!" para seu sátrapa de Israel, assim como senadores romanos uma vez gritaram "Glória!" para generais cujas vitórias eles pensavam que durariam para sempre.

Os líderes do Império Romano não anteciparam a queda vindoura, assim como os seus homólogos modernos em Washington. Mas todo império cai.

E o seu colapso torna-se inevitável quando os seus líderes perdem toda a noção do absurdo e do horror que infligem.

 

Fonte: SEUL UN EMPIRE AMÉRICAIN EN FAILLITE EST ASSEZ AVEUGLE POUR APPLAUDIR NETANYAHOU ET SON GÉNOCIDE – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice