Finalmente! Um importante contributo teórico marxista,
baseado numa análise sustentada no princípio do materialismo dialéctico e do
materialismo histórico.
A "ruptura" teórica quanto ao dinheiro e à
moeda que aqui se propõe, já tinha sido iniciada pelo camarada Arnaldo Matos e
pode ser prefigurada quer na sua palestra do 1º de Maio Vermelho de 2018, quer
nas "Teses da Urgeiriça".
É hoje tarefa central dos defensores do materialismo dialéctico e do materialismo histórico, fazer perceber que nesta luta contra o capital, a burguesia e o imperialismo, há que retomar a matriz ideológica do marxismo, do internacionalismo proletário, e sacudir das costas do proletariado revolucionário e internacionalista, as amarras das influências pequeno-burguesas, reformistas e revisionistas, que o afundaram no marasmo das "frentes populares", da "unidade democrática e patriótica", da visão mirabolante da "teoria dos 3 mundos" e das "3 contradições", das mascaradas eleitorais burguesas que paralisam a luta proletária, comunista e internacionalista.
Este texto cumpre um dos objectivos traçados pelo camarada Arnaldo Matos e plasmado no texto aprovado por unanimidade e aclamação no I Congresso Extraordinário do Partido, o "Plano de Acção". Um plano todo ele orientado para a definição da estratégia do Marxismo - transformar a guerra imperialista em guerra civil revolucionária, pela destruição do modo de produção capitalista e imperialista e pela abolição de uma sociedade que assenta na exploração do homem pelo homem.
Este texto dá-nos um vislumbre do que espera o proletariado quando a sua Revolução, comunista e internacionalista, tiver lugar, e a que ferramentas e instrumentos teóricos, ideológicos, políticos, económicos e organizativos deve lançar mão. E constitui uma “pedrada no charco” da confusão propositada que a pequena-burguesia oportunista e poltrona lançou no campo operário sobre a moeda e a sua natureza de classe.
Este texto, centrando-se no papel da moeda no contexto das relações de produção capitalista e do modo de produção capitalista, tem essa importância. E, como tal, deveria ser estudado intensamente. Porque, percebendo os mecanismos que estão subjacentes - de um ponto de vista da análise económica marxista - se entenderá melhor a importância que o saudoso camarada Arnaldo Matos deu, ao longo da sua vida e, sobretudo, na sua fase final, à importância do estudo e à clarificação de qual é a matriz ideológica pela qual se guia o movimento comunista e internacionalista mundial.
Luis Júdice
“A Vossa tarefa é tomar o poder, será que ides hesitar?”
(afirmação do camarada Arnaldo Matos no comício do Campo Pequeno
a
18 de Julho de 1975)
Quem hesitou e hesita?
Hesitaram e hesitam porquê?
Que indicadores temos que nos possam
esclarecer?
O primeiro e talvez o mais importante indicador será aquele que
originou a subsequente abulia relativamente ao Euro e as orelhas
moucas ao depois incisivo apelo do camarada Arnaldo Matos pelo “Novo
Escudo”.
Como a ofuscação da luz na noite, que leva tanto
insecto a juntar-se à sua volta e mesmo finar-se nela, a moeda
universal desenha-se às massas populosas internacionais como comum
bitola na mundial troca de procurados bens e serviços - tantas vezes nunca
alcançados.
O Novo Escudo é a outra face da moeda, a da paridade com
os recursos e a do controlo económico decorrente dessa soberania.
O que concluir deste levantar o véu dos tempos
próximo passado e próximo futuro?
É que quer no Euro quer no Novo Escudo o
nó górdio não estava nem está nem num nem noutro mas no que num e noutro é
determinante: o carácter burguês da moeda indexada ao
sobre-produto ou mais-valia ou o carácter operário da
indexação da moeda ao produto que a contra-revolução burguesa tão
desesperadamente combate frente ao movimento revolucionário do proletariado
mundial.
A burguesia foi vitoriosa na sua grandiosa revolução
porque dominou o que lhe foi capital para o desfecho da sua
luta, vitória testada muitas vezes antes da
vitória finalmente obtida.
Assim também para quem trabalha sob exclusão, humilhação
e fome há que pesar as vitórias testadas ao longo da sua já longa
História para obter finalmente a vitória há tanto desejada – e bem ao
alcance se pela preclara e generosa acção humana.
A moeda burguesa é o que alimenta
fantoches assassinos como Netanyahu, Zelensky, Putin, Biden, Bush e quejandos
oportunistas e tigres de papel a fazerem-se de tigres aos olhos das massas
populosas por todo o mundo no desvario da bola de fogo da mais-valia tomada
ora às ocultas ora à luz do sol no nosso pequeno planeta Terra.
A mais-valia é parte indispensável da propriedade
burguesa e a propriedade burguesa é eliminação da
propriedade mental, produtiva, geográfica e organizativa para as imensas massas
vivas das pessoas oprimidas, roubadas, excluídas, humilhadas, manipuladas,
ludibriadas, perseguidas, silenciadas, caluniadas, assassinadas.
O maior valor não reside propriamente na
mais-valia ou sobre-produto, está sim no produto de que o
sobre-produto ou mais-valia é simplesmente parasita.
A hesitação vive do fabricado logro e da
promovida ignorância da função económica que a moeda tem como se diferença
alguma houvesse nela conforme o uso que lhe é dado por dentro das diferentes
relações de produção e de distribuição que a legitimam.
Sabendo o que é que se quer da moeda deixa de haver razões para
qualquer hesitação na assunção do poder indispensável à sua
legitimação!
Ousar Lutar Ousar Vencer!
Viva quem elucide!
Viva quem trabalhe!
Viva quem produza!
Região Autónoma dos Açores, 18 de Julho de 2024,
Sem comentários:
Enviar um comentário