quinta-feira, 25 de julho de 2024

O dilema entre a "direita" e a "esquerda" americana

 


 25 de Julho de 2024  Robert Bibeau 


Por Robert Bibeau.

Já ouço muitos dos nossos leitores a queixarem-se da nossa escolha editorial.  Como é que um “Trumpista de direita” americano, e ainda por cima um fanático anti-esquerdista, pode ser chamado a depor para apresentar o dilema do grande capital mundializado? O dilema do grande capital americano (MAGA)* mas também do grande capital francês, canadiano, europeu (NATO), russo, chinês, brasileiro, asiático, BRICS e outros. A hegemonia americana, em declínio, é um bom prenúncio do destino que aguarda o capital em todo o mundo face ao proletariado internacional em vias de mobilização.


Mas, sejamos francos... o proletariado internacional ainda está longe de suspeitar que o “Rubicão” se apresentará um dia e que terá de o atravessar para destruir a Roma imperial caída - o decadente “American Way Of Live”. Quem melhor do que um defensor de “Make America Great Again” para resumir em algumas frases incisivas o dilema que a direita republicana e a esquerda democrata enfrentam nesta conjuntura histórica, quando os capitalistas mundializados se preparam para nos mergulhar colectivamente numa terceira guerra mundial.  Brandon Smith apresenta aqui uma antologia de reflexões pertinentes sobre o estado do nosso mundo desnorteado. 

§  Make America Great Again” (MAGA, EUA) é um slogan político americano e um movimento popularizado mais recentemente por Donald Trump durante a sua campanha presidencial bem sucedida em 2016.


O regresso de Trump: preparem-se para que o caos seja desencadeado e atribuído aos "trumpistas"


Por Brandon Smith − 10 de Julho de 2024 − Fonte Alt-Market

 


Sim, está a acontecer. A última metade de 2024 está a preparar-se para ser um dos anos políticos mais loucos do século, e as faíscas já estão a voar. O maior momento de absurdo até agora poderá ter sido o primeiro debate presidencial entre Donald Trump e Joe Biden, durante o qual se tornou bastante claro para o mundo que Biden está na via rápida para a cidade dos loucos. Há quatro anos que andamos a dizer que este tipo já não existe, que é um caso de demência apoiado e protegido pelo DNC e pelos media. Agora é inegável: há um vegetal sentado na Sala Oval e a nação está em pânico.

Os esquerdistas estão em pânico porque se apercebem de que o seu candidato é uma farsa, que o imperador vai nú e que apostaram todo o seu dinheiro num cavalo de corrida muito atrasado. Os conservadores regozijam-se, mas também entram em pânico porque pensam que Biden, na sua senilidade, pode lançar bombas nucleares a qualquer momento.

Alguns estão mesmo a pedir uma intervenção ao abrigo da 25ª Emenda para destituir Biden do cargo, porque pensam que ele está a tomar decisões. Não está. Biden é, e sempre foi, um representante de interesses mais poderosos. Livrar-se de Biden o mais cedo possível não resolverá o problema e não evitará um apocalipse nuclear (se é que era essa a intenção). São outras pessoas que tomam as decisões por ele.

Enquanto isso, muitas surpresas podem ocorrer antes de Novembro. Como indiquei no meu artigo "A Arte do Malabarismo: 2024 é um ano crucial para os mundialistas?" publicada em Janeiro, a eleição de 2024 está a tornar-se no seu próprio evento Cisne Negro. Afirmei que:

... Há a possibilidade de acontecimentos chocantes, como a desistência de Biden no último minuto. Trump é travado mas ganha na mesma. Ou uma grande crise geopolítica utilizada pelos democratas como desculpa para “adiar” as eleições ...

Parece cada vez mais que pelo menos um destes cenários está prestes a concretizar-se (Biden demite-se ou é afastado pelo DNC). É também cada vez mais provável que Donald Trump regresse à Casa Branca de qualquer forma. Por enquanto, parece que Biden quer manter o seu cargo, mas mesmo que seja substituído, ainda não há um candidato democrata com os números necessários para vencer em Novembro. E se acha que a fraude eleitoral será um factor a ter em conta, não se esqueça de que as votações têm de ser renhidas para que o resultado seja falseado.

A questão é: o que é que isto significa para os Conservadores e Patriotas daqui para a frente? Devemos celebrar ou os americanos devem estar preparados para que o tapete lhes seja puxado debaixo dos pés?

Após a vitória de Trump em 2016 (que eu previ um ano antes das eleições), sugeri que Trump poderia ser o próximo Herbert Hoover, o bode expiatório de uma série de calamidades económicas e sociais causadas por interesses obscuros e tenebrosos. Também me questionei se Trump estaria ou não disposto a participar neste teatro.

Não esqueçamos que a sua escolha de gabinete em 2016 foi um pesadelo - cheio de um enxame de elites bancárias, um membro do cartel Rothschild (Wilber Ross), membros do CFR e outros maus actores. Na altura, ele tinha mesmo algumas das piores pessoas a apoiá-lo (como Anthony Fauci, por exemplo...). Mesmo que Trump tivesse boas intenções, os seus conselheiros certamente não as tinham.

Com a combinação de motins dos BLM, aumentos das taxas de juro da Reserva Federal, histeria pandémica, reinício do Covid que desencadearam a estagflação, a “insurreição” de 6 de Janeiro, Trump foi transformado num pária (na sua maioria injustamente). Os conservadores em 2020 e nos anos seguintes foram rotulados como os últimos vilões, os “destruidores da democracia”. Trump foi, em muitos aspectos, rotulado como outro Hoover.

Mas algo aconteceu no processo que não creio que os mundialistas tenham previsto: o programa pandémico falhou. Os passaportes vacinais falharam. As exigências falharam. A taxa média de infecção fatal foi de apenas 0,23% e o público não ficou suficientemente aterrorizado. Demasiados patriotas recusaram-se a cumprir. Os números de vacinação do CDC foram claramente inflaccionados para dar a impressão de que mais pessoas estavam a ser vacinadas. Quase ninguém estava a tomar os reforços.

Este é talvez um dos maiores erros que os mundialistas já enfrentaram. Klaus Schwab, o próprio Dr. Evil, afastou-se e retirou-se do cargo de presidente executivo do FEM. O grande jogo da tirania médica explodiu como uma bomba. O que é que se há-de fazer agora?

Será um erro o facto de o establishment ter continuado a apoiar Biden apesar da sua ilusão? Ou será que enviaram Biden para o primeiro debate sabendo exactamente o quão mal iria correr? Terá sido uma manobra para completar o guião de Herbert Hoover? Este ano, Trump sugeriu numa entrevista à Fox Business que “não quer tornar-se o próximo Herbert Hoover” ao herdar de Biden uma economia com uma bomba-relógio. Biden respondeu que Trump JÁ era como Herbert Hoover por causa dos empregos perdidos durante a crise.

Trata-se, evidentemente, de uma afirmação errada. Mas a narrativa está omnipresente: "Trump vai supervisionar um crash americano semelhante ao de 1929."

Pense por um momento em quantos elementos diferentes da economia actual dos EUA são distorcidos por estatísticas manipuladas. Biden suprimiu as estatísticas de inflação, como o CPI, despejando reservas estratégicas de petróleo no mercado. As suas estatísticas de emprego são um verdadeiro circo, com quase todos os empregos "criados" a irem para imigrantes ilegais, inflaccionando artificialmente os números do SBV. Biden criou um falso crescimento na indústria dos EUA ao subsidiar empresas de energia verde com dinheiro dos contribuintes. A media parece querer ignorar a questão da dívida nacional, cujos pagamentos de juros somam mais de US$ 1 trilião a cada três meses. Por último, o aumento das passagens fronteiriças continua inalterado (com excepção de uma queda de 74% no Texas, onde estão a ser instalados verdadeiros muros e arame farpado).

E a situação na Ucrânia? Aquele que rapidamente degenera num conflito mais amplo? Os meus leitores sabem as minhas previsões sobre isso, mas pensem na perspectiva de Trump: Biden está a deixar para trás todos os elementos voláteis de uma guerra mundial em formação. Trump herda um caldeirão de nitroglicerina.

O que acontecerá quando Biden sair? Todos os truques económicos desaparecem, e os dados reais aparecem enquanto Trump está no poder. Talvez a Terceira Guerra Mundial também ecloda. E adivinhe de quem será a culpa? Os dedos apontarão para Trump, mas também apontarão para SI.

A agenda será colocar os princípios conservadores e o movimento de liberdade em julgamento e retratá-los como ideais de calamidade. Meritocracia, individualismo, independência, liberdade pessoal, responsabilidade e disciplina, mercados livres, propriedade privada - tudo o que constitui os fundamentos da civilização ocidental será queimado na fogueira. Dar a Trump uma vitória fácil sobre um homem com problemas cognitivos como Biden (ou qualquer outro candidato fraco) pode ser uma armadilha; deixar os conservadores ganharem um momento de poder apenas para descobrirem que estão sentados no trono de um castelo em ruínas.

Estou a dizer que não se deve votar em Trump? Não. No mínimo, votar em Trump envia a mensagem de que o povo americano quer o que Trump é suposto representar e rejeita o que Biden é suposto representar. Os candidatos são muito menos importantes do que os ideais que supostamente encarnam. O que quero dizer é que esta eleição pode ser particularmente bizarra por uma razão - o facto de Trump estar a ser apresentado como a escolha óbvia é suspeito.

No mínimo, haverá motins organizados por esquerdistas nas principais cidades dos EUA. Como vimos em França, a esquerda política não tem qualquer intenção de abandonar o poder e fará tudo para o manter, incluindo incendiar o bairro. Os liberais mais reservados aliar-se-ão aos grupos activistas socialistas mais extremistas para ganhar a qualquer preço. A presença de Trump na Sala Oval seria o gatilho perfeito para um desfile interminável de palhaços do DEI e de anormais da Antifa, criando o máximo de pandemónio possível.

Não estou a falar do falso paradigma esquerda/direita. O falso paradigma esquerda/direita é irrelevante quando se trata da questão central, que é a preponderância da acção patriótica ou da apatia. Se o povo americano se levantasse amanhã em grande número e decidisse, de uma só vez, silenciar os esquerdistas, expulsar os mundialistas e retomar o poder, seríamos bem sucedidos e ninguém nos poderia impedir. Somos a maior população armada do mundo e, por extensão, o maior exército do mundo, de longe.

Cabe-nos a nós, e não a Trump, determinar o rumo do futuro da nossa nação. E se ele (ou qualquer outro líder político) não estiver à altura dos nossos padrões, então teremos de fazer a coisa horrível que toda a gente sabe que é necessária, mas pela qual ninguém quer ser responsável. Lembrem-se apenas que seremos retratados como vilões, não como combatentes da liberdade, quando dermos esse passo.

Brandon Soares

Traduzido por Hervé para o Saker Francophone

 

Fonte: Le dilemme qui confronte la « droite » et la « gauche » américaine – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Poertuguesa por Luis Júdice




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