Por Robert Bibeau.
Após mais de dois anos
de massacres, os dois clãs imperialistas - (EUA-NATO-Ucrânia) - face a -
(Rússia-China-Irão...) estão mais perto de negociar uma trégua na frente
ocidental-ucraniana. Não nos deixemos enganar... o hegemon americano não tem
qualquer intenção de capitular ou de conceder a vitória à camarilha de Moscovo.
1) O desenvolvimento
da crise económica sistémica, que poderá conduzir a uma crise social mundial;
2) a temida vitória de
Trump e do seu clã nas eleições presidenciais americanas (um clã com as suas
próprias ambições na frente militar)
3) o colapso de vários
clãs belicosos nas eleições europeias;
4) o lamentável
fracasso das 12.000 sanções económicas destinadas a esmagar a economia russa;
5) o reforço da
aliança capitalista do Pacífico (BRICS, SCO, CIS);
6) o avançado estado
de preparação da economia de guerra das potências orientais - contra a
impreparação das potências da NATO;
7) a derrota iminente
do representante ucraniano e o isolamento mundial do representante israelita;está
a levar o reaccionário Estado-Maior ocidental a fazer uma pausa nos seus
esforços belicosos, enquanto os vários governos ocidentais se posicionam para a
próxima ronda em vésperas de 2025.
É assim que
interpretamos as recentes acções do novo Presidente da UE, Victor Orban, da
Hungria. Se os povos sitiados da Europa de Leste puderem gozar de algum
descanso, tanto melhor.
Por Andrew Korybko.
Orban está tão comprometido com a paz
por causa do seu profundo orgulho na civilização europeia e do lamento
associado de vê-la dilacerada por este conflito. (sic)
O primeiro-ministro
húngaro, Viktor Orban, visitou Moscovo
na sexta-feira, antes de viajar para o Azerbaijão no dia seguinte para
participar na cimeira anual da Organização dos Estados Turcomanos, que
se realiza este ano. Isto aconteceu pouco depois da sua viagem
a Kiev, a primeira que empreendeu desde o início da última fase do conflito de
uma década na Ucrânia,
há quase 18 meses, onde discutiu
a paz e as relações bilaterais com Zelensky. Como era de
esperar, personalidades europeias não saudaram a sua visita a Moscovo.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reagiu lembrando a Orban que não poderia negociar em nome da UE durante a presidência rotativa do Conselho da UE pelo seu país, enquanto o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse estar chocado com a notícia e insinuou que Orban seria a "ferramenta" de Putin. As declarações do segundo líder foram particularmente surpreendentes, uma vez que a Hungria é o aliado mais antigo da Polónia e celebra a sua amizade secular todos os anos a 23 de Março.
As diferenças entre
eles surgiram desde o início da operação especial russa,
há quase dois anos e meio, depois que o antigo governo nacionalista conservador
da Polónia ter causado arrepios nos seus homólogos
ideológicos húngaros pela oposição de Orban a armar a Ucrânia e
perpetuar o conflito. Em todo o caso, abstiveram-se de fazer as observações
grosseiras e flagrantes que Tusk acaba de fazer, motivadas pela reafirmação da
sua ideologia liberal-mundialista em detrimento da sua amizade histórica.
Michel, Tusk e os seus
aliados estão tão furiosos com Orban porque temem que ele ajude a fazer progressos
tangíveis na retoma de algum tipo de quadro para as negociações de paz russo-ucranianas
antes do G20 em Novembro, o que poderia dissipar o falso senso de urgência dos
seus planos para uma "linha
de defesa da UE". A Polónia já conseguiu que a Alemanha
concordasse em assumir alguma
responsabilidade pela segurança da sua fronteira oriental e é
provável que Berlim aceite em breve assumir o mesmo papel para os Estados
bálticos para os ajudar a fortalecer a sua fronteira.
É imperativo que a elite dirigente liberal-mundialista
na UE construa esta nova Cortina de Ferro para a nova Guerra Fria, a fim de continuar a
manipular as suas populações para apoiar gastos militares recordes e permanecer
subordinada aos EUA depois de estes terem reafirmado a sua hegemonia minguante sobre eles
em 2022. Não querem, de modo algum, que Orban utilize a nova posição europeia
do seu país para sensibilizar o mundo para a generosa proposta de cessar-fogo do
Presidente Putin e para quaisquer outros compromissos pragmáticos. (https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/06/a-linha-de-defesa-da-ue-e-o-mais.html
)
A este respeito, o
líder russo disse numa conferência
de imprensa após a cimeira da SCO/OCS realizada na semana
passada em Astana, que não se comprometeria com um cessar-fogo unilateral
depois de ter sido enganado pelo cessar-fogo parcial que aprovou na Primavera
de 2022, retirando as tropas de Kiev para facilitar a assinatura de um acordo
de paz. Por conseguinte, exigiu que a Ucrânia tomasse medidas irreversíveis
desta vez para mostrar que estava a falar a sério sobre a paz e que não o
levaria novamente pelo nariz depois de ter de
admitir candidamente, em Dezembro, que já não é ingénuo.
No entanto, continua
aberto a compromissos, e é aí que reside o papel que Orban pode
desempenhar para ajudar a aproximar a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos
deste resultado. Segundo ele, a sua missão pela paz é ver quais concessões cada
lado está disposto a fazer. Orban também
deixou claro que não precisa de um mandato europeu para isso,
uma vez que serve apenas como mediador a título pessoal e não negoceia em nome
da União. Michel, Tusk e os outros são, portanto, juridicamente impotentes para
o deter.
Embora não se possa
saber ao certo, é possível que Orban se coordene em alguma medida com a China e
o Brasil – cujo consenso
de paz de seis pontos no final de Maio poderia
lançar as bases para negociações apoiadas pela China, mas
lideradas pelo Brasil antes ou durante o G20 – ou se alinhe de forma
independente com essa visão. A Suíça, que acolheu as
conversações do mês passado sobre a Ucrânia, já
disse que as próximas não serão no Ocidente e incluirão a
Rússia, pelo que o cenário anterior não é exagerado.
No entanto, para que
haja qualquer hipótese de êxito, uma visão clara das verdadeiras linhas
vermelhas de cada lado – e não as linhas vermelhas declaradas publicamente que
poderiam ser descritas como demagogia – tem de ser compreendida por um terceiro
bem-intencionado, a fim de desenvolver propostas práticas para colmatar o fosso
entre elas por parte do G20. Embora o representante especial da China para os
assuntos eurasiáticos, Li Hui, já esteja a conduzir a
diplomacia para esse fim há meses, os esforços de Orban podem
melhorá-los significativamente.
Ao contrário deste diplomata chinês, o líder húngaro tem contactos
regulares com os seus homólogos europeus, pelo que compreende muito melhor os
interesses do bloco e até que ponto estes poderiam realisticamente avançar pela
paz. Pode também servir como um canal informal de comunicação entre Moscovo e
Bruxelas, o que Li não pode fazer devido às limitações da sua posição. Outra
vantagem que Orban traz para a mesa é que ele é uma figura pública e, portanto,
pode remodelar positivamente a percepção do público ocidental na direcção da
paz.
É certo que o sucesso não é garantido e é mais provável que a sua missão de
paz não sirva para mais nada do que preparar o terreno para conversações de paz
de agora até ao G20 em Novembro. No entanto, não há mal nenhum em tentar, e
Orban tem acesso e experiência como ninguém. Está tão empenhado na paz devido
ao seu profundo orgulho na civilização europeia e ao lamento que lhe está
associado por a ver despedaçada por este conflito. As intenções do líder
húngaro são, portanto, sinceras e ninguém deve duvidar de que ele fará o seu
melhor.
Mais informações sobre este
tópico: Resultados
da pesquisa por "korybko" – les 7 du quebec
Fonte deste artigo: La mission de médiation d’Orban à Moscou pourrait ouvrir la voie à des pourparlers de paix d’ici le G20 de novembre – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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