segunda-feira, 8 de julho de 2024

Netanyahu será recebido dentro em breve pelo Congresso dos Estados Unidos? Isso será decisivo para as eleições nesse país e para a invasão do Líbano.

 


 Julho 8, 2024  Robert Bibeau  

por Alfredo Jalife-Rahme.

A recepção do Primeiro-Ministro israelita Benjamin Netanyahu numa sessão conjunta do Congresso americano não é apenas uma operação contra o Presidente Joe Biden; é também um apoio à maioria parlamentar israelita na continuação do massacre em Gaza. Além disso, tendo em conta a insistência de Netanyahu em entrar em guerra contra o Hezbollah, envolvendo o Irão e envolvendo os Estados Unidos, este será mais um passo na sua estratégia de atomização da Pérsia.




Já em 2015, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, se tinha imposto ao Congresso contra o conselho do então Presidente Barack Obama. Colocara os secretários da sua embaixada nos corredores da sala para assinalar os parlamentares que não o aplaudiam e que, por isso, não podiam contar com a sua ajuda interessada para a sua reeleição.

Depois do fracasso de Joe Biden no seu desastroso debate contra Donald Trump, e em antecipação à segunda volta das eleições no Irão, a controversa presença do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a 24 de Julho, no Congresso dos EUA desencadeou uma onda de comentários intensos, que, especialmente de grupos de compatriotas dentro e fora de Israel, apontam para a predisposição do primeiro-ministro a favor de Trump, enquanto grupos pró-Biden/Democratas fustigam a sua presença indesejada. A eleição americana está nas mãos de Netanyahu e da AIPAC, o poderoso lobby EUA-Israel?

O Comité Sionista-Americano de Assuntos Públicos (AZCPA) infiltrou-se na AIPAC, o grupo de lobby que exerce forte influência sobre os poderes executivo e legislativo dos Estados Unidos. É considerado o grupo de pressão mais poderoso da infinidade de organizações pró-Israel nos Estados Unidos. A AIPAC orgulha-se de representar "mais de 3 milhões (sic) de americanos pró-Israel em todos os distritos do Congresso para reforçar o apoio bi-partidário na relação dos EUA com Israel". O comité auto-avalia-se como o "maior lobby pró-Israel", o que oferece mais recursos (sic) directamente aos candidatos: 98% dos candidatos que apoia venceram as eleições gerais em 2022!

O seu enorme rendimento, sem incluir doações dedutíveis de impostos financeiros  khazars Wall Street, totalizou 473,5 milhões de dólares em 2022. O portal israelitae Forward informou que, a partir de 7 de Outubro, data emblemática do ataque do Hamas a Israel, a AIPAC arrecadou 90 milhões de dólares, "grande parte dos quais está prevista até o momento para as eleições de 2024 [1]". O jornal anti-Netanyahu Haaretz explica o poder da AIPAC nos Estados Unidos, cujo "grupo colector terá um papel decisivo nas eleições de 2024". Não se deve subestimar a omnipotência decisiva da AIPAC que, além de fornecer lubrificante a uma série de legisladores americanos, acaba de infligir uma dolorosa derrota no seu feudo de Nova York ao deputado Jamaal Bowman, membro do grupo progressista e pró-palestino Squad, liderado pela jovem Alexandria Ocasio-Cortez [3], graças às maciças doações sionistas daqueles que agora procuram outros chefes eleitorais para decapitar [4.

O portal jacobino afirma que a derrota de Bowman para a AIPAC paradoxalmente mascara "a sua fraqueza" [5]. Até o Financial Times comenta a implementação dos planos de guerra do primeiro-ministro Netanyahu na sua entrevista autista no Canal 14, junto dos fanáticos do gabinete Ben Gvir e Smotrich, para um "Verão de conflito". A Rede Voltaire, em França, já explicou [7] que os Estadunidenses-israelitas com dupla nacionalidade condenam a próxima visita de Netanyahu a Washington. O Grupo UnXeptable da Califórnia lançou uma campanha contra a presença de Netanyahu no Congresso a 24 de Julho; na minha opinião, isso será decisivo para a planeada invasão do Líbano.

Segundo a Rede Voltaire. [8], uma série de personalidades israelitas também condenou a visita anunciada no New York Times: David Harel, presidente da Academia Israelita de Ciências; Tamir Pardo, ex-chefe do Mossad de Israel; Ehud Barak, ex-primeiro-ministro de Israel; Aaron Ciechanoveret, Prémio Nobel da Química; ou o romancista e ensaísta David Grossman, etc. Antes do desastre de Biden, a Casa Branca não escondia os seus temores sobre a presença de Netanyahu no Congresso: "ninguém sabe o que ele dirá" [9]. John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago, falou do poder inconcebível do lobby de Israel nos Estados Unidos, que se tornou, na minha opinião, um Estado dentro do Estado.

Alfredo Jalife-Rahme

Tradução
Maria Poumier

Fonte:
La Jornada (México)
O maior jornal diário em língua espanhola do mundo.

 

Fonte: Netanyahou bientôt reçu au Congrès US ? Ce sera déterminant pour les élections dans ce pays et l’invasion du Liban – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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