domingo, 7 de julho de 2024

O degagismo e o "barragismo" não são "engagementismo", mas sim angelismo e "enragismo" burgueses.

E BORDELFA CANTAROLA
A CO-HABITAÇÃO COM O
PRESIDENTE MACRON?

Julho 7, 2024  Robert Bibeau 


Por Khider Mesloub.

 

Nos últimos anos, desde o seu surgimento durante a "Revolução Jasmim", que cheirava a impostura, o "dégagisme" floresceu em todo o mundo de acordo com a germinação de revoltas. Este novo florescimento do protesto exala um cheiro de farsa política. Não é insignificante que cresça em todo o terreno minado pelos tremores sísmicos das lutas sociais: no momento da entrada do capitalismo numa crise sistémica.

Em França, este viveiro político, que tresanda a desonestidade, deu origem ao "barragismo". O barragismo é este movimento eleitoralista inter-classes, impulsivo e intempestivo, que floresce em cada eleição, quando o partido de extrema-direita francês, o Rassemblement National (Frente Nacional), obtém um número maciço de votos... um epifenómeno eleitoralista cuja função é dirigir a raiva popular, plenamente justificada, para o cul de sac (beco sem saída – NdT) eleitoralista - uma forma de o capital usar essa raiva para consolidar o seu poder ditatorial... a Frente Popular formando a segunda face de Janus.

Este movimento é desencadeado por cada derrota eleitoral presidencial ou legislativa sofrida pelos derrotados da direita e da esquerda, os auto-proclamados defensores furiosos da República burguesa francesa. O objectivo destes briguentos raivosos é "bloquear a extrema-direita" quando o seu principal partido, o Rassemblement National, está em posição forte para ganhar as eleições legislativas ou presidenciais na segunda volta. Ao "bloquear o voto" na segunda volta, os auto-proclamados democratas raivosos esperam privar o RN da vitória. E, consequentemente, impedir o RN de se tornar presidente ou de obter a maioria absoluta na Assembleia Nacional.

Essas manobras e negociações eleitorais, eclodidas pelo bloco de governo e partidos institucionais filiados, traem tanto a impostura da democracia burguesa quanto o desprezo das elites pela soberania popular, pelo voto popular. Estas manobras eleitorais são a expressão de uma raiva elitista contra qualquer dissidência política que ameace as sinecuras e prebendas dos governantes e dos partidos institucionais estabelecidos.

Para recordar, o objectivo da instrumentalização da RN e da manipulação do credo "barragem ao fascismo" é, num momento de crise económica aguda, de tensões militares internacionais crescentes e de uma marcha forçada para a guerra que exige uma união sagrada, aterrorizar e desorientar a população a fim de criar uma revolta nacional para salvar as instituições ameaçadas de implosão, impor austeridade aos trabalhadores e arregimentar a população. Em suma, para salvaguardar o domínio da burguesia e perpetuar o sistema capitalista.

Este artigo foi escrito na altura do Hirak argelino. Embora trate do fenómeno conhecido como degagismo, o texto pode ser aplicado aos promotores da política do barragismo.

Enquanto os activistas do movimento dégagiste lutam para desalojar os detentores do poder e se instalarem no seu lugar, os líderes do movimento barragista, todos membros de partidos institucionais estabelecidos e dirigentes governamentais, lutam para impedir que o partido vencedor da corrida, muitas vezes de extrema-direita, consiga a sua vitória na primeira volta das eleições, seja para a presidência ou para a Assembleia Nacional.

Republico o meu texto com algumas actualizações indicadas entre parênteses.

Diante do vácuo de poder, o dégagisme quer erigir o poder do vazio

"É preciso dizer que esta nova cultura política de luta reformista (o degagismo, experimentado na Argélia com o Hirak) permite amortecer os abalos telúricos revolucionários.

É a última invenção burguesa do programa anti-sísmico social. E não é por acaso que está a ser cuidadosamente cultivada pelas camadas pequenas e médias burguesas em crise, essas classes cada vez mais precárias e empobrecidas, para fazer dela o seu terreno estéril de luta reformista: É o novo adubo político feito pelas classes dominantes internacionais para os oprimidos, para os persuadir de que podem fazer recuar as suas esperanças frustradas, a sua prosperidade decaída, a sua existência social sacrificada pelo capital, através da cultura do protesto cívico, através de adubos eleitorais intoxicados de reformismo.

O degagismo é o último suspiro de uma classe pequeno-burguesa esmagada pela desordem social, atormentada pela incerteza profissional, consumida pela ansiedade em relação ao futuro, paralisada pelo medo da sua própria queda; magoada pela aniquilação do seu estatuto social que, na sua crença infantil e credulidade democrática, pensava que iria durar para sempre, garantido pelo Estado-providência, que é realmente para os ricos. (Do mesmo modo, o barragismo é o último esforço dos governantes estabelecidos e dos partidos institucionais para defenderem os seus privilégios, as suas funções de liderança estatal, parlamentar e política - por outras palavras, para preservarem o seu domínio sobre o Estado, o seu império sobre as instituições).

A sua luta é reduzida a uma operação de salvamento de um mundo em pleno naufrágio histórico, que tenta desesperadamente salvar de se afogar. A sua luta é a expressão da sua miséria política, do seu protesto ilusório contra o seu desaparecimento, a sua putrefacção social. É o espírito doloroso de uma época desprovida de um espírito autenticamente revolucionário.

O degagismo é o novo ópio político das classes pequena e média burguesas que estão realmente a caminho de um empobrecimento trágico, de uma proletarização cruel. É a nova bandeira das reivindicações ilusórias, um emblema da desgraça futura. É o receptáculo de vales de lágrimas.

O degagismo é a flor inebriante que procura mascarar o cheiro da opressão. A folha de figueira que tenta esconder as correntes da exploração.

O degagismo é apenas o sol ilusório que nasce no céu das reivindicações etéreas de uma classe pequeno-burguesa desanimada, já enterrada pelo capital, pela História retirada.

O degagismo, termo popularizado na sequência da grande revolta tunisina de 2011, é o último avatar de um compromisso político estéril, expresso através da desobediência civil ou das urnas, com o objectivo de destituir governantes considerados incompetentes ou ilegítimos e substituí-los por outra camarilha mafiosa equivalente.

O barragismo é um movimento semelhante, mas invertido: é a luta desesperada de um governo e de uma máfia política para tentar, através de maquinações eleitorais, em particular através da agitação do espantalho "fascista" e da criminalização, evitar a sua expulsão do poder, a sua expulsão política.

O dégagisme não se propõe a atacar o poder capitalista na sua totalidade. Derrubar a ordem estabelecida. Mas simplesmente para moralizar a vida política através da eleição de uma nova quadrilha governante supostamente capaz de purificar as instituições governamentais e parlamentares dentro da ditadura capitalista. (Com o barragismo, é o contrário: a máfia governamental e política está a trabalhar para preservar intactas e inalteradas as suas instituições colonizadas pelos seus comparsas, para salvar o seu sistema clientelista.) 

A palavra de ordem "Dégage"(“Fora”-NdT) tornou-se o grito de guerra da pequena burguesia enfurecida

O dégagisme é o fruto podre do vazio político, que quer substituí-lo pela política do vácuo. No dégagisme, o compromisso político máximo limita-se à mágica injunção encantatória educadamente proferida: "Fora!"

O que é que interessa o que vai acontecer a seguir? Nunca será politicamente consciente por um programa de substituição colectivamente elaborado, racionalmente pensado, politicamente rigoroso, economicamente revolucionário, levado por uma organização de classe que represente os interesses da grande maioria da classe laboriosa maioritária da sociedade, determinada a impor novas relações sociais sobre bases económicas que rompam radicalmente com o capitalismo.  (O barragismo, por outro lado, luta contra o vazio político, supostamente levado pela extrema-direita, para melhor perpetuar o seu vazio governamental, o seu nada institucional).

Pelo contrário: face ao vazio de poder, o dégagisme ergue o poder do vazio. Para os degagistas, não se trata de tomar o poder, mas de expulsar os inquilinos do poder. O degagismo é uma política que, para remediar a ausência de uma solução política, propõe a solução da ausência política. Em vez de clivagens políticas, prefere as margens do consenso político, essa forma de virar o pensamento, o naufrágio da luta.

É claro que, nos últimos anos, o famoso slogan "Dégage" (“Desaparece” – NdT) se tornou o grito de guerra desta pequena burguesia enfurecida.

Em cada luta, o dégagisme apesar de brandido como um grito de protesto, é na realidade uma oração de prostração.

Por ser usado num imperativo cominatório, o grito "dégage" acredita ter um poder encantatório, capaz de realizar milagres politicamente libertadores. Ou um espírito relâmpago capaz de neutralizar o poder e quebrar a sua resistência.

O degagismo é moldado por um pensamento mágico, reflexo da sua imaturidade política. O pensamento mágico político atribui a si próprio o poder de provocar mudanças sociais, de resolver problemas económicos sem a intervenção de grupos politicamente estruturados.

Dégagisme é a política da oposição pseudo-radical sem uma proposta política subversiva e insurreccional

 O Dégagisme, que teve a sua hora de glória durante o movimento argelino Hirak, não reconhece qualquer autoridade, manifesta-se para além das divisões políticas tradicionais. Esta é a política da oposição pseudo-radical, sem qualquer proposta política subversiva. É a exigência da saída absoluta do poder sem exigências políticas absolutas. É a expressão do romantismo político numa sociedade dilacerada pela tragédia social. É o fim espectacular dos representantes políticos, mas não o espectáculo da representação política sempre presente da república burguesa dominante.

O Dégagisme defende o fim da política suja, mas sem propor uma política própria. Ele ataca essa casta política viral, mas nunca o sistema dominado pelo capital letal.


Degagismo e barragismo não são engagismo, mas angelismo e enragismo (II)

É um movimento de protesto polimorfo, mas sempre com uma combatividade amorfa, uma perspectiva política fantasmagórica, propostas económicas folclóricas e um programa social fantasma.

É um movimento desprovido de visão política. Assim, afectado por uma cegueira política, navega à vista. É por isso que, muitas vezes, se lança cegamente no labirinto de reivindicações estreitas, sem horizontes políticos e sociais. Nunca pensa em percorrer as grandes avenidas da emancipação social colectiva, mas os caminhos sinuosos da libertação narcísica e libidinal.

A luta contra a alienação e a exploração foi substituída pela promoção da democracia burguesa, numa altura em que a democracia burguesa, por todo o lado, está a esgotar-se, a desintegrar-se devido à sua comprovada impotência política e à sua avançada decadência económica (aliás, o barragismo também se insere nesta dinâmica interclassista e capitalista, uma vez que defende a ordem existente, a economia de mercado e a marcha da economia para a militarização da produção e a caporalização dos trabalhadores).

O degagismo promove a democracia, uma noção abstracta porque sem ligação a qualquer realidade social e económica, uma realidade desligada da esfera política (tal como o barragismo promove o espantalho fantasma do fascismo porque sem ligação a qualquer realidade, para perpetuar o domínio das classes dominantes instaladas no poder executivo, parlamentar e político).

Paradoxalmente, o degagismo nunca introduz a luta no mundo do trabalho, nas empresas, mas apenas no universo etéreo da esfera política, no seio de organismos desprovidos de qualquer poder económico, detidos pelas classes dominantes, os poderes financeiros. (Tal como o barragismo, que defende a luta contra o fascismo através das urnas, mas nunca com as armas da greve geral e das ocupações de fábricas para derrubar o seu principal apoiante, o capital).

Degagismo reivindica transição política sem passar pela política

O movimento degagista não pretende inverter o curso da história. As suas reivindicações, apresentadas por indivíduos atomizados em revolta, rejeitando todas as formas de hierarquia e de delegação de poder, e expressas fora de qualquer estrutura organizativa tradicional, resumem-se à rejeição dos dirigentes, dos partidos políticos e dos seus programas, das centrais sindicais e da recuperação política. Mas sem propor uma alternativa política ou soluções económicas. Nem uma alternativa política, nem uma sociedade alternativa. (Tal como as barragens desencadeadas pelos governantes e pelos partidos institucionais dominantes do momento, se afirmam lutar contra o advento do fascismo, não é certamente propondo uma alternativa política ou novos projectos económicos).

O degagismo apela a uma transição política sem passar pela política. De facto, não luta para mudar as bases económicas da sociedade, mas apenas para mudar as práticas políticas. (Com o barragismo, é a mesma falta de mudança nas bases económicas e nas práticas políticas que move os seus apoiantes, artesãos do status quo e da manutenção do caos).

Graças ao movimento do "dégagisme", o capital terá conseguido libertar-se de qualquer desafio. O movimento degagista garante a sua segurança, a sua durabilidade, a sua rentabilidade. (O barragismo, pelo contrário, garante a segurança, a rentabilidade e a durabilidade dos protectores institucionais do capital, os governantes e os políticos da época).

De facto, o movimento degagista não oferece nenhuma saída política em termos de programa. Não se trata de derrubar o capitalismo. A sua luta é puramente populista. Afirma lutar apenas contra a humilhação, a tomada do poder e das riquezas pela casta minoritária dominante (ou melhor, apenas perturbadora porque não distribui suficientes prebendas rentistas, nomeadamente na Argélia), contra a repressão policial, mas, paradoxalmente, nunca contra a opressão e a exploração capitalistas.

O kepi (polícia) é apresentado como o único inimigo a combater nas ruas durante os motins estéreis (o movimento dos Coletes Amarelos ilustrou na perfeição esta deriva de violência fútil levada a cabo por estes dégagistes). Mas nunca o capital, personificado pelos patrões e financeiros, os verdadeiros responsáveis pela exploração e opressão.

Embora por vezes se exprima sob formas radicais, nomeadamente através do recurso à violência, o movimento dégagiste aspira apenas a alterar a democracia, introduzindo novos direitos, e não a multá-la: a pô-la em causa. (Tal como os barragistas institucionais de negócios, que se limitam a defender a "sua democracia lucrativa" contra as invasões de cliques políticos rivais de tipo mafioso, rotulados de "fascistas" para os desqualificar e bloquear o seu caminho para o poder, não fazem qualquer proposta para moralizar e purificar a sua moribunda democracia de mercado).

O dégagisme é o melhor defensor da democracia burguesa. Mergulhou no activismo desenfreado para melhor conter a reflexão da práxis: defendia a política da acção, mas não baseada em nenhuma teoria política. É pura práxis, desprovida de qualquer teoria. O pensamento construtivo deu lugar à acção destrutiva. É a política do soco. Tumulto. Barricadas. Estabelecida como uma prática padrão.

Nenhuma consciência de classe impulsiona a sua luta. Nenhum projecto de emancipação humana inspira a sua luta. Por isso, reduz a sua luta a acções imediatas imprevisíveis e desorganizadas, muitas vezes dispersas em múltiplos colectivos sectoriais (identitários, religiosos, feministas, ecológicos, etc.).

De um modo geral, enquanto a eclosão das lutas sociais tradicionais permitiu interromper o bom funcionamento do mundo da mercadoria e subvertê-lo através da paralisia económica com vista à sua destruição, a emergência do movimento degagista não é mais do que uma instância de reequilíbrio político para lubrificar as rodas da sociedade da mercadoria através de uma melhor redistribuição da riqueza, mantendo as desigualdades sociais e preservando a sociedade de classes e o modo de produção capitalista.

Assim, em vez de uma luta colectiva consciente para derrubar a ordem estabelecida, o movimento Degagista favorece acções espontâneas de pequena escala de desobediência civil e queixas dos cidadãos para melhorar a democracia através de remendos políticos (tal como o barragismo que visa apenas preservar os interesses do capital e perseverar em posicionar-se como seu único agente na gestão lucrativa das instituições estatais, parlamentares e políticas do país).

O movimento degagista recusa-se a encarar a sua luta como uma ruptura com a sociedade capitalista. É por isso que não surgiu nenhuma personalidade ou líder no seio do movimento degagista, à semelhança do Movimento 22 de Fevereiro na Argélia e dos Gilets Jaunes em França, que acabaram por ser relegados para a história como uma excrescência intempestiva e impolítica (tal como os barragistas do momento acabarão por ser expulsos pelos seus patrões ou varridos pela revolução).

O dégagisme desce à histeria política através de acções auto-destrutivas e da auto-flagelação social

Adepto da desobediência civil e da não-violência, o movimento degagista cultiva um activismo rotineiro, expresso em posturas hipócritas e súplicas chorosas. Daí a sua propensão para recorrer a petições conciliatórias e a apelos a referendos "democráticos" organizados no seio da ditadura capitalista, que, ao reprimir e encarcerar os manifestantes, lhes recorda que não é angelista.

Impulsionado pelo instinto, o degagismo desce frequentemente à histeria política através de acções auto-destrutivas e de auto-flagelação social. Este movimento regressivo trocou o princípio da realidade pelo princípio do prazer. É um movimento de crianças mimadas. Crianças-rei que desprezam o povo, mas invejam as classes dominantes privilegiadas, com as quais se identificam e, sobretudo, que gostariam de substituir. Como o movimento degagista surge muitas vezes espontaneamente, é normal que privilegie o imediatismo e a urgência. (Tal como o movimento barragista, cujo desprezo pelo povo é proverbial, obra de elites mimadas, defende instintivamente de forma feroz, incluindo através da difamação e da criminalização dos seus adversários políticos, a sua reserva, o controlo do Estado e das instituições parlamentares, para evitar ser desalojado).

Acção directa e reivindicações proteanas, nunca coerentes ou coordenadas. E a sua luta nunca se inscreve num processo de mudança social. Bastam algumas concessões ridículas dos detentores do poder para apaziguar a sua cólera e reduzir as suas reivindicações. Basta uma falsa remodelação ministerial para esvaziar as suas pretensões de luta. Basta uma falsa remodelação ministerial para esvaziar as suas pretensões combativas e levá-lo de novo para a casota do cão, depois dos seus latidos benevolentes.  (Tal como o barragismo, cuja incoerência e amadorismo são a sua imagem de marca, se contenta com uma falsa e caótica remodelação governamental e parlamentar, arrancada a fórceps através de uma eleição rápida organizada à pressa, para acalmar os seus receios de perder o poder, ou seja, a sua renda política).

Na perspectiva desesperada do degagismo, a acção deve limitar-se a exercer pressão sobre os detentores do poder, a utilizar a influência (lobbying) para influenciar as políticas governamentais e a recorrer a manifestações pacíficas para conquistar direitos políticos utópicos. (O barragismo, por outro lado, pressiona os eleitores e chantageia-os para o fascismo, a fim de obter os seus votos através do engano, alguns diriam o roubo do consentimento eleitoral obtido através de pressões políticas e mediáticas dignas dos métodos habitualmente utilizados pela máfia).

Assim, as acções devem conduzir ao desenvolvimento do capitalismo através dos contra-poderes instituídos com o objectivo de favorecer as políticas de bem-estar social e, sobretudo, as reivindicações sociais muito apreciadas pelas classes pequeno-burguesas em fase com o novo capitalismo libertário.

Em suma, para os Degagistas, a política deve consistir em gerir a miséria, não em aboli-la. Trata-se de negociar algumas acomodações políticas acidentais, de obter pacificamente algumas concessões sociais marginais efémeras. O degagismo é, portanto, fundamentalmente um movimento reformista. E o reformismo é o outro nome do angelismo". (Tal como o barragismo é um movimento inter-classes fundamentalmente burguês, impulsionado pela raiva do perdedor. É um movimento de enragés (enraivecidos) com um programa de governo baseado no enragismo, na raiva política)". 

Khider MESLOUB

 

Fonte: Le dégagisme comme le «barragisme» ne sont point de l’«engagisme» mais de l’angélisme et de l’«enragisme» bourgeois – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice



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