1 – A transferência de população como método de resolução de conflitos
A intenção de Israel de expulsar os palestinianos de Gaza, após a operação
"Dilúvio de Al Aqsa", em Outubro de 2023, para o Sinai egípcio, com
vista a torná-lo uma "pátria substituta" da Palestina, traz à memória
a política constante dos Estados Unidos de extirpar qualquer presença
palestiniana dos países da periferia do Estado hebreu, a fim de erradicar o
terreno fértil da militância palestiniana nos países à sua volta.
O objectivo é encerrar definitivamente a UNRWA, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, que os Estados Unidos e Israel acusam de "reforçar o estatuto de refugiado dos palestinianos, um dos problemas que prolongam o conflito [israelo-palestiniano]". Em particular, os dois países acusam a UNRWA de manter a ideia - a que se opõem - de que muitos palestinianos são refugiados com direito a regressar às terras de onde fugiram ou de onde foram expulsos aquando da criação de Israel em 1948.
Benyamin Netanyahu quer desmantelá-la, considerando que o objectivo da UNRWA é perpetuar "a narrativa do chamado direito de regresso, cujo verdadeiro objectivo é a destruição do Estado de Israel". O primeiro-ministro israelita precisou que o seu objectivo estratégico era "relegar para o esquecimento" a questão do direito de regresso dos palestinianos.
Um plano semelhante foi concebido pelos Estados Unidos no Líbano, confirmando a política constante dos Estados Unidos de provocar a transferência de populações como meio de resolução de conflitos. O mesmo se aplica ao plano israelita de transferir palestinianos de Gaza para a região sunita de Al Anbar, no Iraque, a fim de contrabalançar a preponderância xiita nessa região.
Nesta ligação, a proposta israelita de transferência de palestinianos de
Gaza para Al Anbar, no Iraque:
2 – Rumo ao desmantelamento do campo palestiniano de Ain el Hélwe, nos
subúrbios de Saida, no sul do Líbano.
Bashir Gemayel, chefe militar das milícias falangistas (a direita cristã
libanesa), tinha planeado erradicar os campos de refugiados palestinianos de
Sabra Chatila, nos subúrbios do sul de Beirute, para os transformar em campos
de golfe e, assim, retirar esta ilha de miséria do olhar dos turistas
estrangeiros ricos.
Desistiu devido ao custo humano desta operação, não para os Palestinianos,
mas para as suas próprias tropas, na medida em que se tratava de invadir
Beirute Ocidental e Beirute Sul, dois sectores da capital libanesa detidos, na
altura da guerra civil libanesa, pelos inimigos dos falangistas, a coligação
palestiniana progressista.
Bashir Gemayel compensou esta renúncia limpando etnicamente a parte cristã
do Líbano de qualquer presença palestiniana (La Quarantaine, Tall el Zaatar,
etc.). Eleito Presidente da República libanesa à sombra dos tanques israelitas,
pagou o preço das suas façanhas sanguinárias ao ser assassinado na véspera da
sua tomada de posse, em Setembro de 1982, ganhando assim o título de
"Presidente efémero do Líbano".
Os seus lugares-tenentes tentaram vingar o seu líder atacando o campo de
Sabra Chatila, um massacre a sangue-frio digno do massacre do exército nazi em
Oradour sur Glane, nas palavras do Presidente socialista francês François
Mitterrand, que fará abater a infâmia tanto sobre o exército israelita como sobre
os seus colaboradores falangistas libaneses.
Para ir mais longe neste tema, consulte este link:
§ https://www.madaniya.info/2017/09/15/malediction-de-sabra-chatila-35-ans-apres/
A invasão israelita do Líbano, em 1982, levou ao desmantelamento do
santuário palestiniano de Beirute e à sua transferência para Tunes, a 3000 km
de Israel. Trinta anos mais tarde, no início da chamada "Primavera
Árabe", os americanos retomaram a ideia à escala regional, planeando
erradicar os campos de refugiados não só do Líbano, mas de todos os países que
fazem fronteira com Israel, em particular a Síria e o Líbano.
Os campos palestinianos no Iraque foram desmantelados durante a invasão
americana do Iraque, em 2003, e a população palestiniana expatriada para a
América Latina. A América do Sul alberga actualmente a maior diáspora
palestiniana fora do mundo árabe, com cerca de 550 000 palestinianos a viverem
na região, nomeadamente no Chile, onde vivem 300 000 chilenos de origem
palestiniana, seguido do Brasil (70 000) e do Peru.
3- O campo de Ain Al Helwe
Ain al-Helwé, que significa literalmente "fonte de água fresca",
é o maior dos 12 campos de refugiados palestinianos no Líbano, albergando 225
125 refugiados nos seguintes campos: Borj el Brajneh, Sabra-Chatila, Mar Elias
e Dbayeh (subúrbios de Beirute), Ain Al Helwé e Miyeh Miyeh (subúrbios de
Saïda), Nahr Al Bared e Beddawi (subúrbios de Trípoli), Bourj Al Chémali e
Rachidieh (subúrbios de Tiro), bem como Al Buss e Wavel. Cinco campos foram destruídos durante a
guerra civil libanesa (1975-1990): La Quarantaine, Tall el Zaatar, Dekwaneh,
Jisr el-Bash (subúrbio de Beirute) e Nabatieh (sul do Líbano).
Sobre a relação Libano-Palestiniana, ver este link
§ https://www.renenaba.com/la-fin-dune-tumultueuse-cohabitation-libano-palestinienne/
Ain el Helwé tinha inicialmente uma população de mais de 70.000 refugiados
palestinianos, mas este número aumentou para 120.000 devido ao afluxo de
refugiados da Síria desde 2011. Os radicais islâmicos e as pessoas procuradas
pela justiça também estão amontoados no campo. As condições do campo foram
agravadas por este afluxo maciço de sírios e palestinianos. O campo era então
suspeito de ser um destino popular para os jihadistas rebeldes que fugiam da
vizinha Síria, especialmente depois de o exército sírio, em conjunto com o
Hezbollah, ter recuperado o controlo de Yabroud.
Transformado num microcosmo da fragmentação da sociedade árabe, no meio do
desespero e da deambulação no Líbano, na Síria e na Palestina, e num viveiro de
militância e de terrorismo, o campo de Ain el Helwé é objecto de uma atenção
especial por parte dos serviços ocidentais, sendo mesmo objecto de uma campanha
das suas ONG e dos serviços de relações públicas britânicos.
Sobre a questão do campo de Ain el Helwé no contexto libanês, ver este
link:
§ https://www.renenaba.com/interview-de-rene-naba-par-le-rassemblement-pour-le-liban/
Um facto notável é que a ingerência dos serviços ocidentais nos campos palestinianos foi infinitamente maior e mais intensa do que o activismo desenvolvido nesses campos por Mohamad Dahlan, o dirigente palestiniano dissidente rival de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, e financiado pelo Abu Dhabi, sublinha o relatório.
"Nos anos 70, os campos palestinianos no Líbano eram um viveiro de activismo revolucionário, um reservatório de fedayeen, a alavanca da mudança social no Líbano. Hoje, os campos palestinianos estão envolvidos em conflitos sectários que nada têm a ver com o seu objectivo principal: a libertação da Palestina.
Sobre o papel dos serviços britânicos junto da população xiita libanesa e dos campos palestinianos, ver este link: https://www.madaniya.info/2022/03/08/de-la-destabilisation-du-liban-par-le-royaume-uni-dans-la-phase-du-printemps-arabe-2-3/
O diário libanês "Al Akhbar", que se distinguiu por uma série de
revelações sobre a rivalidade entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes
Unidos por causa da guerra no Iémen, bem como sobre o financiamento da imprensa
libanesa pelas petromonarquias publicou, a 18 de Setembro de 2023, um relatório
de uma embaixada árabe acreditada em Beirute sobre o projecto de transferência
da população do campo de refugiados palestinianos de Ain el Helwé e o
consequente desmantelamento daquele que é agora considerado um dos pontos
fulcrais da nova intifada anti-israelita na Cisjordânia.
3- A injunção americana ao Líbano: deixar de invocar a Resolução 194 da ONU
Em anexo, uma reportagem do Al Akhbar baseada num documento de uma
embaixada árabe em Beirute, cuja identidade o jornal não refere: "No início
da sequência da chamada 'Primavera Árabe', a UNRWA, Agência das Nações Unidas
de Assistência aos Refugiados da Palestina, fundada em 1948 pela ONU, começou a
reduzir os seus serviços aos refugiados palestinianos, dando lugar a ONG
ocidentais.
O efeito desta substituição foi encorajar os palestinianos que beneficiavam
da UNRWA a pedir vistos de emigração para os países doadores.
"Durante este período, realizou-se em Amã uma reunião de trabalho com
a presença de Dorothy C. Shea, Embaixadora dos EUA no Líbano desde 2020, e de
representantes do Líbano na sua qualidade de país de acolhimento dos
palestinianos. Durante a reunião em Amã, a representante americana deu
instruções ao delegado libanês para deixar de se referir à Resolução 194 das
Nações Unidas sobre os refugiados palestinianos durante os debates.
"Restam apenas 200.000 refugiados palestinianos no Líbano, alguns dos
quais desejam emigrar para países ocidentais e outros para Gaza. Cabe ao Líbano
assimilar os restantes refugiados e retirá-los dos campos palestinianos com
vista à sua integração social e económica no tecido urbano das cidades
libanesas, levantando a proibição das actividades económicas dos palestinianos
e concedendo-lhes uma autorização de residência permanente com vista à sua
naturalização", ordenou o delegado americano.
A Resolução 194 da Assembleia Geral das Nações Unidas foi adoptada em 11 de
Dezembro de 1948. O artigo 11º da resolução reconhece "o direito de
regresso dos refugiados palestinianos".
O argumento americano visa, de facto, tornar obsoleta uma das principais
reivindicações dos palestinianos, "o direito de regressar à
Palestina", permitindo, ao mesmo tempo, que os sunitas libaneses, que são
quase todos palestinianos de confissão sunita, beneficiem de um reforço
demográfico em relação aos xiitas, a maior comunidade do Líbano em termos
numéricos.
Mas esse contributo sunita poderia, por sua vez, reduzir a presença cristã
no Líbano, em particular dos maronitas, e levantar a questão da distribuição do
poder neste país regido pelo sistema confessional.
Perante tal perspectiva, é de temer que os cristãos do mundo árabe paguem
mais uma vez o preço dos malabarismos ocidentais e apareçam mais uma vez como
alvo da torpeza dos seus pretensos protectores.
Neste link, os efeitos negativos da política ocidental sobre os cristãos
árabes
§ https://www.renenaba.com/france-vatican-les-deux-francois-et-la-chretiente-d-orient/
A evolução do conflito sírio, nomeadamente a destruição do grande campo
palestiniano de Yarmouk, nos arredores de Damasco, dificultou a execução deste
plano de erradicação da presença de refugiados palestinianos nos países
limítrofes de Israel, ao mesmo tempo que a presença crescente de forças hostis
à hegemonia israelo-americana na região dinamizou a luta armada palestiniana,
tanto em Gaza como na Cisjordânia, levando os americanos a acelerar a execução
do seu projecto.
4- A visita do Comandante-em-Chefe do Centcom, General Joseph L. Votel ao
perímetro do campo de Ain el Helwé.
Em extractos do relatório "Top Secret" publicado pelo "Al
Akhbar", a embaixada árabe afirma o seguinte: "Os americanos
preparam-se há algum tempo para erradicar o campo de Ain el Helwé. Para o
efeito, foram enviados oficiais americanos para o Líbano.
"Os repetidos confrontos entre a Fatah, o principal movimento da OLP,
e grupos motivados por ideologias extremistas não são alheios às acções dos
militares americanos que se deslocaram para a zona acima do campo no maior
secretismo.
"Em 2018, três delegações do CENTCOM visitaram a área, incluindo uma
delegação liderada pelo General Joseph L. Votel, Comandante-em-Chefe do CENTCOM
(2016-2018) em pessoa. A visita do General Votel foi precedida pela do seu
adjunto, o General Charles Brown, em Setembro de 2017.
A- Comando militar
libanês surpreendido com o pedido dos EUA
O comandante-em-chefe do exército libanês manifestou a sua surpresa ao
receber o pedido americano, considerando que uma visita de reconhecimento a um
campo palestiniano não deveria ser uma prioridade para o comandante-em-chefe do
CENTCOM, mas sim da competência de um dos seus subordinados hierárquicos.
No final, a hierarquia militar libanesa concordou com os pedidos americanos
e os serviços de informação do exército libanês forneceram os pormenores
solicitados pelos seus homólogos americanos.
B- Pedidos de
esclarecimento americanos sobre o campo de Ain El Helwé.
Entre as numerosas questões colocadas pelos americanos, contam-se as
seguintes:
A localização geográfica do campo, a identidade política dos grupos
palestinianos presentes no campo e o número e implantação dos seus combatentes.
Os americanos concentraram-se em particular no grupo Ansarallah, liderado por
Jamal Sleimane, e noutros grupos islamistas.
O número de refugiados palestinianos vindos da Síria
As medidas adoptadas pelo exército libanês em torno do campo.
A evolução dos trabalhos de construção de um muro de segurança em torno do
campo.
C- A construção de um
muro de segurança de 9 metros em redor do campo de Ain el Helwé.
Nesta ocasião, os oficiais americanos inspeccionaram o progresso da
construção de um muro de segurança de 6 metros em torno do campo palestiniano.
O muro é encimado por torres de vigia, elevando a altura total do muro para 9
metros.
Invulgarmente, os americanos instruíram os funcionários libaneses a
recomendarem às organizações palestinianas presentes no campo que se
abstivessem de se referir a este muro de segurança como uma "cerca de
segurança", propondo o termo mais anódino de "cerca de protecção",
sem dúvida para evitar que a opinião pública equiparasse tal cerca ao
"muro do apartheid israelita", construído em 2002 com uma altura de 9
metros, e que separa Israel da Cisjordânia.
Em Setembro de 2018, durante uma nova visita ao Líbano de uma delegação do
CENTCOM, os oficiais americanos pediram aos seus colegas libaneses que
alargassem o perímetro do campo, acrescentando-lhe os pomares adjacentes. Esta
zona foi utilizada como campo de treino pelo grupo islamita "Isbat Al
Ansar" ("Liga dos Partidários").
O Isbat Al Ansar foi acusado de ter efectuado execuções extra-judiciais,
incluindo a liquidação de quatro magistrados libaneses à porta do tribunal de
Saida.
Em 26 de Setembro de 2023, os tribunais militares libaneses condenaram Imad
Yassine, chefe do Daech em Ain el Helwé e antigo membro do Esbat Al Ansar, a
160 anos de prisão por ter planeado o assassínio de Walid Joumblatt, dirigente
libanês do Daech. Walid Joumblatt, dirigente do Partido Socialista Progressista
Druso, bem como a dinamitação das centrais eléctricas de Jiyeh (sul do Líbano)
e de Dekwaneh (norte de Beirute), numa operação destinada a desestabilizar o
Líbano com o objectivo de atiçar o fogo de uma nova guerra sectária.
Desde esta detenção, as relações entre o exército libanês e o Esbat Al
Ansar evoluíram de forma mais positiva, uma vez que este grupo ultra-radical
tem tido o cuidado de evitar as explosões de grupos islamistas mais pequenos.
Elo intermediário entre a NATO (Atlântico) e a NATO (Ásia-Pacífico), o
United States Central Command ou CENTCOM (literalmente "Comando Central
dos Estados Unidos") é um dos onze "Comandos Combatentes
Unificados" ligados ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos desde 1
de janeiro de 1983. É responsável pelas operações militares dos EUA no Médio
Oriente, na Ásia Central e no Sul da Ásia.
Ao contrário de outros Comandos Combatentes Unificados, o quartel-general
do CENTCOM não está localizado na sua área de operações. Está localizado na
Base da Força Aérea de Macdill em Tampa, Florida, embora um quartel-general
avançado para um máximo de 10.000 pessoas esteja localizado na Base Aérea de Al
Udeid no Qatar desde 2003.
Entre os principais líderes do CENTCOM contam-se o General Norman Schwarzkopf, o General David Petraeus, o General Tommy Franks, o General Anthony Zinni, o Almirante William Fallon, o General John Abizaid e o General Lloyd Austin, Secretário da Defesa na administração democrata de Joe Biden.
C- Visita de Majed Farah ao Líbano em julho de 2023
Majed Farah, chefe dos serviços de informação da Autoridade Palestiniana, visitou o Líbano em Julho de 2023, após o que eclodiram violentos combates no campo de Ain el Helwé. O facto de a visita do chefe dos serviços secretos palestinianos ao Líbano ter coincidido com o início das hostilidades inter-palestinianas em Ain el Helwé deu credibilidade à ideia de uma possível coordenação entre a Autoridade Palestiniana e os americanos para facilitar a destruição do campo.
Referindo-se a fontes dos serviços de segurança, pergunta-se se "um Estado árabe, em concertação com os Estados Unidos, encorajou o regresso de jihadistas da Síria para qualificar o campo de Ain El Helwé como "reduto terrorista".
Ao mesmo tempo que o muro era construído, foram concedidas facilidades aos habitantes palestinianos do campo para os encorajar a emigrar para a Europa, nomeadamente para os países escandinavos.
O relatório considera que a construção do muro tem os seguintes objectivos:
§ Isolar o campo dos seus arredores, a fim de confinar a violência ao perímetro do campo e evitar que se alastre para Saida.
§ dificultar o acesso dos grupos terroristas ao campo. Os americanos aproveitaram a ocasião para salientar que estavam na posse de informações segundo as quais o campo abrigava 580 terroristas provenientes da Síria, incluindo sauditas, palestinianos, sírios e libaneses.
Os americanos tiveram o cuidado de esconder os verdadeiros objectivos do cerco ao campo de Ain El Helwé. Nomeadamente: impor uma situação de facto ao Líbano para o obrigar a integrar uma fracção da população palestiniana e retirar os restantes do Líbano, quer para a América Latina, quer para os países escandinavos.
Por último, o relatório diplomático árabe faz eco dos receios dos serviços de segurança libaneses quanto a um recrudescimento da violência no campo, "por iniciativa dos países árabes e dos Estados Unidos, com o objectivo de agravar a situação dos refugiados palestinianos e de os forçar ao exílio". Uma operação levada a cabo em concertação com Israel", conclui o relatório.
Para o orador árabe, em anexo está o relatório publicado pelo Al
Akhbar
Para que conste, o Qatar, patrocinador da confraria dos Irmãos Muçulmanos,
foi o líder da coligação islamo-ocidental na primeira fase da guerra da Síria
(2011-2014), conseguindo a proeza de desviar o Hamas, o ramo palestiniano dos
Irmãos Muçulmanos, da sua aliança com a Síria, oferecendo hospitalidade a
Khaled Mecha'al, líder político do movimento islamista palestiniano.
Desde a destituição do emir Hamad Ben Khalifa al Thani e a sua substituição
pelo seu filho, Tamim, o Qatar tornou-se a engrenagem da diplomacia americana
na região, organizando uma ponte aérea para evacuar os cidadãos ocidentais de
Cabul, quando esta caiu nas mãos dos talibãs, a 12 de Agosto de 2021,
oferecendo depois os seus bons ofícios entre o Irão e os Estados Unidos para
trocar prisioneiros americanos pela libertação de bens iranianos pelos
americanos.
Para ir mais longe neste facto, veja este link:
§ https://www.renenaba.com/la-fin-sans-gloire-du-deus-ex-machina-de-la-revolution-arabe/
bem como as outras revelações do jornal Al Akhbar
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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