sexta-feira, 28 de junho de 2024

A "linha de defesa da UE" é o mais recente eufemismo para a nova Cortina de Ferro (Korybko)


Junho 28, 2024  Robert Bibeau  

Por Andrew KorybkoSobre a "Linha de Defesa da UE" é o mais recente eufemismo para a nova cortina de ferro (substack.com)

O objetivo de renomear o que foi inicialmente concebido como "linha de defesa do Báltico" é impor este "projecto" como um projecto pan-europeu inclusivo que é suposto ser construído para o "bem maior" dos cidadãos do bloco imperial ocidental, em preparação para a guerra que se avizinha.

A Polónia e os Estados Bálticos acabam de se candidatar a um financiamento da UE para financiar aquilo a que chamam agora "Linha de Defesa da UE", que é, na verdade, apenas a última mudança de nome da "Linha de Defesa do Báltico" de Janeiro, que foi depois renomeada "Escudo do Báltico" antes da sua última iteracção. Foi durante a segunda fase conceptual deste projecto que se associou à Polónia e lançou as bases para uma iniciativa conjunta "Shield" (Escudo). Eis cinco informações de base para os leitores que não acompanharam de perto este projecto:


* 22 de Janeiro: "A 'linha de defesa do Báltico' destina-se a acelerar o 'Schengen militar' liderado pela Alemanha »

13 de Maio: "O reforço das fortificações fronteiriças na Polónia nada tem a ver com a percepção legítima da ameaça »

* 25 de Maio: "Está a ser construída uma nova cortina de ferro do Ártico para a Europa Central »

* 2 de Junho: "A Polônia pode defender-se contra a invasão de imigrantes ilegais sem escalar as tensões com a Rússia »

* 7 de Junho: "A cimeira da NATO do próximo mês poderá ver a maioria dos membros aderir ao 'Schengen militar' »


Em resumo, os EUA prevêem que a Alemanha use o "Schengen militar" para acelerar a construção da "Fortaleza Europa", que permitirá à Alemanha conter a Rússia a pedido dos EUA, enquanto os EUA "se viram para a Ásia" para conter a China. As duas análises anteriores desenvolvem o conceito de "Fortaleza Europa" para aqueles que desejam saber mais sobre o assunto. Este projecto visa essencialmente restaurar a trajectória de superpotência há muito perdida da Alemanha com o apoio dos EUA.

A sua relevância para a "linha de defesa da UE" é que o financiamento (pelo menos parcial) do bloco liderado pela Alemanha é susceptível de servir de pretexto para o envolvimento directo da Alemanha na sua construção, especialmente se a Letónia e a Estónia aderirem ao «Schengen militaire» na próxima cimeira da Otan, como previa uma das análises citadas anteriormente. O pedido da Polónia de ajuda da polícia alemã para ajudar a proteger a fronteira do bloco com a Bielorrússia também torna mais fácil que Berlim desempenhe um papel de liderança na construção da "linha de defesa da UE".

Uma das outras análises mencionadas anteriormente relacionava-se com a nova Cortina de Ferro que desceria pela UE desde o Ártico até à Europa Central, com as suas extremidades mais setentrionais a remeterem para o cenário da adesão da Finlândia ao que foi agora rebaptizado de "Linha de Defesa da UE". Neste caso, seria construída uma moderna Linha Maginot ao longo da fronteira UE-NATO-Rússia, mas desta vez com a Alemanha a liderar a sua construção (e com o total apoio dos Estados Unidos) em vez da França.

O objetivo de renomear o que foi inicialmente concebido como a "linha de defesa do Báltico" é lançar este projecto como um projecto pan-europeu inclusivo que deve ser construído para o "bem maior" dos cidadãos do bloco. Esta noção destina-se a justificar o financiamento da UE, uma vez que a Polónia e os Estados bálticos não querem pagar sozinhos a factura (e provavelmente não podem pagar), ao mesmo tempo que reforçam a falsa percepção de uma chamada "ameaça russa" destinada a reunir os povos do bloco em torno desta causa comum... desta "comum" guerra mundial.


Dada a sobreposição de interesses militares, políticos e estratégicos em jogo, deve, por conseguinte, ser dado como certo que a "linha de defesa da UE" será provavelmente construída e funcionará depois como a nova Cortina de Ferro. Simbolizará a nova Guerra Fria para a próxima geração e assegurará que as tensões entre a NATO e a Rússia continuem a ser o "novo normal". Nenhuma normalização entre estas duas será possível após a construção destas fortificações, mas é precisamente isso que os Estados Unidos querem para as dividir e governar indefinidamente... para impossibilitar a aproximação entre a Alemanha e a Rússia.

 

Fonte: La «ligne de défense de l’UE» est le dernier euphémisme pour désigner le nouveau rideau de fer (Korybko) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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