16 de Junho de 2024 ROBERT GIL
Pesquisa liderada por Robert Gil
Eleger a Arábia Saudita para o Conselho dos Direitos Humanos é como nomear um pedófilo para director da escola. Mas está feito. Esta monarquia é esclavagista e corrupta. Imodesta e obscena, prostra-se perante o deus-dólar e vomita tudo o que não seja wahhabita. Difunde uma ideologia estúpida e sectária à escala mundial. Invoca o Criador em cada transferência bancária, mas degola como quem faz um churrasco. O único problema é que ela tem muitos amigos. E eles acham que ela tem um excelente pedigree para ser encarregada da promoção dos direitos humanos. Mas atenção, já escapámos ao pior. Quase lhe confiaram os direitos das mulheres.
Assim, aqui temos a Arábia Saudita, com a nossa bênção, a apoiar os direitos humanos como uma corda apoia um homem enforcado. Porque o Ocidente votou em uníssono na candidatura de Riade. Com a benevolência dos comerciantes de armas preocupados com a reputação do cliente, aspergiram água benta sobre esta fossa. Vistos de Paris, os dez mil milhões em contratos de armamento valem bem esta pequena farsa, que será esquecida em 48 horas. Vendemos-lhes armas, distribuímos medalhas, vendemos a honra nacional. Já agora, podemos permitir-lhes desfilar neste Conselho, que não serve para nada. Porque eles querem!
É claro que se pode recear que a ONU perca alguma da sua credibilidade. Será que a organização internacional vai recuperar? Na realidade, não há qualquer risco. A ONU é uma esponja profissional. Não é alheia a paradoxos. Tenta dar uma aparência de realidade a esta ficção que é a comunidade internacional, mas ninguém se deixa enganar. O Conselho dos Direitos do Homem tem uma missão sublime, mas este órgão da ONU tornou-se a "empregada polivalente" dos plutocratas. A arena internacional é um campo de forças onde se fazem e desfazem alianças. Rica como é, a monarquia wahhabita dispõe de meios de persuasão de que o Burkina Faso não dispõe.
O facto de esta eleição para o CDHNU (28 de Outubro) ter tido lugar três semanas após o massacre perpetrado em Sana'a pela força aérea saudita (8 de Outubro) não é desprovido de sal. Que símbolo! A entrada no Conselho dos Direitos do Homem, com grande pompa e cerimónia, é um bónus para o assassino. Felizmente, evitámos o Prémio Nobel para Laurent Fabius, o apologista alcoólico dos psicopatas da Al-Nosra. Quase o ganhámos para os Capacetes Brancos "auto-reversivos", maqueiros de dia e torturadores de noite. Mas foi mais forte do que tudo o resto. Não podíamos evitar a eleição de chefes de família sauditas para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
Acima de tudo, devíamos ter perguntado ao povo iemenita o que pensava. Estão a ser bombardeados todos os dias, matando 10.000 pessoas e provocando uma crise humanitária sem precedentes. Mas não perguntámos ao povo árabe martirizado a sua opinião antes de enfiarmos o rabo deste novo hamster na lapela do casaco wahhabita. Afinal de contas, os direitos humanos servem para justificar os bombardeamentos, não para os proibir. A menos que sejam russos. E mesmo quando não há bombardeamentos! Explicação.
Como por acaso, dois dias antes da votação da ONU, uma escola foi atacada em Idlib (Síria). De acordo com a ONU, morreram 28 pessoas, incluindo 22 crianças. A ONU não acusou ninguém, por falta de provas. Mas as agências de propaganda e os media ocidentais acusaram a Rússia. Negando qualquer envolvimento, o Ministério da Defesa russo apresentou provas de que não tinha havido bombardeamento aéreo. Não importa! O que interessa é que Moscovo foi alvo de um escândalo antes da eleição dos membros do Conselho dos Direitos do Homem. Resultado: a Rússia recebeu menos votos do que a Croácia. Ao contrário da Arábia Saudita, a Rússia deixou de ser membro do CDHNU. Missão cumprida.
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/235436
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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