Por Robert Bibeau.
Os “europeus” foram “abandonados aos partidos políticos populistas”.
Quem são estes
“europeus abandonados” a que se refere o artigo do grupo de reflexão Fondapol ????Https://www.fondapol.org/etude/les-europeens-abandonnes-au-populisme/
Estes europeus foram abandonados por quem e por que razão foram
«abandonados»?
Nos países europeus, a actividade política é levada a cabo pelo grande
capital multinacional, o único que dispõe dos meios para financiar esta
actividade lucrativa para aqueles que sabem como subir aos lugares do poder
governamental. Esta actividade política assume a forma de partidos políticos
burgueses (esquerda e direita), cada um representando uma facção particular da
classe dominante (isto é, a alta, média e baixa burguesia), o braço executivo
local, nacional e mundial do Grande Capital, que controla toda a cena política
em França, no Canadá e no resto do mundo.
Uma eleição como as eleições europeias de 9 de Junho não passa de um concurso de popularidade (um pouco como a Eurovisão para os fantoches políticos) em que os diferentes polichinelos burgueses - mascotes - artistas - equilibristas e acrobatas mostram aos seus patrões (os multimilionários e outros accionistas corporativos) a força das suas respectivas facções.
A consequência desta actividade política será que as diferentes facções capitalistas, a lutar pelo controlo do poder do Estado, exigirão, na sequência dos resultados das urnas, uma nova distribuição de subsídios, sinecuras governamentais, orçamentos e programas de Estado, de acordo com o grau de “popularidade” - de mistificação programática - obtido durante a mascarada eleitoral.
Em França, por exemplo, os “populistas macronistas burgueses” apenas terão direito a 14% do financiamento estatal, enquanto os populistas anti-populares do Rassemblement National terão direito a 35% ou mais do financiamento estatal de todas as fontes. O mesmo se aplica a todos os partidos políticos europeus e facções burguesas que participaram neste espetáculo eleitoral de má qualidade.
Macron, esse mau perdedor, esse mau carácter, questiona os resultados das eleições europeias e exige uma ronda de vingança para que a facção do capital que representa possa agarrar-se ao poder político e financeiro. Acredita que as outras facções burguesas, apanhadas desprevenidas, não terão tempo de mobilizar a sua força eleitoral e que ele lhes roubará assim a vitória nas eleições europeias.
Evidentemente, o proletariado francês não tem nada a ver com estas manobras eleitorais - europeias ou nacionais. Para nós, uma eleição é uma mascarada dispendiosa em que diferentes facções do capital competem pelo poder e pelos créditos do Estado. Cada partido político e cada seita farão promessas e tentarão fazer-nos aprovar as políticas de austeridade concebidas para salvaguardar esta civilização capitalista destroçada. https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/06/eleicoes-armadilha-para-tolos-eleicao.html
Os “europeus” não foram “abandonados” aos partidos “populistas” de esquerda ou de direita. O grande capital europeu, cada vez mais desconfiado dos seus lacaios habituais, está agora a voltar-se para as facções social-fascistas de direita em vez das facções social-fascistas de esquerda para governar os seus executivos estatais nacionais. O que os macronistas aprenderão em Julho.
Para nós, proletários, compreendemos o que está em jogo nestes jogos eleitorais e estamos a preparar-nos para a mudança de paradigma.
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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