RENÉ NABA — Este texto é publicado em parceria com a www.madaniya.info.
John Nixon é analista da CIA e o primeiro americano a identificar e interrogar Saddam Hussein após a sua captura em 2003.
1- A ignorância crassa dos líderes ocidentais em relação ao mundo árabe.
A- George w Bush Jr., "sunitas, xiitas???, mas eu acreditava que todos
os iraquianos eram muçulmanos".
No final de uma apresentação sobre o Iraque, em que o perito americano se encarregou de explicar as subtilezas das filiações sunitas e xiitas, George W. Bush Jr., que acabara de ordenar a invasão do Iraque em 2003, passando por cima do Conselho de Segurança das Nações Unidas, exclamou para a sua audiência atónita: "Sunitas, xiitas???, mas eu pensava que todos os iraquianos eram muçulmanos".
George W. Bush Jr. - um cristão novo, ou seja, uma pessoa "regenerada" que acredita ter sofrido uma regeneração espiritual pelo Espírito Santo como resultado do seu arrependimento e reconciliação com Deus - simplesmente ignorou o facto de sunitas e xiitas serem de facto muçulmanos, referindo-se ao mesmo profeta e guiados pelas prescrições do seu mesmo livro sagrado, o Corão.
Outro exemplo da ignorância americana: quando Saddam Hussein foi detido, o soldado americano que prendeu o antigo presidente iraquiano deu-lhe uma bofetada na cara com o comentário: "É pelo 11 de Setembro", em referência ao ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001 contra os símbolos da hiperpotência americana, cometido por um comando composto por 15 terroristas sauditas entre os 19 membros.
O Iraque, neste caso, era o dano colateral de um jogo de bilhar a três, decidido pelos Estados Unidos para punir o Iraque como substituto da Arábia Saudita, sob a bandeira da "democracia de carbono". Mas a propaganda anglo-americana foi tão intensa que provocou uma lavagem ao cérebro de uma grande parte da população ocidental.
A ignorância não é exclusiva dos americanos. A França ocupa um lugar especial neste domínio (1).
As revelações sobre a ignorância do 43º Presidente dos Estados Unidos constam de um livro intitulado "The debriefing of the président - the interrogation of Saddam Hussein" de John Nixon, analista da CIA e o primeiro americano a identificar e interrogar Saddam Hussein após a sua captura em 2003.
§ https://www.amazon.fr/Debriefing-President-Interrogation-Saddam-Hussein/dp/0593077776
O cientista político libanês-americano Assad Abou Khalil, professor da
California State University, analisou o assunto no jornal libanês Al Akhbar,
datado de 26 de Agosto de 2023, que pode ser consultado pelo falante de língua
árabe no link a seguir.
No entanto, é de notar que John Nixon, que se apresenta como um perito do
Médio Oriente, não fala árabe e não domina nenhuma das outras línguas da região
(turco, farsi, etc.). Durante o interrogatório de Saddam Hussein, as
declarações do antigo presidente iraquiano foram-lhe transmitidas através de um
intérprete. Nixon é, de facto, um especialista em Coreia do Norte e, por
extensão, no Iraque, dois dos países-alvo dos Estados Unidos, o que explica a
sua presença no interrogatório do antigo presidente iraquiano.
2- A personalidade de Saddam Hussein
Saddam Hussein tinha uma personalidade única no Médio Oriente. A sua ferocidade não tinha paralelo entre os
tiranos árabes contemporâneos e sofria também de um narcisismo exacerbado que o
levava a recusar ser comparado com outros líderes árabes do seu tempo.
Saddam Hussein nunca alimentou a ambição de suceder a Gamal Abdel Nasser, o
líder carismático da luta de libertação árabe, considerando-se mais competente
do que o Presidente egípcio, o arquitecto da primeira nacionalização bem
sucedida no Terceiro Mundo, a nacionalização do Canal do Suez, em 1956.
Saddam Hussein subiu ao poder com uma audácia notável, nunca hesitando em
usar a violência quando necessário. Afirmava que conseguia detectar num relance
a mais pequena traição de um colaborador e agir imediatamente.
A personalidade de Saddam Hussein continua a ser objecto de debate. A parte da população iraquiana que beneficiou
da destruição do regime baathista, principalmente os xiitas, continua a
sublinhar os aspectos negativos da sua personalidade, a violência, a repressão,
a arbitrariedade e a tortura, ocultando assim as consequências catastróficas da
invasão americana do Iraque, cujo balanço de mortes em dez anos (2003-2013) é
infinitamente superior ao do reinado de 33 anos de Saddam Hussein (1970-2003).
A outra parte da população, os sunitas, por outro lado, engrandece o papel do
arquitecto da nacionalização do IPC (Iraq Petroleum Cy), o fundo petrolífero
britânico que governou efectivamente o Iraque até ao advento do regime baasista
em 1968.
Na sua dupla qualidade de Vice-Presidente da República e de Presidente do
Conselho Supremo para a Informação e Cultura, Saddam Hussein teve o cuidado de
desenvolver uma forma de culto da personalidade a seu favor a partir de 1979,
utilizando os petrodólares para assegurar a fidelidade de escritores e
intelectuais do mundo árabe e ocidental.
Por exemplo, o jornalista libanês Fouad Matar, colunista do diário de
Beirute "An Nahar", elogiou infinitamente mais Saddam Hussein ao
longo da sua longa carreira jornalística do que escreveu artigos lisonjeiros
sobre todos os governantes petro-monárquicos.
Qualquer pessoa a quem fosse concedida uma entrevista com Saddam Hussein
tinha direito, como prémio, a um Mercedes novo e a uma soma de 100.000 dólares.
A imprensa do Golfo contribuiu para a glorificação de Saddam Hussein,
nomeadamente durante a guerra Iraque-Irão (1980-1988).
Mas, ao desencadear uma guerra em duas frentes contra os seus vizinhos,
primeiro o Irão (1980-1988), depois o Kuwait (1990), Saddam Hussein forneceu o
pretexto para uma intervenção militar maciça americana - e ocidental - contra o
Iraque: primeiro, para o expulsar do Kuwait (1991); depois, para invadir o
Iraque e explorar as suas reservas energéticas (2003). Isto levou à instalação
de bases militares americanas nas petro-monarquias, um prelúdio para a orquestração
da chamada sequência da "Primavera Árabe" no Outono de 2011,
amplificando as guerras internas no mundo árabe.
O Irão, e não Israel, o objectivo prioritário de Saddam Hussein.
Contrariamente ao que afirma a imprensa do Golfo, Saddam Hussein não estava
muito preocupado com a Palestina. Chegou mesmo a torpedear o funcionamento da
"Frente de Recusa" árabe, por ocasião da visita do Presidente egípcio
Anwar Al Sadat a Jerusalém, em 1979. Constituída pela Síria, a Líbia, a Argélia
e o Iraque, esta frente opunha-se à normalização das relações israelo-árabes na
ausência de uma solução para a questão palestiniana.
Durante o mandato do Presidente Ronald Reagan (1980-1988), Saddam Hussein
enviou Nizar Hamdoune, Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, aos
Estados Unidos para estabelecer relações com o lobby pró-israelita. Os jantares
de Nizar Hamdoune eram frequentados por personalidades como Jeanne Kirkpatrick,
representante dos EUA nas Nações Unidas (1981-1985) e Stephen Soulzar, membro
do Congresso dos EUA e membro influente do lobby pró-Israel.
Saddam recompensou Nizar Hamdoun pelo seu activismo junto do lobby
pró-Israel nos Estados Unidos, concedendo-lhe vários benefícios materiais.
Com base nos escritos de especialistas baathistas como Naji Al Hadithi e
Nizar al Khazarji, Saddam Hussein considerava o Irão, e não Israel, o principal
inimigo do Iraque.
Saddam Hussein partilhava a opinião de Mahmoud Abbas, presidente da
Autoridade Palestiniana, segundo a qual não se devia, em caso algum, empreender
uma acção hostil porque o desenvolvimento político do Estado hebreu garantiria
o seu desaparecimento. Mahmoud Abbas apostava no factor demográfico. Saddam
Hussein apostava no poderio militar iraquiano, que acreditava vir a ultrapassar
o de Israel aos olhos do Ocidente.
A este respeito, é digno de nota a fúria destrutiva demonstrada pelo Iraque
na sua guerra contra o Irão (1979-1989), tanto em termos de armas convencionais
como químicas, em comparação com os irrisórios lançamentos balísticos dirigidos
contra Israel em 1991, durante a 1ª Guerra do Golfo.
Saddam Hussein admitiu mais tarde que os mísseis disparados contra Israel
tinham de facto como objectivo pressionar os Estados Unidos e não por razões
estratégicas contra o Estado hebreu.
John Nixon, o autor do livro que é objecto desta recensão, demonstra um
grave desconhecimento dos problemas do Médio Oriente. Um conhecimento risível a
este respeito.
John Nixon considerou, por exemplo, que os irmãos de Saddam Hussein (5
membros, 3 homens e duas mulheres - Barzan, Watban, Sabawi, bem como Nawal
Ibrahim al Hassam e Siham Hussein) eram comparáveis, no seu comportamento e
funcionamento, aos irmãos Marx (Groucho, Harpo e Zippo), um trio de comediantes
americanos do início do século XX.
John Nixon ridicularizou os comentários de Saddam Hussein. Era do
conhecimento geral que nenhum líder americano toleraria um Estado árabe forte
com um governo independente.
John Nixon estava aborrecido com o conhecimento que o governo americano
tinha do Iraque, tanto no que se refere aos sósias do Presidente iraquiano, que
se revelaram uma farsa, como no facto de os americanos se terem deixado
intoxicar pela sua própria propaganda, como no facto de Saddam Hussein ter sido
maltratado em criança pelo seu tio, que, no entanto, estimava, ou, finalmente,
no facto de o prisioneiro ter deixado de comer carne e de fumar (página 40 do
livro).
Saddam riu-se à gargalhada com a afirmação do seu interrogador.
Presidente "Bashir Al Assad"
Durante o interrogatório, John Nixon referiu-se ao Presidente sírio Bashar
Al Assad como "Bashir Al Assad".
Uma grande parte do livro foi censurada, com faixas negras a cobrir muitas
páginas que estão escondidas da vista do leitor.
Saddam Hussein mostrou-se muito irritado quando o agente da CIA falou da
sua vida privada, nomeadamente quando foi questionado sobre as suas relações
com as suas mulheres Sajida Talfah (1963-2006) e Nidal Hamadani (1990-2006) e
com a sua companheira, Samira Chahbandar. Assuntos que nada tinham a ver com a
política do famoso prisioneiro, mas que visavam simplesmente desestabilizá-lo.
Que pessoa no mundo toleraria que o interrogassem sem qualquer motivo sobre a
sua vida privada, nomeadamente sobre a sua vida amorosa e até sexual?
"Saddam é o homem mais desconfiado que já conheci (página 30)",
escreve John Nixon. Como poderia ele não suspeitar de um investigador da CIA
cujo país invadiu ilegalmente o seu país?
Tortura na prisão de
Abu Ghraib, no Iraque
John Nixon levantou a questão da tortura infligida a prisioneiros
iraquianos sob o regime de Saddam Hussein na prisão de Abu Ghraib, sem
mencionar a tortura idêntica infligida pelos americanos na mesma prisão.
Para ir mais longe neste tema:
Fazendo um exercício de sinergologia, disciplina que descodifica os gestos
de um corpo, John Nixon afirma que Saddam Hussein estremecia a cada menção do
nome Kuwait, que o Iraque invadiu em Agosto de 1990, em represália pela decisão
do principado rico em petróleo recusar o aumento do preço do crude para
compensar as despesas incorridas pelo Iraque na sua guerra contra o Irão
(1979-1989), em substituição das petromonarquias.
John Nixon afirma que Saddam Hussein só mostrava emoção e atenção quando se
falava das suas filhas (Raghad, Rania e Hala). Admite também ter tido um
terceiro filho com a sua companheira Samira Chahbandar, chamado ALI.
Adnane Khairallah
Talfah
O investigador americano considera que Saddam Hussein eliminou Adnane
Khairallah Talfah, primo do Presidente iraquiano e Ministro da Defesa.
Saddam Hussein afirmou que a sua relação com o primo era "forte".
"Foi forte durante toda a sua vida e as minhas dificuldades começaram com
a sua morte acidental", respondeu.
Adnane Khairallah Talfah (1940-1989), que morreu num acidente de avião
causado pelo mau tempo, era muito querido pelos oficiais e pelas tropas. É
considerado o pai da modernização do exército iraquiano. A sua irmã mais velha,
Sajida Talfah, foi a primeira mulher de Saddam Hussein.
Nasser, o único dirigente árabe a cair nas boas graças de Saddam Hussein.
"Nasser era um bom homem, mas não viveu para levar o seu projecto até ao
fim. Apressou-se a concluir acordos com os seus inimigos que não cumpriram os
seus compromissos", disse o iraquiano sobre o presidente egípcio.
Saddam considerava que todos os outros dirigentes árabes eram menos capazes
do que ele e não tinham nem a sua inteligência nem a sua astúcia, observou o
investigador americano.
Referindo-se ao livro "A República do Medo", do escritor
iraquiano Kannan Makkiya, John Nixon afirma que Saddam Hussein governava pelo
medo que inspirava.
Para que conste, e que o responsável da CIA parece ignorar, Saddam Hussein,
no início do seu mandato, rodeou-se de intelectuais, académicos e jornalistas.
Nem tudo era objecto de medo. Tinha posto em marcha um ambicioso plano de
desenvolvimento económico e os conflitos do Ba'ath com os seus inimigos tinham
reduzido a oposição ao seu regime.
A admiração de Saddam
Hussein por Hitler? Propaganda americana para o desacreditar
John Nixon nega categoricamente que Saddam Hussein seja um admirador de
Hitler e admite que a propagação desta ideia fazia parte de uma acção política,
uma operação psicológica, dos Estados Unidos para desacreditar o presidente
iraquiano (página 60).George Bush: Moqtada Sadr, um bandido que tinha de ser
morto
Saddam Hussein estava chocado com a ignorância americana sobre os assuntos
do Médio Oriente, e sobre o Iraque em particular, e o presidente iraquiano
estava ainda mais chocado com essa ignorância devido aos importantes recursos
financeiros e materiais mobilizados pelos Estados Unidos.
Mas Saddam Hussein, por sua vez, demonstrou a sua ignorância em relação aos
assuntos ocidentais, na medida em que não avaliou plenamente a sua decisão de
invadir o Kuwait e as suas consequências. Foi uma decisão estritamente pessoal.
Ao relatar as suas numerosas reuniões de informação com George Bush Jr.,
John Nixon não escondeu o seu desprezo pelo presidente americano, cujo nível de
conhecimentos, escreveu o oficial da CIA, era mais ou menos igual ao de um
estudante universitário do primeiro ano.
Nas suas conversas com o oficial da CIA, o Presidente americano brincava
por vezes com a presença de armas de destruição maciça no Iraque, um assunto
muito sério, que no entanto serviu de justificação para a invasão americana do
Iraque em 2003.
Mas o cúmulo da ignorância foi atingido com a apreciação de George Bush Jr.
sobre Moqtada Sadr, o dignitário religioso xiita iraquiano.
"Moqtada Sadr é um bandido, sem importância, que deve ser morto",
disse o lapidário Bush sobre o dignitário xiita, que obrigou o exército
americano a recuar durante a batalha pela ocupação dos locais sagrados de
Najaf, em Julho de 2004.
Para ir mais longe neste tema:
https://www.renenaba.com/moqtada-sadr-un-scalp-ideal-pour-george-bush-en-fin-de-mandat/
Sobre a captura de Saddam Hussein:
§ https://www.madaniya.info/2016/12/20/le-quiproquo-a-propos-du-delateur-de-saddam-hussein/
.
REFERÊNCIAS
1- A ignorância da elite francesa
A sequência da "Primavera Árabe" ainda está viva na memória dos franceses, onde a única justificação para o fracasso da França em lidar com o colapso dos seus principais aliados no flanco sul do Mediterrâneo - Zine el Abidine Ben Ali, da Tunísia, e Hosni Mubarak, do Egipto - foi um argumento angustiantemente pobre: "Ninguém previu isto".
Ninguém estava à espera disto. Ninguém estava à espera. Absolutamente ninguém. Este slogan, retomado em coro por todos os intelectuais dos media, em todas as variações das redes terrestres e digitais, foi utilizado para justificar a cegueira política ocidental durante a "Primavera Árabe" do Inverno de 2011.
Ninguém a previu, apesar das catorze tentativas de assassinato do presidente egípcio Hosni Mubarak durante os seus 32 anos de poder, apesar dos dois mil e noventa (2090) motins contados em todo o mundo em três anos (2008-2011), incluindo várias centenas no Egipto e na Tunísia, os primeiros motins da mundialização, o terreno fértil para a revolta dos povos árabes no Inverno de 2011.
Como que paralisada pela sua nostalgia de grandeza, a França consagrou a maior parte da sua energia intelectual, neste período de mudança, não tanto a um estudo discursivo do seu novo ambiente internacional, mas a uma acção de rectaguarda contra os seus veteranos.
Ninguém se apercebeu, porque ninguém o quis fazer. O Ocidente não se apercebe do seu ambiente. Concebe-o. Com a ajuda de pressupostos ideológicos, de prismas deformadores, da herança de cinco séculos de domínio absoluto sobre o resto do planeta, do seu papel prescritivo e do monopólio da narrativa mediática.
Aliás, Nicolas Sarkozy, ministro do Interior e candidato à presidência da República Francesa, revelou a extensão da sua ignorância durante uma entrevista a uma rádio francesa em 2007.
Convidado a participar na RMC na segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007, Nicolas Sarkozy foi testado sobre os seus conhecimentos em matéria de terrorismo internacional. O jornalista da RMC, Jean-Jacques Bourdin, perguntou-lhe se os combatentes da Al-Qaeda eram sunitas ou xiitas. "É impossível responder a isso (...) porque a Al-Qaeda é uma entidade nebulosa", respondeu Nicolas Sarkozy. Por três vezes, o Ministro do Interior recusou-se a responder à pergunta. "Não se pode chamar Al-Qaeda a isso", insistiu.
"Vou dar-vos um exemplo: o GSPC argelino juntou-se à Al-Qaeda há apenas quatro anos. A Al-Qaeda não pode ser reduzida a um problema sunita-xiita. A Al-Qaeda é um movimento", disse o candidato da UMP.
No entanto, Jean-Jacques Bourdin fez questão de sublinhar que "todos os líderes da Al-Qaeda são sunitas". "Vamos perguntar aos especialistas", concluiu o jornalista.
Nicolas Sarkozy já tinha pedido a Avi Dichter, chefe da segurança israelita para os territórios palestinianos ocupados, os seus conhecimentos sobre a repressão das manifestações suburbanas em França, em 2005. Ao fazê-lo, o primeiro Presidente de "sangue misto" tinha, por antecipação, comparado os subúrbios franceses à Cisjordânia e a Gaza, transpondo assim o conflito israelo-palestiniano para França.
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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