23 de Junho de 2024 Robert Bibeau
Por Abdelkader S. – Sobre as
revelações: o plano de Netanyahu em Gaza após o fim da agressão militar –
Argélia Patriótica (algeriepatriotique.com)
Ninguém deve interferir nos planos de Benyamin Netanyahu e da ala radical de partilha de poder do seu governo. Qualquer tentativa de pôr em causa a sua estratégia em Gaza deve ser cortada pela raiz. A dissolução do Gabinete de Guerra insere-se nesta lógica, uma vez que profundas divergências marcaram as relações entre o primeiro-ministro belicista e os membros deste órgão que começavam a criticar severamente a forma como o chefe do Executivo leva a cabo o seu genocídio contra a população civil nos territórios palestinianos. O antagonismo sem precedentes é acentuado pelas maiores manifestações jamais registadas em Israel, exigindo a saída do indomável Bibi.
No entanto, Benyamin Netanyahu tem uma ideia muito clara do que tenciona fazer quando a Faixa de Gaza for arrasada. Com efeito, o objectivo declarado do regime de Telavive, a longo prazo, é "fechar" o dossier palestiniano, uma vez destruídas todas as infra-estruturas e liquidados os chefes militares do Hamas. O enclave palestiniano será então inabitável para os sobreviventes. Simultaneamente, o gabinete de Netanyahu está a considerar o alargamento das hostilidades à Cisjordânia. O objectivo: uma profunda mudança demográfica baseada no subsequente repovoamento em grande escala dos territórios palestinianos por colonos israelitas.
Uma vez concluída a operação militar, Benyamin Netanyahu prevê a criação de bases militares e a reconstrução das infra-estruturas reduzidas a pó, incluindo edifícios residenciais, hospitais e escolas, em benefício dos novos ocupantes israelitas. Israel invocará o velho argumento da salvaguarda da sua própria segurança e da prevenção de outros atentados semelhantes ao de 7 de Outubro de 2023. A este respeito, os serviços secretos israelitas puseram em prática uma estratégia que consiste em controlar mais rigorosamente os palestinianos, que serão registados em função da sua simpatia pelo Hamas ou da sua "lealdade" ao Estado judaico. A todos os palestinianos que mostrarem uma bandeira branca será oferecida a nacionalidade israelita, enquanto os que recusarem colaborar com a entidade ocupante sofrerão os horrores da deportação.
Fortemente apoiado pelo poderoso lóbi sionista dos Estados Unidos, a missão de Benyamin Netanyahu é destruir a solução dos dois Estados e torpedear os esforços da comunidade internacional para pôr fim ao interminável conflito no Médio Oriente, apesar do recente reconhecimento total da Palestina pelos países europeus, que em nada alterará o empreendimento maquiavélico do primeiro-ministro israelita. Este último aposta na queda da administração Biden nas próximas eleições presidenciais americanas, previstas para Novembro, para esperar um apoio mais firme do sucessor do homem que finalmente deixou de se submeter aos caprichos do tirano incontrolável de Telavive.
A. S.
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário