quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Contra as teorias da "conspiração" na guerra no Médio Oriente e na Palestina

 


 28 de Agosto de 2024  Robert Bibeau 


Por Robert Bibeau.

 

A essência fundamental da teoria da conspiração – que MEARSHEIMER propaga – pode ser resumida da seguinte forma:

    « A força dos "judeus" americanos deve-se principalmente à influência de um lobby que trabalha activamente para orientar a política externa americana numa direcção pró-Israel, que exerce pressão efectiva sobre o Congresso, presidentes e seus governos, e que goza de considerável influência sobre a universidade e a media. Eles explicam que esse lobby desempenhou um papel fundamental na política americana no Médio Oriente sob o governo Bush em nome da "luta contra o terrorismo". Ver https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/01/genocidio-em-gaza-anos-2023-2024-john.html ).

O erro geral dos "teóricos da conspiração" é sempre o mesmo – seja qual for o assunto – tomar o "efeito" pela "causa" – tomar a "consequência" e o "método" pela "fonte" da prevaricação.  (https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/08/o-metodo-de-gaza-ou-solucao-final.html ).

"Gaza é um método. Um método ocidental. Israel fascista, sionista, sádico e racista é um pioneiro, um pioneiro para que ainda mais mal seja feito pelo povo de cima contra o povo de baixo. É por isso que os que estão acima protegerão Israel. Ao fazê-lo, protegem-se a si próprios e aos seus futuros actos genocidas."

Assim, não é uma suposta "judiaria internacional" (sic) – o establishment americano – ou uma irmandade maçónica secreta – que criou – construiu – ergueu – armou e apoiou a construção da base militar subversiva israelita às portas do Médio Oriente, uma base militar superarmada, colocada sob a bota de mercenários sádicos, de múltiplas nações, religiões, etnias, países, fraudulentamente chamados de "Povo judeu", responsável por provocar os nativos locais para mantê-los sob a opressão do poder hegemónico mundial.

O grande capital britânico, apoiado pelo grande capital francês – sob o olhar benevolente do grande capital americano e soviético (URSS) – construiu esta base militar malévola no coração do antigo decrépito Império Otomano para usar esta entidade mercenária para dirigir – controlar o desenvolvimento desta região com as maiores reservas de petróleo do mundo (todos sabemos a importância económica – e, portanto, política – do petróleo e do gás durante o século XX, século passado).

É verdade que, para levar a cabo o seu plano de colonização desta região estratégica, os "conspiradores" políticos e financeiros de todo o mundo uniram-se em círculos de influenciadores – em cliques de mandantes – para que os cobardes políticos – estes vassalos nacionais do grande capital mundializado – não vacilem na defesa dos seus senhores financiadores das suas mascaradas eleitorais. (Ver: DEMOCRACIA NOS ESTADOS UNIDOS (As Mascaradass Eleitorais) – Les 7 du Quebec – onde existe uma versão em Língua Portuguesa ).

No início dos anos sessenta do século XX, o bando de grandes capitalistas americanos, que se tornara hegemónico em todo o mundo, tomou o controle da base militar israelita no Levante. De acordo com os hábitos empresariais nos Estados Unidos, empresas interessadas em suculentos contratos militares organizaram vários lobbies parlamentares, incluindo o AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), um lobby criado em 1963 nos Estados Unidos para pressionar o governo americano a obter contratos de armas  https://fr.wikipedia.org/wiki/American_Israel_Public_Affairs_Committee).

A AIPAC não esteve por trás da aquisição da entidade israelita pelo governo e capital americanos. O lobby da AIPAC foi uma das consequências da expansão do poder americano nesta região do mundo. Da mesma forma, não foi a entidade terrorista militar israelita e os seus poucos milhões de indivíduos que tomaram o controlo do Império Americano e das suas centenas de milhões de habitantes, mas o contrário. Não é a cauda do dachshund que empurra o cão, mas o contrário.

Há alguns anos – desde que o centro de atracção do mundo capitalista se deslocou do Ocidente (Europa-América do Norte) para o Oriente (China-Rússia-Irão) temos assistido à revolta da entidade sionista messiânica (Israel) que se recusa a curvar-se aos desejos dos seus senhores que desejam colocar a tampa de volta neste pote de revolta desesperada – concedendo um "Estado fantoche palestiniano" à camarilha burguesa árabe-palestiniana-muçulmana desta região (Hamas-Jihad-Fatah-OLP, FPLP, Hezbollah, iemenita, etc.).

Duas dificuldades surgem face aos planos de conluio e traição imperialistas ocidentais e orientais:

1) A resistência do povo palestiniano, a quem o establishment árabe-muçulmano fez pender a promessa de regressar à pátria – às suas residências ancestrais de 1947 – para mobilizar até ao fim este povo sem sangue numa guerra nacionalista reaccionária.

2) A resistência de milhares de mercenários (pseudo-judeus, já que este povo – esta nação – nunca existiu, como atesta Shlomo Sand  https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2023/11/como-foi-inventado-o-povo-judeu-como.html ), assassinos de aluguer e franco-atiradores recrutados de todo o mundo com a promessa de poder apropriar-se da – terra – água – gás – do Canal Ben Gurion – da riqueza do povo palestiniano ocupantes permanentes desta cobiçada terra.

O complot com o nome "Israel" não é um complot de uma entidade secreta escondida no porão do Pentágono. Esta conspiração de pseudo-"judiaria" internacional é fruto das políticas expansionistas imperialistas do grande capital mundial. É visível para quem sabe analisar a política e a economia capitalistas.

Netanyahu – Trump – Macron – Biden – Harris – Trudeau – Putin – Xi Jinping – Irão – Egipto – Síria – Iraque e outras marionetas não são o problema na escalada da guerra no Médio Oriente... O grande capital mundial, enredado numa crise económica insolúvel, é o problema nesta região do mundo como em todas as outras.

A frente do confronto mundial entre os campos ocidental (NATO) e oriental (China-Rússia) deslocou-se do Mediterrâneo e do Atlântico para o Pacífico. A questão palestiniana é um artefacto que os povos desta região terão de assumir com o seu sangue... talvez até a última, a menos que o mundo inteiro seja arrastado para ela!

Robert Bibeau

 

Fonte: Contre les thèses « complotistes » dans la guerre du Moyen-Orient et de Palestine – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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