28 de Fevereiro de 2024 Equipa de edição David Diop
África,
a minha África
David Diop (1927-1960)
África, a minha África
A África dos guerreiros orgulhosos nas
savanas ancestrais
África cantada pela minha avó
Nas margens do seu rio distante
Eu nunca te conheci
Mas os meus olhos estão cheios do teu
sangue
O teu belo sangue negro espalhado pelos
campos
O sangue do teu suor
O suor do teu trabalho
O trabalho da escravatura
A escravatura dos vossos filhos
África diz-me África
És tu que dobras as costas
E se dobra sob o peso da humildade
Esse dorso trémulo com os seus vergões
vermelhos
Dizendo sim ao chicote nas estradas do
meio-dia
Então, gravemente, uma voz respondeu-me
Filho impetuoso esta árvore robusta e
jovem
Aquela árvore ali
Esplendidamente só entre as flores
Brancas e desbotadas
É a África, a tua África a crescer
Crescendo pacientemente, teimosamente
E cujos frutos, pouco a pouco
O sabor amargo da liberdade.
.
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Fonte: https://les7duquebec.net/archives/206618
Este poema foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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