28 de Março
de 2024 Robert Bibeau
Prefácio ao livro de Marc Rousset.
No seu livro "Our False Friend America – For an Alliance
with Russia" (“O nosso falso amigo
América – Por uma Aliança com a Russia” - NdT), Marc Rousset observa que a
Europa não vai de Washington a Bruxelas, mas de Brest a Vladivostok. O Oceano
Atlântico separa a América da Europa, enquanto a União Europeia e a Rússia, o
maior país da Europa, são dois grandes vizinhos complementares.
Mikhail Gorbachev pôde dizer a Margaret Thatcher que "a Europa deve
ser a nossa casa comum e não um teatro de operações militares", como
infelizmente acontece actualmente na Ucrânia
O próprio americano
George Kennan, o pai da doutrina da "contenção", manifestou-se vigorosamente no
New York Times contra a promessa solene do secretário de Estado norte-americano
James Baker a Mikhail Gorbachev, não cumprida pelos Estados Unidos, de que a
NATO não procuraria estender-se aos outros Estados do Pacto de Varsóvia.
No final do seu livro, Marc Rousset diz-nos que a única questão real para
os europeus é fazer a seguinte escolha: permanecer europeus aproximando-se da
Rússia ou tornar-se americanos aceitando o protectorado da NATO e perdendo a
sua identidade europeia. A Rússia e a Europa têm interesses comuns e um futuro
comum neste grande continente pan-europeu que se estende do Oceano Atlântico ao
Oceano Pacífico.
Piotr
Tolstói. Vice-Presidente da Duma da Federação da Rússia.
O nosso Falso Amigo América/ Por uma Aliança com a Rússia/ Marc Rousset
Somos cidadãos transatlânticos ou cidadãos pan-europeus? Porque é que os
europeus devem fazer parte de uma Commonwealth do século XXI liderada por
Washington? O futuro da Europa é euro-asiático e não euro-atlântico.
A Europa não vai de Washington a Bruxelas, mas de Brest a Vladivostok. O
Oceano Atlântico separa a América da Europa, enquanto a Europa e a Rússia são
dois grandes vizinhos complementares. A grande Europa deve tornar-se "a
nossa casa comum e não um teatro de operações militares", como disse um
dia Mikhail Gorbachev.
Se a França não foi varrida do mapa da Europa durante as duas últimas
guerras mundiais, é aos 1.700.000 russos mortos durante a primeira e aos 27
milhões mortos durante a segunda que ela o deve, não à América!
A Rússia é o escudo protetor da Europa Oriental contra a China, a Turquia, o Cáucaso, o Médio Oriente e o mundo muçulmano da Ásia Central. A Europa deve ver-se a si própria como o "hinterland" da Rússia, com os vastos espaços abertos da Rússia como o seu "Extremo Oriente". O controlo da Sibéria será a questão estratégica do século XXI entre a Grande Europa e a China. A Europa deve deixar de atirar a Rússia para os braços da China! Na Ásia, o europeu é o russo!
O futuro da Europa não passa por uma União Europeia federalista que cresce descontroladamente até rebentar, mas por uma Confederação Europeia de Nações que compete e coopera amigavelmente com a Rússia.
A Europa tem de romper
com o Ocidente, o inimigo dos povos. Tudo se passa como se a Europa tivesse
tido o seu tempo e devesse tornar-se uma relíquia da história face à China, à
Índia, aos países emergentes e ao Brasil. Só uma Grande Europa com a Rússia é
susceptível de dar às nações europeias em declínio um sentido de esperança, de
grandeza, de poder e de renovação apaixonante! Os europeus precisam de
redescobrir as suas raízes e a sua fé no futuro que se encontra a leste!
A voz da Europa só
terá peso se regressar aos valores europeus tradicionais, a uma demografia em
expansão, ao desenvolvimento da sua economia e da sua indústria, à influência
da sua cultura e das suas tecnologias, a uma política de defesa poderosa e
autónoma.
A única verdadeira
questão para os europeus é fazer a seguinte escolha: Continuar a ser europeus,
aproximando-se da Rússia, ou tornar-se americanos, aceitando o protectorado da
NATO, perdendo assim a sua identidade europeia. A Rússia e a Europa têm
interesses comuns e um futuro comum neste grande continente pan-europeu que se
estende do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico¨.
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Esboço do livro O nosso Falso Amigo América/
Por uma
Aliança com a Rússia
Índice
Prefácio de Piotr Tolstoi
Introdução
Título I: América, um falso amigo da
França e da Europa
Capítulo I: Declínio dos Estados Unidos:
A ascensão da China, da Rússia e dos BRICS
Capítulo II: Todos os cidadãos
transatlânticos ou pan-europeus?
Capítulo III: Espaço Continental
Pan-Europeu
Capítulo IV: A luta entre a terra
(Rússia) e o mar (Estados Unidos)
Capítulo V: A América não é o lado do
bem
Capítulo VI: A América representa o campo
do mal e dos crimes contra a humanidade
Capítulo VII: As sanções económicas
inaceitáveis do falso amigo americano
Capítulo VIII: O imperialismo americano
e o falso soft power na Europa
Capítulo IX: Da Doutrina Monroe à
Expedição Suez (1823-1956)
Capítulo X: Inglaterra, o Cavalo de
Troia da América na Europa
Capítulo XI: A guerra de 30 anos do
General de Gaulle contra a América (1940-1969)
Capítulo XII: Por uma Europa de nações
soberanas, não vassalos dos Estados Unidos
Capítulo XIII: Alemanha, lacaio americano:
Berlim tem de mudar completamente a sua política migratória, externa e de
defesa
Capítulo XIV: Desdolarização e o Retorno
Necessário ao Padrão Ouro
Capítulo XV: Livre comércio ou proteccionismo
no mundo com o único critério sendo: interesse da América ou não!
Capítulo XVI: A ultrajante expansão da
OTAN para o leste: as mentiras indignas da América para Gorbachev, Yeltsin e
Putin!
Capítulo XVII: A Europa tem de parar de
atirar a Rússia para os braços da China
Capítulo XVIII: Rumo ao fim da NATO: as nações
europeias devem abandonar a NATO
Capítulo XIX: Para uma defesa europeia
das nações não integrada
Capítulo XX: A língua da Europa:
francês, se não esperanto! Nunca o anglo-americano!
Título II: Por uma aliança da França e
da Europa com a Rússia
Capítulo XXI: Tudo o que a França
agradece deve à Rússia
Capítulo XXII: Putin, um grande
estadista: o novo russo de Gaulle
Capítulo XXIII: Rússia, uma democracia
autoritária, conservadora e patriótica
Capítulo XXIV: A supremacia militar da
Rússia face aos Estados Unidos e à NATO
Capítulo XXV: A Miragem da Ameaça Russa
Capítulo XXVI: Porque é que a Rússia é
europeia!
Capítulo XXVII: Por uma Rússia forte, o
escudo protector da Europa no Leste
Capítulo XXVIII: A América é a única
verdadeiramente responsável pela guerra na Ucrânia
Capítulo XXIX: A Ucrânia é
historicamente russa: as razões para a intervenção militar
Capítulo XXX: A russofobia da América e
do Ocidente
Capítulo XXXI: Polónia americanófila:
russofobia, germanofobia
Capítulo XXXII: A Rússia europeia quer
aproximar-se da França e da Europa
Capítulo XXXIII: A França e a Europa das
Nações devem aproximar-se da Rússia
Conclusão: Permanecer europeu com a
Rússia ou tornar-se americano com os Estados Unidos
Fonte: POUR UNE ALLIANCE FRANCE-RUSSIE (Vient de paraître – Marc Rousset) – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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