quinta-feira, 28 de março de 2024

Crocus City: O ataque não se encaixa no modus operandi do Daesh, diz general tunisino

 


 28 de Março de 2024  Robert Bibeau  

Nesta edição de L’Afrique en marche. Fonte: "É de desconfiar que terroristas fugiram para a Ucrânia", diz político sul-africano - 26.03.2024, Sputnik África (sputniknews.africa)

O general Taoufik Didi, membro reformado do Exército Nacional da Tunísia, acredita que é altamente improvável que o Daesh* tenha sido o mentor do ataque que teve como alvo a Câmara Municipal de Crocus, em Moscovo, na sexta-feira (22 de Março). De facto, os atacantes "fugiram, abandonando as suas Kalashnikovs como amadores".


"Para analisar o modus operandi do ataque terrorista à Câmara Municipal de Crocus, em Moscovo, é muito importante ter em mente que os membros do Daesh usam apenas dois modus operandi, dependendo das circunstâncias", disse à Radio Sputnik África o general Taoufik Didi, oficial reformado do exército nacional tunisino e especialista em segurança, contra-terrorismo e defesa internacional.

O primeiro é utilizado quando os jihadistas do Daech* se encontram numa posição de força contra aqueles que estão a atacar. Neste caso, fazem tudo o que podem: Kalashnikovs, mísseis anti-tanque, explosivos e veículos blindados, com o objectivo de levar a cabo uma ofensiva vitoriosa.

Isto para além do facto de disporem, sem dúvida, de um certo apoio logístico, de supervisão, de ligação e de comunicação com os seus patrocinadores e com a sua base de retaguarda. O segundo, por outro lado, é seguido quando estes terroristas se encontram numa posição de fraqueza face aos seus "inimigos". Neste caso, actuam como "lobos solitários", ou seja, um único homem, ou um pequeno grupo de homens desesperados, que leva a cabo um atentado para criar um burburinho mediático e mostrar que a organização ainda existe e que os serviços de segurança não dizem a verdade sobre o seu desmantelamento".


Na mesma linha, o General Didi declarou que "o que vimos no ataque perpetrado por quatro homens na sexta-feira, 22 de Março, na Câmara Municipal de Crocus, em Moscovo, não se enquadra nos dois modus operandi do Daech* que acabámos de descrever, por várias razões. Em primeiro lugar, a atitude dos atacantes é completamente diferente da dos combatentes do Daech*, que preferem o martírio à prisão.

De facto, eles estão muito bem doutrinados para lutar até à morte ou serem eles próprios eliminados. Depois, há os sinais e o vestuário. Os combatentes Daech* não cortam o cabelo porque querem assemelhar-se ao Profeta do Islão, que deixava crescer o cabelo. E o mais importante é que os terroristas do Daech* nunca abandonam as armas, mesmo com risco de vida, e estão sempre equipados com cintos de explosivos para levar a cabo um acto suicida se forem cercados, levando consigo as forças da ordem ou os soldados que os queiram deter.


Nenhum destes aspectos é visível no comportamento dos quatro assaltantes em Moscovo. Pelo contrário, fugiram, deixando cair as suas Kalashnikovs como amadores. Por isso, dizer que foi o Daech* que levou a cabo esta operação é altamente implausível".

"Foram os ucranianos, na minha opinião, que, com a ajuda da CIA, prepararam este golpe para tentar dar um grande golpe dentro da Rússia, porque não encontraram uma maneira de retaliar após o fracasso de sua contra-ofensiva no Verão passado", disse ele.

*Organização terrorista proibida na Rússia

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17:17 26.03.2024


"É de desconfiar que os terroristas fugiram para a Ucrânia", diz político sul-africano - 26.03.2024, Sputnik África (sputniknews.africa)

A Ucrânia está a ser instrumentalizada pelo Ocidente para desestabilizar a Rússia e o facto de os atacantes de Crocus City se dirigirem para lá é motivo de preocupação, disse o secretário-geral do Partido Comunista Sul-Africano (SACP) à Sputnik Africa.

"Entendemos plenamente que a Ucrânia é, acima de tudo, um instrumento para os interesses ocidentais", disse Mapaila.

Segundo ele, os Estados Unidos financiaram no passado grupos terroristas para desestabilizar governos recalcitrantes e "protegeram" autores de ataques em diferentes países.

"É claro que eles não querem ataques terroristas nos seus próprios países, mas realizaram-nos noutras partes do mundo, no continente africano, na América Latina, em Cuba e noutros lugares", observou o político.

Ao comentar o alerta emitido no início de Março pela embaixada dos EUA em Moscovo sobre um possível ataque na capital russa, Mapaila classificou de "suspeito" que os EUA tivessem conhecimento de um ataque a grandes reuniões.

 

Fonte: Crocus City: l’attentat ne correspond pas aux modes opératoires de Daech, selon un général tunisien – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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