sábado, 30 de março de 2024

Quando a Europa neo-fascista se inspira em Israel para gerir migrantes

 


 30 de Março de 2024  Robert Bibeau  


Por Khider Mesloub.

Quatro meses depois de a limpeza étnica da Faixa de Gaza (2,5 milhões de habitantes) ter sido lançada pelo Estado terrorista israelita, a Europa neo-fascista acaba de apresentar um novo plano inspirado nos métodos de limpeza étnica aplicados pelos sionistas contra os palestinianos.

A Internacional Sionista Ocidental, baseada no supremacismo, está em ascensão. Por ocasião do Congresso em Bucareste, o Partido Popular Europeu (PPE), a principal força política do Parlamento Europeu, propôs um endurecimento da política europeia de migração. Esta política insere-se numa escalada xenófoba em toda a Europa capitalista.


Seguindo o exemplo do Governo britânico, que iniciou a política de transferência de migrantes para o Ruanda, os líderes do PPE defendem também a deportação de refugiados para países terceiros, no seu manifesto apresentado na quarta-feira, 6 de Março. Para levar a cabo o seu plano de deportação de migrantes, mencionaram o Ruanda, o Gana e países da Europa Oriental, como a Geórgia e a Moldávia, entre as possibilidades.

O PPE assume, assim, o programa de deportação de migrantes da CDU alemã. E a Itália. Para sua informação, o governo neo-fascista italiano assinou um acordo com a miserável Albânia em Novembro de 2023 para transferir migrantes apreendidos no mar para este país.

Na Palestina ocupada, sob o pretexto de combater o Hamas, o governo ultra-religioso e fascista de Netanyahu ordenou a transferência da população de Gaza do norte para o sul para supostamente poupá-la dos bombardeamentos indiscriminados maciços de Gaza. Todo o mundo sabe o resto. A deslocação temporária assemelha-se à deportação permanente para países terceiros, incluindo o Egipto e a Jordânia.


Assim, na Europa, assistimos à Gazaouização da política migratória. As consequências são previsíveis: milhões de imigrantes, considerados "ilegais", serão deportados para países terceiros, a milhares de quilómetros da Europa e dos seus países de origem. Esta política desumana está em sintonia com as medidas racistas defendidas pelos partidos políticos europeus.

Recorde-se que esta é a mesma Europa que, em 2022, abriu as suas fronteiras a 8 milhões de migrantes ucranianos. Estes brancos tinham sido recebidos com honra e bondade. E, de acordo com várias fontes, estes ucranianos pretendem instalar-se permanentemente no seu país de acolhimento europeu. É claro que, tal como os judeus que se estabelecem em Israel como parte do programa Aliyah, estes ucranianos brancos beneficiarão automaticamente de um cartão de residência, ou mesmo de um bilhete de identidade... Francês, Alemão, Italiano.

Bem-vindo à Europa Sionizada: uma Europa fortaleza. Blindada. Passada a pente fino. Inacessível aos migrantes. Uma Europa que adopta medidas que visam o endurecimento xenófobo das fronteiras, nomeadamente através da sub-contratação neo-colonial de migrantes para países terceiros... enquanto seria suficiente que as potências ocidentais deixassem de exportar os seus conflitos e a sua concorrência de mercado para os países pobres do Terceiro MundoOs grupos terroristas jihadistas não existiriam se os Estados terroristas imperialistas não os apoiassem.

A Europa neo-fascista não só apoia a operação militar genocida do Estado terrorista israelita, como também adopta a sua gestão repressiva e privativa dos palestinianos. Em particular, a sua lendária política de expropriação, deportação e expulsão.

 Khider MESLOUB

 

Fonte: Quand l’Europe néo-fasciste s’inspire d’Israël pour gérer les migrants – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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