Eu estive na manifestação contra o aquecimento global. Não vos vi lá! Sim,
estavam lá pessoas que queriam mudar o mundo. Mas eram jovens, na casa dos
vinte anos. Os velhos? Não eram muitos. A Greta não estava lá. Estava na
prisão, na Suécia.
Houve alguns belos discursos dos chefes sindicais, os tipos que vivem em
casas de dois milhões de dólares. Não muito convincentes! Mas a multidão estava
entusiasmada e as pessoas nos passeios encorajavam-nos a continuar a lutar.
Não há contestação. O público está de acordo. Nem sequer sabiam que era o
Dia da Terra? Os grandes meios de comunicação social nem sequer o tinham
mencionado! Que surpresa. Foi deliberado! A elite não quer que o público se
envolva no aquecimento global. Por isso, ficam em casa e vêem golfe ou hóquei
na televisão.
Sabiam disso? Todos nós somos afectados! Algumas pessoas disseram que
tínhamos dois anos para rectificar a situação? Outros disseram que o prazo era
2035? Em 2013, éramos 500.000 a manifestar-nos. Hoje, eram 500. Onde é que
vocês estavam? Não quero ser como o meu padre da altura, que me repreendeu por
não me ver na missa. Agora nem sequer há padres!
O planeta está a aquecer. É muito grave! O Big Brother diz-me que a culpa é
minha e eu e os meus amigos no protesto dizemos-lhe que a culpa é DELE. Mas ele
controla todos os media e os meios de produção. É ele que está a poluir! E não
apenas o planeta Terra, mas também os nossos cérebros.
Se os Canadiens não ganharem a Taça este ano, não derramarei uma lágrima.
Não é importante para mim. A teoria de adormecer as pessoas com gladiadores
funciona durante algum tempo, mas depois acordamos um dia e olhamos à nossa
volta e já não há árvores nem vegetação? Ganhámos a Taça, mas...
John Mallette
O Poeta Proletário
Fonte: MANIF DE LA DERNIÈRE CHANCE – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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