segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A Rússia acaba com as exportações para a Europa. EUA preparam envolvimento "agressivo" na guerra ucraniana

 


 12 de Setembro de 2022  Robert Bibeau  

Por Andre Damon

7 de Setembro de 2022

Numa decisão que terá consequências devastadoras para centenas de milhões de europeus, a Rússia suspendeu indefinidamente as exportações de gás natural para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1.

O Nord Stream 1 é a principal fonte de exportação russa de gás natural para a Europa, que até este ano representava 40% das importações europeias de gás natural. Nos últimos meses, a Rússia suspendeu repetidamente o fornecimento através do Nord Stream 1 durante vários dias consecutivos.

 


Dossier – Os tubos da central de armazenamento de gás Reckrod são fotografados perto de Eiterfeld, no centro da Alemanha (AP Photo/Michael Probst, File) [AP Photo/Michael Probst]

Os preços do gás natural, principal fonte de energia para o aquecimento doméstico, já aumentaram 10 vezes no último ano e subiram mais de 33% na segunda-feira, após o anúncio.

As famílias europeias, confrontadas com a subida dos preços da energia e dos produtos alimentares, estão à beira do colapso e as pequenas empresas estão em risco de falência em todo o continente.

Esta enorme catástrofe social é consequência da guerra entre os Estados Unidos e a NATO contra a Rússia, instigada pelas potências da NATO para integrar a Ucrânia na aliança. A guerra já provocou a morte de dezenas de milhares de soldados e civis ucranianos, a morte de dezenas de milhares de soldados russos e o colapso da vida económica ucraniana.

Os principais beneficiários do conflito são os empresários de defesa americanos e europeus, que registam as maiores encomendas em décadas, bem como as empresas americanas no sector da energia, que aumentaram consideravelmente as suas exportações de energia para o mercado europeu a preços recorde, com enormes lucros.

Apesar da catástrofe económica que ameaça a Europa, os Estados Unidos e a NATO apenas intensificam o seu envolvimento na guerra.

Na segunda-feira, a Casa Branca pediu ao Congresso que atribuísse mais 11 mil milhões de dólares à guerra na Ucrânia, somando os mais de 50 mil milhões de dólares já atribuídos até à data.

Tornou-se inegável que a Casa Branca está em vias de remover quase todas as restricções restantes ao envolvimento dos EUA nesta guerra. O Presidente dos EUA, Joe Biden, já tinha avisado no início deste ano que se arriscava a provocar uma "Terceira Guerra Mundial".

Num artigo intitulado "Porque é que os EUA estão a tornar-se mais descarados com o seu apoio à Ucrânia", The Hill relata que "a administração Biden está a armar a Ucrânia com armas que podem causar graves danos às forças russas e, ao contrário do que acontecia no início da guerra, as autoridades norte-americanas não parecem estar preocupadas com a reacção de Moscovo".

O artigo cita William Taylor, antigo embaixador dos EUA na Ucrânia e uma das principais figuras do primeiro impeachment de Donald Trump, que disse: "Com o tempo, o governo reconheceu que pode fornecer aos ucranianos armas de maior calibre, mais capazes, mais longas, mais pesadas, e os russos não reagiram."

E prosseguiu: "Os russos estão a fazer bluff e gostam de exagerar, mas não foram provocados. A administração Biden inquietou-se com isso no início – e ainda está preocupada com isso em certa medida – mas o medo de provocar os russos diminuiu."

Se a Rússia não foi "provocada", a resposta das autoridades norte-americanas é intensificar o seu envolvimento na guerra até que o resultado necessário seja alcançado.

O artigo refere que no mês passado, "as autoridades de defesa disseram que os Estados Unidos iriam pela primeira vez enviar à Ucrânia drones de vigilância ScanEagle, veículos MaxxPro fortemente blindados que resistem às minas, e sistemas de mísseis guiados anti-tanque TOW, bem como várias novas munições".

Estes elementos juntam-se aos mísseis anti-radiação de alta velocidade AGM-88, bem como a um aumento maciço do número de sistemas de mísseis de longo alcance HIMARS (High Mobility Artillery Rocket Systems) enviados para o país.

O jornal Hill escreve: "No futuro, numerosas notícias indicam que os Estados Unidos planeiam enviar munições de artilharia Excalibur guiadas com precisão num futuro próximo: armas que podem viajar até 70 quilómetros e ajudariam os ucranianos a atingir posições russas e postos de comando."

O artigo cita um funcionário anónimo dos EUA que disse: "Acho que o instinto das pessoas nos departamentos e agências, especialmente o Estado e a defesa e a comunidade de inteligência, acho que o seu instinto é ser mais virado para o futuro e mais agressivo... Temos muito mais espaço do nosso lado, penso eu, para tomar medidas que ajudem a Ucrânia sem ter um medo injustificado de como Putin irá reagir."

Embora as autoridades russas tenham repetidamente apelado a negociações de paz, os Estados Unidos e o seu governo por procuração na Ucrânia recusam quaisquer negociações com a Rússia que fiquem aquém do objetivo da Ucrânia de retomar a Crimeia. "É uma questão de diálogo com terroristas. Não podemos discutir nada com terroristas", disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à ABC.

Entretanto, os media norte-americanos aplaudem a ofensiva ucraniana no sul da Ucrânia, que a Casa Branca está a usar como pretexto para expandir significativamente a participação dos EUA na guerra. Até à data, os Estados Unidos forneceram centenas de drones e aeronaves, centenas de veículos, dezenas de milhares de mísseis e milhões de cartuchos de munições. Mas, como o The Hill salienta, isto é apenas um pagamento inicial enquanto os EUA se preparam para uma intervenção "mais agressiva" na guerra.

(Artigo publicado em inglês em 6 de Setembro de 2022)

 

Fonte: La Russie met fin aux exportations vers l’Europe. Les États-Unis préparent une implication «agressive» dans la guerre ukrainienne – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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