6 de Setembro de 2022 Robert Bibeau
Por Michel Chossudovsky
Está prevista
uma guerra nuclear contra a China e a Rússia.
« Em nenhum momento desde que a primeira bomba
atómica foi lançada em Hiroshima em 6 de Agosto de 1945, a humanidade se
aproximou do impensável. Todas as
salvaguardas da era da Guerra Fria, que fizeram da bomba nuclear uma "arma
de último recurso", foram removidas."
A Rússia é descrita
como um
alvo "plausível", mas "não intencional". Foi em 2002.
Hoje, no auge da guerra na Ucrânia, um ataque nuclear preventivo à Rússia está
a ser considerado pelo Pentágono.
A guerra nuclear faz
parte da campanha da Ministra dos Negócios Estrangeiros britânica Liz Truss (nova Primeiro-Ministro) para a Corrida de
Liderança Conservadora. Falava num evento do Partido Conservador em Birmingham.
O apresentador do evento, John Pienaar, perguntou-lhe se daria a ordem para "libertar as armas nucleares" do Tridente.
E acrescentou: "Significaria a destruição do planeta... "O que
acha desta ideia? »
Truss respondeu:
« Penso que
este é um dever importante do Primeiro-Ministro e estou disposta a fazê-lo.
Estou pronta para fazer isso.«
"Grande
Dinheiro" e "Grande Ignorância".
Oportunismo político a favor do complexo aeroespacial de armas nucleares:
Fala-se de "Big Money" e "Grande Ignorância" por trás da
ousada declaração de Truss. O público do Partido Conservador aplaudiu em coro.
A Ministra britânica dos
Negócios Estrangeiros, Liz Truss, não faz ideia do que são as armas nucleares e
o quão devastadoras são.
Além disso, ela
desconhece a geografia da Federação Russa, alegando que Rostov no Don, bem como Voronezh pertencem à
Ucrânia; é como dizer que Manchester pertence à Escócia:
« ... Na reunião à porta
fechada desta quinta-feira [11 de Fevereiro de 2022], o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Lavrov,
perguntou a Truss se reconhecia a soberania russa sobre Rostov e Voronezh – duas regiões do
sul do país para onde a Rússia deslocou as suas forças. »
... Truss respondeu que a Grã-Bretanha nunca as
reconheceria como russas, e teve que ser corrigida pelo seu embaixador. (Relatório Reuters))
Não foi a primeira vez que Liz Truss se plantou na geografia da Rússia e da
Europa oriental. Uma semana antes, os meios de comunicação britânicos relataram
amplamente este erro em 2 de Fevereiro de 2022:
A Sra. Truss, ...
disse à BBC Sunday Morning que "fornecemos e oferecemos apoio adicional aos nossos
aliados bálticos do outro lado do Mar Negro".
Liz Truss (licenciada
em Oxford) recebeu
uma lição de geografia básica de Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros russo, "por não saber a diferença entre o Mar
Báltico e o Mar Negro, que estão a mais de 1100 km de
distância".
A senhora deputada Zakharova salientou que os países bálticos (Estónia,
Letónia e Lituânia) estão localizados ao largo do Mar Báltico, e não do Mar
Negro, que fica a centenas de quilómetros a sul.
"Os países bálticos são assim chamados porque estão localizados precisamente
fora deste mar [Báltico]. Não do Mar Negro", respondeu o dirigente russo
no Facebook.
« Se alguém precisa de ser salvo de alguma coisa, então
este é o mundo da estupidez e da ignorância dos políticos anglo-saxónicos."
"Bombas
nucleares humanitárias"
Liz
Truss não é a única política ocidental ignorante no alto escalão e a favor
do uso de armas nucleares. Nos últimos anos, "muitos altos funcionários militares e civis, políticos
e peritos têm falado abertamente sobre a possibilidade de usar armas nucleares num golpe de
primeiro ataque contra qualquer nação sob muitos pretextos com cargas nucleares
de baixa ou alta potência" (No
War No NATO).
O compromisso de
explodir preventivamente o planeta com "armas nucleares humanitárias", que são "seguras para os
civis", tornou-se parte do discurso político. Lembramo-nos da declaração
de Hillary Clinton durante a campanha eleitoral de 2016:
« a opção nuclear não deve ser retirada da mesa. Esta
tem sido a minha posição de forma consistente. (ABC News, 15 de Dezembro de 2015)
"Uma
guerra nuclear é ganhável"? Bombas humanitárias
No entanto, há vozes
poderosas e grupos de pressão dentro do establishement dos EUA e da administração
Biden que estão convencidos de que "uma guerra nuclear é viável". Liz Truss faz parte deste perigoso
consenso.
Desde a administração
George W. Bush, a doutrina militar americana tem-se focado no desenvolvimento
de "armas
nucleares mais utilizáveis".
A Revisão da Postura Nuclear de George W. Bush de 2001, aprovada pelo
Senado dos EUA no final de 2002, previu o desenvolvimento de uma "geração
de armas nucleares mais utilizáveis", nomeadamente armas nucleares tácticas
(mini-bombas B61-11) com uma capacidade explosiva entre um terço e seis vezes a
de uma bomba de Hiroshima.
O termo "mais utilizável" emana do debate
em torno da NPR de 2001, que justificou o uso de armas nucleares tácticas no
teatro convencional de guerra com o argumento de que as armas nucleares tácticas,
nomeadamente as bombas de bunker com uma ogiva nuclear, são, segundo a opinião
científica a soldo do Pentágono, "inofensivas para a população circundante
porque a explosão é subterrânea".
O custo do programa de armas nucleares "pacificador" dos Estados
Unidos está na ordem dos 1,3 biliões de dólares, expandindo-se para 2 biliões
de dólares em 2030.
E há dinheiro por trás do programa de 1,3 biliões de dólares de Jo Biden
sobre armas nucleares:
"Mas o que eu não entendo é esta loucura
assassina, excepto que dá às empresas que fazem estas armas, enormes somas de
dinheiro. E foi Obama quem concordou em gastar 1,7 biliões de dólares nos
próximos 30 anos para substituir todas as armas nucleares, mísseis, navios,
aviões. E reconstruí-los todos, por que razão? Não há razão! Isto é pura
loucura nuclear. Isto é uma loucura nuclear! (Helen
Caldicott))
No que diz respeito à
actual crise na Ucrânia, a administração Biden comprometeu-se a usar armas nucleares como instrumento de paz?
As armas nucleares pacíficas tornaram-se um
tema de discussão entre políticos ignorantes e corruptos, que foram levados a
acreditar que a guerra nuclear preventiva é um empreendimento humanitário que
protege a democracia.
Flash Back. Outro mentiroso e ignorante. Começou
com Harry Truman.
"Descobrimos a bomba mais terrível da história do
mundo. Pode ser a destruição pelo fogo profetizada na época do Vale do
Eufrates, depois de Noé e da sua fabulosa Arca... Esta arma deve ser usada contra o Japão... Vamos
usá-lo de forma a que os objectivos militares, soldados e marinheiros sejam o
alvo e não as mulheres e as crianças. Mesmo
que os japoneses sejam selvagens, implacáveis, sem piedade e fanáticos, como
líder mundial para o bem comum, não podemos largar esta terrível bomba na velha
ou na nova capital. ... O alvo será puramente militar... Parece a coisa mais
terrível já descoberta, mas pode tornar-se a mais útil. »
(Presidente Harry S. Truman,
Jornal, 25 de Julho de 1945)
Lembre-se de
Hiroshima: "Uma base militar" segundo Harry Truman
« O Le Monde fará notar que a primeira bomba atómica foi
lançada sobre Hiroshima uma base militar. Isto
porque queríamos neste primeiro ataque evitar, tanto quanto possível, matar
civis... (Presidente Harry S. Truman num discurso de rádio à nação, 9 de Agosto
de 1945).
(Nota: a primeira bomba atómica foi lançada em Hiroshima em 6 de Agosto de
1945; a segunda em Nagasaki em 9 de Agosto, no mesmo dia em que Truman discursa
na rádio para a Nação.)
O Impensável:
Os erros são um verdadeiro motor da história mundial
As acções militares "ofensivas" que usam ogivas nucleares são
agora descritas como actos de "auto-defesa".
Uma guerra
nuclear acidental por políticos ignorantes, estúpidos e corruptos não pode ser
excluída.
"A ameaça de uma
guerra nuclear que pode entrar em erupção muito facilmente, quer devido às acções
deliberadas de qualquer Estado armado nuclear, quer por causa de um erro
humano, técnico ou outro não intencional."
Não votem na ignorante Liz que poderia conduzir o Reino Unido e o mundo ao
impensável, uma guerra nuclear que ameaça o futuro da humanidade.
Michel Chossudovsky, 25 de Agosto de 2022
Artigo original em inglês:
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário